05 novembro 2025

Janela para a Vida (Notas de Livro)

Título: Janela para a Vida

Autor: Francisco Cândido Xavier e Fernando Worm

Espíritos Diversos 

1.ª Edição: 1979

Onde Cristo Está   

“É mais fácil encontrar o Cristo no coração de uma criatura animada pela fé do que no silencioso e subterrâneo tumulto de Jerusalém”.

 “Onde estiver o vosso tesouro, aí estará o vosso coração.” (S. Lucas — 6/45.) Preciosos ensinamentos hauridos ao correr de um caminho e de um tempo longo e frutífero, que não devo esquecer:  

UM SÁBIO ME FALOU ISTO:

— “O CRISTO EM JERUSALÉM?

NÃO VIVE LÁ, JESUS CRISTO

ESTÁ ONDE ESTEJA O BEM”.

A grande janela aberta para o Céu por Copérnico, Tycho Brahe, Kepler e Galileu, Newton e Willian Herschel, de repente se revela um espetáculo tão grandioso quanto vazio de sentido. “Por que tudo isso? Para que existem esses bilhões de mundos aparentemente estéreis, mudos e despovoados? Para onde vão as galáxias? Por que esses bilhões de astros anódinos — e conhecemos apenas uma fração deles — não respondem aos nossos sinais e interpelações?”

Renova-se, através das gerações, a afirmativa de Jesus quando diz que Deus confunde os sábios com aquilo que revela aos simples pela graça da fé. “Há muitas moradas na casa de meu pai; se assim não fosse, já eu vo-lo teria dito.” (S. João — 24 — 1 a 3)

 “Janela Para a Vida” constitui uma das tentativas de iluminar ao menos parte dos múltiplos problemas e indagações que fazem também perplexo o ser humano perquiridor das razões que teriam, determinado a origem do homem, sua presença e finalidade neste planeta.

Através das respostas do Benfeitor Emmanuel — a Mediunidade com Jesus — novas luzes para enfocar problemas emergentes descem até nós sempre por acréscimo da Misericórdia divina do Pai.

Mudam os tempos e as circunstâncias e, com eles, às vezes sem o perceber, mudamos nós também.

Janela Para a Vida deseja fazer parte desse esforço de conscientização individual e coletiva que aproxima o homem de Deus, visando à autotransformação para melhor.

Através das luzes do Mundo Maior, tenta colocar frente a frente a involução e a evolução, a dúvida e a resposta, o amargor e a esperança, a obscuridade e a luminescência Divina, objetivando sintonizar a mente humana com os enigmas da vida, na busca do sentido real da existência.

Guaíba, 23 de julho de 1979.

FERNADO WORM

Nota ao Leitor  

Amigo leitor.

De janela determinada, será sempre possível contemplar horizontes e paisagens, criaturas e objetos, dentro de limitações compreensíveis.

Este livro, por isso mesmo, é uma abertura para anotações da vida, sem a pretensão de dissecá-la.

Unidos ao companheiro Fernando Worm, que nos convidou a examinar com ele os panoramas e quadros de nossas vivências em comum, eis-nos com o médium, junto ao médium e através do médium neste volume.

Compete-nos, entretanto, explicar que não nos achamos aqui com garbos de mentor ou instrutor, capaz de solucionar os problemas que a vida, em si, nos apresenta, e sim na condição de aprendiz que lhe compartilha o estudo e o respeito, diante das questões de natureza superior em que todos nós — Espíritos encarnados e desencarnados na Terra — nos envolvemos.

Na escola da evolução, todos somos instintivamente chamados ao diálogo e ao trabalho de assistência mútua para a aquisição de conhecimento do trato do Universo em que nos achamos inseridos.

É assim que, usufruindo o privilégio de ombrear consigo no estudo e na observação do mundo e dos fatos do mundo a que nos vinculamos, rogo ao Senhor Jesus que nos inspire e nos guie em nossa jornada de indagações e deduções, de modo a reconhecermos que, acima de tudo, nos cabe a prática do amor uns pelos outros, a fim de merecermos a compreensão da Sabedoria e da Benção de Deus.

 EMMANUEL

Uberaba, 15 de maio de 1979.

I — A Proveta e o Amanhã  

P — Como é vista no Plano Espiritual Superior a conquista científica que possibilitou o “bebê de proveta”?

R — Os Amigos da Espiritualidade consideram a realização com o melhor otimismo, desde que o óvulo fertilizado em proveta por autoridades competentes revele senso de maturidade espiritual na mulher que assume tal maternidade ante a vida que passa a acalentar no próprio regaço.

P — Possui o Plano Espiritual razões específicas para apoiar a gestação da criança de proveta?

R — Uma dessas razões, mais que justa, será observar na mulher a disposição à maternidade, atendendo mais à ação do que ao instinto. Outro motivo para desejarmos todos amplo sucesso nessas experiências será a diminuição dos processos de aborto, nos quais milhares de criaturas se empenham a débitos complicados prejudicando amigos desencarnados em vias de novo nascimento no Plano Físico e prejudicando, desse modo, a si mesmas.

II — Terapia para as Dores do Mundo

São 14h30 de uma tarde de julho em Uberaba. No trajeto que medeia entre sua residência e a sede do “Grupo Espírita da prece”, comento para o médium o visível aumento das filas de necessitados de toda sorte que o procuram a cada fim de semana. Chico redargui: “Não foi apenas o número que aumentou. Você esteve aqui há sete meses e poderá observar que aumentou principalmente o grau de ansiedade das pessoas. Estes são tempos de prova e renovação para todos nós, criaturas humanas cada vez mais carentes de amparo no aprendizado do Bem. Mas a Misericórdia Divina alcança a todos sem exceção e assim vamos seguindo para a frente com as nossas tarefas.

