O termo ideal, do latim tardio idealis,
está relacionado à ideia, ao pensamento. Aquilo que cada um se propõe como
modelo num determinado setor do pensamento ou, principalmente, da ação. Ideal
difere de objetivo. Objetivo é simplesmente uma meta a ser atingida; ideal, é
uma meta a ser atingida, mas dentro de uma perspectiva heroica. Nesse caso, um
ser humano apaixonado por um ideal é capaz de sacrifícios e mesmo de esforços heroicos.
O idealismo, que vem de ideal,
significa a atitude de espírito aberto a um ideal. Idealista é aquele que crê
no poder das ideias e na nobreza de sentimentos, para reformar o homem e a
sociedade. Neste sentido, o idealista se opõe tanto ao materialista quanto ao
egoísta.
Filosoficamente falando, o idealismo refere-se
às doutrinas que negam aos fenômenos uma subsistência em si mesmos e os reduzem
a meras representações mentais. Uma forma de idealismo é o idealismo radical,
em que tudo é absolutamente e não subjetivamente reduzido à ideia. Para Hegel,
por exemplo, o absoluto é o ideal puro, sem realidade alguma. Isso nos conduz
ao solipsismo (de solus, só e ipse, ele mesmo), que designa o isolamento da
consciência individual.
Comparando-se idealismo, materialismo e
Espiritismo, temos:
Para o idealista, o movimento das
coisas é o resultado das contradições que existem nas ideias;
Para o materialista, o movimento das
coisas constitui o elemento primário e as contradições que se produzem nas ideias
são apenas o reflexo do movimento real;
Para o Espiritismo, o movimento das
coisas está sujeito aos dois princípios fundamentais, ou seja, ao Espírito e à
Matéria. O homem, por exemplo, é um ser completo composto de Espírito,
Perispírito e Corpo Físico. Faz a síntese, afirmando que um influencia o outro.
A atividade espírita deve ser sempre idealista,
seja qual for a sua natureza. Querer receber recompensa ou almejar um lugar de
destaque em “Nosso Lar” vai contra o idealismo. Qualquer expectativa de ganho
(financeiro, posição social...) é uma forma de mercadejar as coisas
espirituais. Exemplo: quando um orador espírita começa a cobrar pelas suas
palestras, quando procura enfatizar o seu “eu” em detrimento da Doutrina, ele
deixa naturalmente de ser idealista.
O Espiritismo é por sua natureza idealista, pois
sua principal função é combater o egoísmo, chamando-o de cancro da sociedade, o
maior mal de convivência entre as pessoas. Nesse sentido, prega a caridade
desinteressada, que é amar o próximo como a si mesmo, independente de crença
religiosa.