O atendimento prolonga-se por horas a fio. São mães e pais que perderam filhos, irmãos e amigos, aos quais o desaparecimento de alguém trouxe grandes provações; outras tantas pessoas são portadoras de males físicos, morais, mentais, espirituais; é a própria involução da condição humana que parece sofrer de uma cadeia de sofrimentos aparentemente intermináveis.

Vejamos, pois, o que nos foi possível registrar em duas reuniões públicas de Sexta-feira, no ano de 1978, e numa terceira, no início de 1979.

Os nomes dos consulentes aqui citados são pseudônimos, a fim de resguardar o imprescindível anonimato das pessoas atendidas.

O número de consulentes nessas 3 sessões públicas foi para mais de 200, de forma que para não tornar monótona a leitura, selecionamos 76 casos sinteticamente reproduzidos a seguir:

VITÓRIA — 38 anos — “Sinto ardência nas mãos e esbraseamento pelo corpo. Saíram estas manchas pelos braços e pernas. Não sinto dores, é só como se fosse uma queimação”.

LUCI — 32 anos — “Enxaquecas que duram quase uma semana em cada crise. Então, perde o apetite e emagrece. Não encontrou solução em medicamentos e pede auxílio espiritual.”

Menina ASCENSÂO — 5 anos — “Chico, minha filha pelo que os médicos dizem é portadora de mongolismo, mas eu creio que é atuação de Espíritos.” (resposta do médium: “Sua filha não tem atuação de Espíritos. Os movimentos descoordenados são da própria doença”, etc. Quando a mãe e filha se dirigiam à sala de passes o médium volta-se para mim e diz: “Os Espíritos estão me dizendo que essa menina, em vida anterior recente, suicidou-se, atirando-se de um lugar muito alto...”)

EDNA — 26 anos — “Minha personalidade muda muito frequentemente. Às vezes tenho a impressão de ser outra pessoa. Será que estou ficando louca?” (Chico: “Essa mudança em si é imposta espiritualmente. No caso você está funcionando qual um espelho. Busque ajudar-se. Qual a sua profissão?” Resposta da jovem: “Sou técnica em serviço de perfuração em máquinas IBM. Mas se continuar assim, acho que vou abandonar a profissão”. Chico: “Sugiro-lhe que não faça isso. Distraia-se em seu trabalho. Você não é louca, não. Você sabe o que quer. Diga-me, quem é Rosa?” (A moça titubeia e, após breve hesitação, responde: “É minha avó já falecida há muitos anos”. Chico intervém: “Ela está aqui e roga que lhe diga que tem procurado ajudá-la mas você deve exercer um certo controle sobre si própria. Busque orar muito. Não se preocupe, ela está dizendo que vai lhe ajudar”.)

JOÂO — 45 anos — “Desejo saber se meu filho Alcides, que sofre de ataques epiléticos, está com “encosto” espiritual. Peço saber também se minha mulher deve aceitar o emprego que está proposto messe envelope.”

ANTÔNIO — 28 anos — “Estive perturbado e me internaram em hospital psiquiátrico em São Paulo. Fiz o tratamento e não me sinto melhor.” O médium Xavier pergunta-lhe: “Quem é Alfredo?” — “É meu pai”, responde Antônio. “Ele não existe mais”. Chico acrescenta: “Ele está aqui e roga que lhe diga para continuar os tratamentos médicos, pede para que ore com fé. Ele o protege”.

MARISA — 42 anos — “Sinto dores na coluna, no peito e um cansaço permanente. Já fui a vários médicos. Quero curar-me do desespero.”

SILVA — 45 anos — “Veja esse caroço que está crescendo aqui na minha garganta, sinto muita queimação nas pernas.”

Menino RUIZ — 5 anos — “Chico, meu filho é perturbado, francamente excepcional. Fala muito pouco e não memoriza mais que cinco minutos qualquer coisa que se lhe ensine.” (Após encaminhar o menino e sua mãe para a sala de passes, o médium Xavier volta-se para mim e diz: “Esse menino, na última encarnação que viveu na Terra, deu um tiro na cabeça que lhe foi fatal”.)

VLADIMIR — 19 anos — “Vim pedir ao senhor para curar minha bronquite, tenho muita falta de ar. Não consigo deixar o cigarro, acho que não posso viver sem nicotina. Quase não durmo à noite. Creio que preciso de auxílio espiritual.”

FURTADO — 57 anos — “Sofro de um ruído ininterrupto nos ouvidos e tenho um problema constante de sexo.”

PAULINO — 38 anos — “Eu tinha economizado um dinheiro, deixei minha terra e fui para São Paulo. Empreguei esse dinheiro num negócio que foi mal e fiquei sem nada. Agora nem emprego decente consigo arranjar. Minha mulher quer deixa-me.”

MÁRCIA — 4 anos — “Minha filha é muito agressiva comigo, vive quebrando coisas em casa e ainda não aprendeu a falar. Levei-a a um médico, que a encaminhou a um psiquiatra de crianças, entretanto, ela continua muito agressiva.”

ANGELA — 50 anos — “Meu filho entregou-se à bebida alcoólica e por acusa disso não consegue ficar nos empregos. Até 2 anos atrás ainda nos dávamos bem. Agora, acho que ele não gosta mais de mim.”

CARLOS ALBERTO — 22 anos — “Chico, não posso dizer o que tenho mas trouxe esta carta que diz tudo. Meu pai expulsou-me de casa. Acho que há um espírito encostado em mim e faço o que não quero.” (O médium lê uma parte da carta depois diz: “Mas se você não entregar-se à viciação tóxica sua vida irá melhorar. Você não tem nenhum espírito encostado. Precisa é dedicar-se a agir contra as tendências destrutivas. As Leis de Deus não permitem que os espíritos nos levem a fazer coisas contrárias a nossa vontade. Se você vencer esse hábito, sua vida melhorará muitíssimo. Você tem muitas chances. Esforce-se que o Espírito de Deus não lhe faltará”.)

ZAÍRA — 38 anos — “Extirpei um seio faz 4 anos, agora o médico diz que é preciso extrair o outro seio. A biópsia deu resultado positivo de novo.”

JOSÉ — 40 anos — “Vim aqui para que me autografe este livro (título Amizade, ditado pelo Espírito Meimei) e pedir para que ore no sentido de algo que necessito.”

FRANCISCO — 56 anos — “Tenho um problema de coluna, fui operado três vezes, agora é mais difícil qualquer operação porque o diabete ficou pior.”

GERALDO — 55 anos (conduzido por uma filha) — “Meu pai ouvia normalmente, de 15 meses para cá ficou totalmente surdo. Ele presentemente vive sem esperanças”.

APARECIDA — 32 anos — “Tenho andado muito nervosa, às vezes me vem à mente uma persistente ideia de suicídio, aí eu luto comigo mesma e só não me mato porque sei que o espírito não vai morrer e vou ficar penando por aí.”

SOLANGE — 28 anos — “Às vezes vejo espíritos e quero fugir deles. Fui consultar o padre da nossa paróquia, ele me aconselhou a rezar o terço, mas os espíritos continuam.”

NADIR — 50 anos — “Chico, vim pedir proteção para estes dois filhos que estão aqui comigo e para que lá em casa tudo volte ao normal.”

ELISABETE — 45 anos — “Meu marido está voltando para o lar, eu queria saber se ele se desligou definitivamente da pessoa que o fez perder a cabeça.”

ELVIRA — 48 anos — “Perdi meu filho Antônio em agosto de 1975 em acidente automobilístico. Agora meu filho Carlos caiu em apatia, não quer comer nem se prepara mais para ir a bailes e festas. Vim pedir auxílio para esse filho.”

D.GABRIEL — 35 anos — “Sou médico cardiologista e estou cruzando uma fase muito difícil. Estou casado há 3 anos e há pouco tive um desacerto afetivo com minha esposa. Ela voltou à casa dos pais e eu cai em profunda prostração. Com o passar dos dias fui a um psicanalista conhecido, tendo um tratamento de sonoterapia.” O médium Xavier indaga: “O irmão é espírita?” — “Sou”, responde o médico. Replica o médium: “Perdoe-me, não sou ninguém para dizer-lhe isto, mas se o irmão é espírita, seu conflito afetivo poderia ser resolvido dentro dos recursos próprios com que conta nossa Doutrina. Se o seu problema fosse um caso neurológico ou, digamos, de loucura manifesta, então é certo que os recursos da Medicina psiquiátrica seriam de inestimável valia. Mas o senhor demonstra que o problema é de fortalecimento da sua vontade própria. Estamos certos de que os ensinamentos de Jesus, conforme as explicações de Allan Kardec, podem lhe oferecer o necessário apoio. O irmão é médico e amigo nosso e, portanto, sabe que respeitamos e enaltecemos a Medicina dos homens. Só não podemos aceitar é que um problema da vontade não possa ser resolvido pela própria pessoa interessada em tranquilizar-se.

JUAN — 48 anos — “Sou chileno e estou há 10 anos no Brasil. Sofro desta alergia que me surge nos braços e pescoço. Sempre que como carnes, principalmente a de porco, as manchas reaparecem. Se tomo álcool? Não, não tomo mais.”

CESÀRIO — 30 anos — O rapaz olha para Chico Xavier, os olhos marejados de lágrimas, não consegue articular uma única palavra. Permaneceu na fila desde a noite de Quinta-feira, irradia de si um halo de sofrimento manso e reprimido. O médium insta-o a falar, mas ele apenas cobre a face com as mãos. Diz-lhe o médium Xavier: “Doutor Bezerra está dizendo que quando você conseguir falar o que está sentindo, já estará melhor”. O rapaz é encaminhado à sala de passes.

SONIA — 22 anos — “Tenho sinusite desde pequenina, agora estou tomando os remédios desta receita aqui.” Diz-lhe o médium: “Continue com essa medicação e passes. Você está com as melhores indicações”.

MATSU — 60 anos — “Vim como imigrante japonês quando tinha 6 anos. Há seis meses operei-me de câncer no estômago e só melhorei quando vim a Uberaba pela primeira vez. Voltei para melhorar. Necessito de acentuar minha vontade de viver.”

NISSEI — 35 anos — “Meus problemas de coluna estão maiores apesar dos tratamentos que tenho feito"” O médium sugeriu-lhe que experimentasse a “acupuntura”.

VALDIR — 27 anos — “Detesto minha mãe desde criança, principalmente depois que ela casou-se pela Segunda vez. Ainda não consegui concluir o curso básico e não tenho emprego fixo. Sempre me saio mal no relacionamento com as mulheres.” Pergunta de Chico: “Sua mãe maltratou você alguma vez?” Resposta: “Não muito”. — “Dê-me então seu nome e endereço, também nome e endereço de sua mãe. A prece é muito importante. Você deve perdoar para sair desse campo negativo do sentimento. Nossas mães são sempre nossas benfeitoras.”

LOIVA — 24 anos — “Ouvi falar muito do senhor, queria conhecê-lo. Meu pai enfermou do coração faz dois anos, daí para cá em sonho ou em vigília me parece que caminho sempre à beira de abismos. Preciso de uma orientação e de auxílio para minha alma.”

DINARTE — 29 anos — “Estou com dois problemas. O primeiro deles é um mal na próstata. O segundo é em relação a meu pai. Não gosto de estudar e ele quer que eu seja professor. Me sinto melhor em outras profissões que não exijam tanta concentração e esforço mental.” Chico Xavier faz somente uma observação: “Em algumas existências nós vimos para enriquecer a inteligência. Em outras, para enriquecer o coração. Tudo indica que seu desenvolvimento atual deve ser o do coração.”

MARIA — 40 anos — “Chico, faz alguns anos que anseio trabalhar na caridade, mas minha família é pudica, sei lá, ela é contraria. Não quer que eu faça o bem.” — “Minha irmã”, responde o médium, “creia que o bem verte do Alto buscando expressar-se através de nós. No início das minhas tarefas na mediunidade, Emmanuel me disse: Na prática do bem não disputamos com ninguém”. “Ore e espere. A prece lhe trará um caminho para o bem que deseja fazer.”

GENI — 43 anos — “Perdi meu pai em 5/03/1969 e nunca pude esquecê-lo, porque ele foi a única pessoa que me deu amor. Na época em que viveu eu não o compreendi e algumas vezes lhe criei problemas que mais tarde me trouxeram remorsos. Sinto necessidade de pedir-lhe perdão e rogo auxílio espiritual.”

NEUSA — 42 anos — “Atualmente, perdi o amor por Jesus. Não sei como isso aconteceu mas aquele amor me fortalecia muito.” Pondera-lhe o médium Xavier: “Não, a senhora não perdeu o amor por Jesus. Uma faixa se interpôs entre a irmã e o caminho de Nosso Senhor”. — “Mas, e essa aflição que sinto?” “À noite me atormento com pensamentos atrozes. Serão espíritos demoníacos?” — Chico Xavier tira do bolso um impresso e o entrega à mulher aflita: “Peço-lhe que leia esta mensagem de Emmanuel. Busque refúgio na segurança da prece. A irmã vai melhorar”.

RAIMUNDO — 26 anos — “Vim pedir que o senhor me consiga notícias de meu pai. Sem ele a vida tem sido muito dura para mim...” O médium pede-lhe que encaminhe uma consulta à direção do Grupo.

NINA — 45 anos — “Perdi meu filho num acidente de caminhão no Paraná e não posso entender porque Deus me tenha tirado esse filho. Era a única razão da minha vida. Olhe a foto dele. Faz 3 anos que tudo aconteceu. Não sei se ele estava desgostoso; ele vinha guiando um Volkswagen que entrou na traseira de um caminhão. A vida, a vida...” Chico Xavier acrescenta o seguinte: “Está aqui um espírito que se diz chamar-se Artidório Fernandes. Está dizendo que seu filho Sidnei não se suicidou, ele ressonou na direção do carro, embora fosse de dia”. Nina obtempera: “O nome de meu filho era Sidnei mas não conheço nenhum Artidório Fernandes”. O médium Xavier volta-se para mim e comenta: “Infelizmente esta nossa irmã está com o pensamento muito voltado para o suicídio”.

VICENTE — 22 anos — “Amei muito uma garota mas não consegui me acertar com ela. Tenho um problema sexual e não consigo me realizar. Desde adolescente que carrego isso comigo. Vivo inseguro. A memória anda fraca e agora quero estudar Medicina. Acha que devo seguir essa carreira?” (O médium recomendou que ele se concentrasse nos estudos, sem desânimo!

ANA — 18 anos — “Perdi minha mãe na idade de 8 anos, mas meu pai cuida muito de mim. Agora ele extraiu um tumor na cabeça e os remédios que toma não conseguem acalmar as dores. Vim pedir orientação para que eu não me sinta tão fraca nem perca a fé e a esperança em Deus.”

NORMA — 58 anos — “Moro no Rio de Janeiro e sou escultora. Atualmente convalesço de uma crise orgânica, moral e espiritual. Sei claramente que há espíritos que me perseguem. Sinto intuitivamente que meu espírito entra numa nova fase em que vou precisar de reforço para a perspectiva de uma abertura.”

JANETE — 24 anos — “Minha mediunidade é muito conflitante e me tem trazido inúmeros problemas. Estou cursando o último ano da escola normal, mas agora ,e surgiu um tumor na garganta, bem aqui. Vim consultar para ver se devo operar-me. Preciso de orações.”

ZÉLIA — 19 anos — “Perdi meu namorado há dois anos, quando o carro dele bateu num poste. Nós havíamos discutido justo naquele dia. Eu não tinha razão e agora sinto imensa falta dele. Queria que o senhor me dissesse se Carlos guardou mágoa de mim.”

EUGÊNIA — 65 anos — “Fui operada deste pé direito, agora o médico quer operar novamente. Sinto dores mas, com alguma dificuldade, consigo andar.” O médium indaga: “A senhora sente que poderia viver com essa dor?” “Acho que sim”, responde a consulente. Recomendação de Chico: “Às vezes, sendo possível, é melhor suportar certas dores.”

ANA AMÉLIA — 50 anos — “Sou mãe de Maria Amélia que desencarnou juntamente com o esposo e mais 5 netos meus num acidente automobilístico. Esta aqui é a foto de minha filha com a família. Vim pedir notícias dela, é a Quinta vez que venho aqui.” Chico Xavier: “Está aqui conosco um espírito que diz chamar-se Francisco”. — “É meu pai!”, responde Ana Amélia. Processe o médium: “O avô Francisco diz que socorreu Maria Amélia, o esposo e os netos no instante do acidente. Maria Amélia apesar de achar-se grávida do 6º filho quando desencarnou, agora está em boa recuperação. Uma outra pessoa, também aqui presente, que se diz ser tia Leonor, pede que a senhora se tranquilize. Seus familiares estão bem na espiritualidade, é preciso que a irmã tenha fé e não alimente mágoas nem revolta. Transforme em preces a sua saudade. Deus nos sustentará.”

JUDITE — 40 anos — “Este é o meu filho Carlos de 6 anos, ele sofre dos nervos e tem dificuldade de andar. As pessoas dizem que é espírito”. Palavras do médium: “Ter um filho, ou filhos sem problemas, é privilégio de Deus. Ter filho com problema é super-privilégio para o nosso espírito”. Redarguiu D. Judite: “Antes de meu filho nascer, algo me fazia sentir ou pensar que ele não nasceria perfeito” Ao que o médium Xavier acrescenta: “A irmã já estava sendo avisada pelos Mentores. Este menino vai ser um companheiro muito querido da senhora. Vamos orar para que seja feliz”.

MOEMA — 32 anos — “Estou desolada porque perdi minha filha Dina, de apenas 9 aninhos, num acidente em que um caminhão de refrigerantes esmagou minha filha na rua. Venho rogar a bênção de notícias.” (Moema foi uma das mães que em número de três receberam mensagens de entes queridos naquela noite.)

NORMA — 50 anos — “Sou viúva e venho pedir notícias de meu marido desencarnado a 29/5/1978. Venho sentindo muita dor de cabeça e falta de ar, creio que pelo meu estado de angústia.”

JANE — 32 anos — “Esta é minha filhinha, ela não anda e não fala já com 4 anos de idade. Teve o primeiro ataque quando estava com apenas 3 meses; há poucos dias teve vinte ataques em menos de 24 horas. Aninha está sonolenta assim devido aos tranquilizantes que deve usar. Frequento o Centro Espírita de Guarulhos, mas preciso de muita ajuda dos Amigos da Vida Maior.”

MÁRIO — 30 anos — “Tenho uma inibição geral, não consigo completar meu curso de radiotécnico, que é o que gosto.” Resposta de Chico Xavier: “O irmão não está doente. Busque concentrar-se, nem que tenha que recorrer a um gravador para gravar as lições no seu subconsciente. Estude, meu filho, você é inteligente e deve aproveitar a oportunidade.”

VALDIR — 30 anos — “Não sigo bem de negócios, tenho a impressão de que alguma influência ruim me persegue. Trabalho dia e noite, acumulo um pouco do que ganho depois perco tudo em pouco tempo. Vivo em desastres financeiros constantes”.

MARINA — 20 anos — “Meu noivo Marco Antônio morreu inesperadamente; um dia antes nós havíamos discutido mas eu o amava muito. Vim pedir orientação, uma palavra, sei lá. Tenho sede de paz, anseio captar-lhe algum conselho, alguma frase que me pacifique por dentro e me reaqueça a confiança na Bondade de Deus.”

DORA — 60 anos — “Sou uma pessoa só, às vezes o mundo me parece muito agressivo, eu busco me refugiar em Deus mas o estado de meus nervos não permite. Também sofro da coluna, penso que só um tratamento espiritual poderá resolver meus problemas.”

CAIO — 42 anos — “Exerço a profissão de engenheiro mas sinto que obsedo com facilidade. Vou pouco ao Centro Espírita de meu bairro em Pinheiros, São Paulo. Certa feita frequentei a Federação Espírita de São Paulo. Lamentável e inexplicavelmente meu pai enforcou-se em 1º/12/1968 e eu sinto muito a presença dele com certa angústia para mim. Parece que uma atmosfera muito ruim me envolve em inquietude. Peço orientação espiritual e uma ajuda em esperança.”

LÚCIA — 35 anos — “Esta minha filha, agora com três anos, é mongoloide. Olhe, Chico, este rostinho não é um amor? Não sei por que Deus me deu uma prova tão dura frente a essa criaturinha tão adorável. Há dias em que mergulho na desesperança embora se firme em mim a certeza de que somente aqui encontrarei a solução que preciso do ponto de vista espiritual.”

BENEDITO — 35 anos — “Estou doente dos nervos e do sexo. Fiz tratamento num Centro Espírita mas a dor de cabeça que me atormenta não cede. Sinto como se minha vida estivesse cercada por um muro, não vejo saída.”

MARA — 24 anos — “Tive um relacionamento com um rapaz que não era benquisto por minha família. Através dele, envolvi-me com drogas, desculpe que esteja falando assim devagar, hoje não estou bem. O rapaz me abandonou e agora não consigo desvencilhar-me das drogas. Desculpe, estou um pouco dopada, acho que preciso deixar disso...”

NELI — 42 anos — “Primeiro perdi meu filho mais velho de doença do coração. Um ano depois este rapaz de que lhe mostro a fotografia foi realizar um passeio de moto em Guarulhos e morreu imprensado por um caminhão. Tenho mais dois filhos e eles querem moto. Não sei o que devo fazer para contentá-los. Preciso de sua ajuda espiritual.”

ROSE — 55 anos — “Chico, meu filho deixou de estudar e não para em emprego algum. Vive muito ensimesmada, lê muito romance policial. Vim pedir orações em favor desse filho.”

MARIA JOSÉ — 50 anos — “Meu pai está paralítico há 22 anos, cuidei dele todo esse tempo sem constituir família. Mês passado decidi tirar uns dias de férias e, ao voltar, meu irmão mais velho me expulsou de casa. Meu pai me mandou dizer que quer ir comigo para o Norte, eu venho perguntar se ele aguentará essa viagem de ônibus.”

JOSÉ — 34 anos — “Meu pai está muito doente. Ele agora está em São Paulo, com o pensamento concentrado nesta entrevista, a fim de receber auxílio vibratório. Perdoe se me emociono... As palavras... não acho palavras... É que minha vida também não anda boa, houve um acontecimento traumático com minha família, isto há mais de 10 anos e eu me afastei do Espiritismo. Sinto que preciso reiniciar um tratamento espiritual e venho pedir a esse Grupo orações em meu favor.”

APARECIDA — 55 anos — “Eu era muito ligada a um irmão que desencarnou há menos de dois anos. Ela era compositor de músicas eruditas com certa fama nos meios musicais do rio e de São Paulo. Minha mãe e minha avó sentiram e sentem muita revolta pela morte dele e eu não estou conseguindo controlar as duas. Venho pedir notícias espirituais desse irmão e preces lá para casa.”

MANOEL — 33 anos — “Lá em casa andam acontecendo coisas que não consigo entender. Não deve ser a presença de espíritos bons pelo que fazem. Eu sinto muita dor de cabeça, às vezes perco sangue pelas narinas, mordo com frequência a língua sem querer, tropeço e caio assim muito seguidamente. Percebo que há algo errado e não sei o que é. Vim pedir auxílio através de preces.”

LUIS — 29 anos — “Tenho tido muito pesadelos ultimamente e tudo o que sonho de negativo termina acontecendo. Quando vou a um ambiente com muitas pessoas, sinto que atraio sobre mim as vibrações desse ambiente. Sou como um imã atraindo alfinetes.”

LUCIMAR — 40 anos — “Perdoe minhas lágrimas, perdi meu filho em São Bernardo do Campo quando seu carro bateu num muro. Isso faz apenas dois meses, acho que seu carro bateu naquele muro, ele sofria de desmaios súbitos. Desculpe, se choro... Era moço, tinha noivado com uma moça de muito valor, era feliz... Sabe Chico, uma existência inteira não é suficiente para afastar a dor do coração de uma mãe que perde um filho. Haverá no mundo dor maior? Uma semana antes de desencanar, o meu Roberto escreveu esse poema que mandei imprimir.” 

(Olho na direção do impresso, e leio as primeiras linhas do poema:

“Levo a vida

Imaginando de onde venho

Corro riscos

Não me assustam...”)  

CARMOSINA — 48 anos — “Sou advogada e presentemente trabalho num Fórum. Perdi meu marido há dois anos, fui convidada a ir a um Centro Espírita; havia lá uma sessão de materialização, vi que alguém se materializava através do ectoplasma de um médium mas não consegui distinguir as feições do rosto. Ele me chamou de Carminha, Dra. Carminha, meu verdadeiro nome. Será que foi meu marido que se materializou naquela sessão? Tenho muitas dúvidas...”

CARLOTA — 60 anos — “Meu filho está desaparecido há onze meses. Dizem amigos dele que ele caiu na Barragem do Jupiá mas seu corpo nunca apareceu. À s vezes me vem a mente a esperança de que tudo foi brincadeira dele, quem sabe, não é? Vim pedir uma confirmação.”

PEDRO — 32 anos — “Meu problema é que não sou sexualmente potente. Fiz tratamento, o médico diz que fisiologicamente estou bem, que é tudo psicológico mas eu desconfio que não é porque estou assim desde a adolescência.”

JUAREZ — 50 anos — “Sinto dores e cãibras nas pernas. Penso que possa ser “despacho” de pessoas que me invejam ou não gostam de mim. Venho pedir ajuda espiritual.”

CARLOS — 12 anos — “Vim em visita a este Grupo e ao senhor pedir preces para que meus pais não briguem tanto.”

ANGELO — 45 anos — “Ultimamente só durmo com soníferos. De madrugada me acordo, fico de olhos abertos horas a fio. Se tomo Segunda dose, não consigo acordar na hora do trabalho.” (O médium Xavier diz a esse consulente: “O irmão não deve se dopar, isto que você sente não vem de si. O irmão é lúcido, é integro, seria bom que buscasse remédio na fé, em deus, em si mesmo. Creio que passes na base da fé lhe farão grande bem”.)

CARLOS — 23 anos — “Meu caso é que há um ano atrás, ao me desesperar por um problema que afinal não tinha a importância que eu lhe dava, dei um tiro no ouvido mas consegui sobreviver. Desde então perdi a saúde e agora quero viver. Não sei como fui fazer isso, tenho medo de um derrame, eu preciso continuar vivendo mesmo sem saúde.”

SONIA — 23 anos — “Acordo à noite com dormência no corpo. Às vezes essa dormência se transforma em tremores e então eu sinto a presença de meu pai falecido em 1976, em Minas Gerais.” SOFIA — 49 anos — “Vim para conhecê-lo... espere um pouco...(lágrimas) desculpe... peço socorro para meus sentimentos...”

ANA — 30 anos — “Meu marido desapareceu nas águas do rio Corumbá, faz um ano e até hoje não encontraram o corpo dele. Tenho três filhos, preciso de notícias que me esclareçam...”

MANOEL — 11 anos — “Vim pedir para que curem meu olho direito, esta é minha mãe. (Ela explica ao médium que com apenas 8 dias de vida o menino começou a apresentar problemas nos olhos) Chico comenta: “Antes de nasce, no Espaço, seu filho já estava assim. Ao reencarnar a moléstia seguiu seu curso. É um processo curativo ao avesso, ou seja, do perispírito para o corpo. Certos males nos advêm para que possamos enrijecer os músculos do Espírito. Para ficarmos fortes e readaptados às Leis de Deus.”

THEREZINHA — 45 anos — ... não conseguiu falar. Tirou da bolsa uma foto do filho Cássio e apertou as mãos do médium. Várias pessoas receberam, naquela noite, mensagens de seus entes queridos já desencarnados.

III — Fumo e Perispírito  

A ação do perispírito

Às nossas perguntas Chico Xavier deu as seguintes respostas: 

P — A ação negativa do cigarro sobre o perispírito do fumante prossegue após a morte do corpo físico? Até quando?

R — “O problema da dependência continua até que a impregnação dos agentes tóxicos nos tecidos sutis do corpo, espiritual ceda lugar à normalidade do envoltório perispirítico, o que, na maioria das vezes, tem a duração do tempo correspondente ao tempo em que o hábito perdurou na existência física do fumante. Quando a vontade do interessado não está suficientemente desenvolvida para arredar de si o costume inconveniente, o tratamento dele, no Mundo Espiritual, ainda exige quotas diárias de sucedâneos dos cigarros comuns, com ingredientes análogos aos dos cigarros terrestres, cuja administração ao paciente diminui gradativamente, até que ele consiga viver sem qualquer dependência do fumo.” (EMMANUEL)

Redução da resistência orgânica  

P — Como descreveria a ação dos componentes do cigarro no perispírito de quem fuma?

R — “As sensações do fumante inveterado, no Mais Além, são naturalmente as da angustiosa sede de recursos tóxicos a que se habituou no Plano Físico, de tal modo obsedante que as melhores lições e surpresas da Vida Maior lhe passam quase que despercebidas, até que se lhe normalizem as percepções. O assunto, no entanto, no capítulo da saúde corpórea, deveria ser estudado na Terra mais atenciosamente, de vez que a resistência orgânica decresce consideravelmente com o hábito de fumar, favorecendo a instalação de moléstias que poderiam ser claramente evitáveis. A necropsia do corpo cadaverizado de um fumante em confronto com o de uma pessoa sem esse hábito estabelece clara diferença.” (EMMANUEL)

P — Sendo o perispírito o substrato orgânico resultante de nossas vivências passadas, seria certo raciocinar que uma criança, nascida de pais fumantes, já teria nessa circunstância uma prova inicial a ser vencida, em consequência de certas tendências negativas de vidas passadas?

R — “Muitas vezes os filhos ou netos de fumantes e dipsômanos inveterados são aqueles mesmos espíritos afins que já fumavam ou usavam agentes alcoólicos em companhia deles mesmos, antes do retorno à reencarnação. Compreensível, assim, que muitas crianças (espíritos extremamente ligados aos hábitos e idiossincrasias dos pais e dos avós) apresentem, desde muito cedo, tendências compulsivas para o fumo ou para o álcool, reclamando trabalho persistente e amoroso de reeducação.” 

P — Pode dizer-nos se em civilizações extraterrenas mais evoluídas que a terrestre, sobrevivem esses problemas compulsivos de tabagismo, alcoolismo e tóxico?

R — “Nas civilizações sublimadas, que consideramos por muito mais evoluídas que a civilização terrestre, os problemas de tabagismo, alcoolismo e toxicomania, efetivamente não existem.” (EMMANUEL)

Fumo e mediunidade  

P — Você considera o hábito de fumar um suicídio em câmara lenta? Por quê?

R — Creio que o hábito de fumar não pode ser definido por suicídio conscientemente considerado. Será um prejuízo que o fumante causa a si mesmo, sem a intenção de se destruir, mas o prejuízo que se deve estudar com esclarecimento, sem condenação, para que a pessoa se conscientize quanto às consequências do fumo, no campo da vida, de maneira a fazer as suas próprias opções.

P — Você teria alcançado condições de desempenho de seu mandato mediúnico, ao longo de mais de meio século de trabalho incessante, se fosse um dependente da nicotina?

R — Creio que não, com referência ao tempo de trabalho, de vez que a ingestão de nicotina agravaria as doenças de que sou portador, mas não quanto a supostas qualidades espirituais para o mandato referido, de vez que considero "o hábito de cultivar pensamentos infelizes” uma condição pior que o abuso da nicotina e, sinceramente, do “hábito de cultivar pensamentos infelizes” ainda não me livrei.  

P — Que é que você habitualmente aconselha aos fumantes enfraquecidos por derrotas sucessivas, vêm pedir orientação, forças renovadas e motivação para vencer a dependência física e mental criada pela nicotina?

R — A prece e o trabalho, em meu entendimento, são sempre os melhores recursos para defender-nos contra qualquer desequilíbrio. (Chico Xavier)

IV — A Sensibilidade das Plantas nos dois Planos da Vida  

Em 1943 veio a lume o livro Nosso Lar, ditado a Chico Xavier pelo Espírito André Luiz, contendo descrições pormenorizadas da vida e atividades dos Espíritos nas regiões e paisagens do Mundo Maior, de acordo com o grau evolutivo atingido por esses Espíritos.

A narrativa, que pela primeira vez descreve a existência de cidades e colônias povoadas por Espíritos dedicados às mais diversas tarefas, no espaço que circunda o nosso planeta Terra, faz também várias referências a formosos jardins, bosques e plantas, bem como a cidades de vida organizada com serviços os mais diversificados.

Constata-se, desde logo, que, nas diversas “Moradas do Pai”, conforme o prometido pelo Cristo, a suave presença de plantas, folhagens, belos e aromáticos arvoredos, roseirais de indescritível beleza, ambientes de música e harmonia constitui um fator constante. Dir-se-ia que as plantas e flores, essas prestimosas e encantadoras companheiras do ser humano, não se limitam a enriquecer a vida somente no Plano da Matéria mais densa, mas também acompanham a Humanidade como um todo, mesmo após a passagem pela morte, apresentando-se em feições, matizes e aromas de uma forma cada vez mais etérea e espiritualizada.

O invisível no visível

P - Você confirmaria que as plantas têm memória? Cito uni exemplo: um homem molestou durante vários dias uma planta em teste — um gerânio. Um outro homem a regou e cuidou durante esses dias. Após três dias de ausência os dois se apresentaram ante o gerânio e este mostrou medo e tensão ante o primeiro, mas se tranquilizou quando da presença do segundo homem.

R — As plantas possuem, compreensivelmente, a MEMÓRIA EM CONSTRUÇÃO, se nos é permitido assim nos exprimirmos. A memória, em qualquer grau, apresenta a parcela de discernimento que haja conquistado. 

P — Para além das regras da fisiologia e da biologia de hoje, poderíamos então dizer que além de mera sensitividade molecular HÁ ESPIRITUALIDADE NAS PLANTAS?

R — Em graus e tons diversos a Espiritualidade se encontra em qualquer partícula de vida. 

P — Poderíamos então dizer que as plantas, percebendo o mundo que as rodeia, têm uma memória, uma linguagem própria e até mesmo alguns rudimentos de altruísmo?

R — Sim, reconhecendo-se que a palavra “rudimentos” está positivamente adequada à indagação proposta. 

P — Você confirmaria que as plantas e os animais aceitam a condição ou a tarefa de servir de alimento, contanto que o processo seja dentro de um ritual amoroso, capaz de evitar os agentes químicos do medo causado pela morte violenta ou desapiedada?

R — Não somente as plantas e os animais necessitam ele amor para se renderem às necessidades do processo evolutivo em que todos nos encontramos. Nós mesmos, os espíritos humanos ou candidatos à humanização, não conseguimos prescindir do amor ou da proteção do amor fim de nos submetermos às disciplinas da vida, de modo a servirmos com segurança e eficiência na engrenagem do progresso comum. 

P — E no que se refere aos minerais, você confirmaria existir ali certas formas de sensitividade peculiar, ou INÍCIOS DE ORGANIZAÇÃO ESPIRITUAL, em formações minerais tais como o basalto, o ferro, o ouro, a prata, o urânio e todos os demais radioativos? Seria então que o reino vegetal representaria o primeiro estágio da nossa evolução planetária?

R — Segundo os nossos conhecimentos atuais, o início da sensibilidade do reino mineral antecede as ocorrências de sensibilidade no mundo vegetal.

P — Todas as evidências indicam estar ocorrendo em nosso Planeta, como em nenhuma outra fase de evolução da Humanidade, sofrimentos individuais e coletivos crescentes, os quais se refletem também no meio ambiente, afetando minerais, plantas e animais, participantes (passivos?) da imensa conturbação. Essa persistência geral na dor é uma realidade vigente, ou eu estou olhando a situação sob o ângulo de uma ótica negativista?

R — Se pudéssemos trocar ideias com os minerais, os vegetais e os animais de que nos prevalecemos na Terra para a sustentação da vida física, também eles possivelmente nos perguntariam por que lhes causamos tanto sofrimento, ignorando que a dor é sofrimento educativo de primeira ordem, sem o qual o mais rudimentar aperfeiçoamento das criaturas e das coisas seria claramente impossível. (Emmanuel)

V — Assuntos da Vida:

“Morte clinica” e desencarne, amor, eutanásia, psicanálise, vida pulsante do Universo, sexo e evolução, divórcio, marxismo, o fim das guerras, a arte de envelhecer, etc.  

Com mais de dez comensais à mesa, naquele meio-dia de sábado, o médium Xavier pede que cada um se sirva daquilo que preferir, enquanto ele próprio serve refrigerante aos presentes.

Finda a refeição, e antes que Chico Xavier se retire para um repouso de meia hora recuperando energias para a tarefa evangélica de sábados à tarde, retenho-o por alguns instantes em palestra sobre planos para este livro. Sugeri-lhe que o título fosse Janela Para o Céu, tendo ele preferido que o título seja Janela Para a Vida, já que seu tema principal é a mediunidade.

Tratando de muitos e variados assuntos, disse ao médium que respondesse somente as que lhe parecessem mais apropriadas ou significativas. Apesar disso, nem uma só ficou sem resposta. Ei-las:

Psicanálise  

P — A psicanalista Karen Horney afirma que enquanto dormimos verifica-se oculta atividade mental inconsciente, fazendo com que, ao acordarmos, encontremos a impensada solução para esse ou aquele problema que nos preocupava até antes de adormecermos. Como no caso do famoso problema matemático, cuja solução aparece pronta pela manhã... Acha que essa imperceptível atividade onírica, que tantas vezes nos oferece soluções surpreendentes, é de ordem puramente mental, da própria pessoa, ou pode ter o concurso de Espíritos afins?

R — Respeito a interpretação da ciência psicológica com referência à nossa vida mental inconsciente, entretanto, creio que, na maioria dos casos em que despertamos após o sono comum com determinadas “soluções prontas” para problemas que nos inquietavam, isso se deve ao amparo de Espíritos Amigos e Benfeitores que nos estendem auxílio, quando a nossa mente repousa entre as atividades de vigília.

Aliás, não nos seria lícito esquecer que os magnetizadores, mesmo entre nós, os espíritos encarnados, conseguem prestar valioso auxílio aos companheiros por eles magnetizados, enquanto se encontram esses, no estado de hipnose, sem que eles, os magnetizados, conservem, pelo menos temporariamente, qualquer lembrança dos benefícios recebidos. 

P — Goethe afirmou certa vez que no mundo só existiu e existe um único conflito: o conflito entre a incredulidade e a fé. Você concorda com tal síntese?

R — Cremos que o admirável poeta condensou todo um mundo de pensamentos complexos na síntese apresentada, porque renteando com esse conflito entre a incredulidade e a fé, somos induzidos a reconhecer outros, como sejam os conflitos entre o ódio e o amor, entre o equilíbrio e o desequilíbrio, e outros muitos, entre os quais lidamos e lutamos, todos, nós, à busca de nosso próprio burilamento. 

VI — Mensagens do Céu à Terra 

VII — Janela para a Vida 

P — Você diria que a mediunidade é uma janela voltada para o Céu?

R — “Se me fosse possível definir a mediunidade, de minha parte eu diria que ela se parece com uma janela voltada para a vida”.   

 

 

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