A parábola do grão de mostarda está
assim expressa: “O Reino de Deus é semelhante a um grão de mostarda, que um
homem tomou e semeou em seu campo. Na verdade, ele é a menor de todas as sementes,
mas, depois de crescido, é maior que todos os legumes e torna-se uma árvore, de
sorte que as aves do céu vêm habitar seus ramos”. (Mateus, 8, 31-32; Marcos, 4,
30-32; Lucas, 13, 18-19.)
A mostarda é
conhecida como condimento, molho, geralmente utilizado em refeições. Na Palestina, a sinapsis
nigra atinge enormes proporções,
chegando ter, mesmo no estado selvagem, mais de três metros de altura. Para os
rabinos, um “grão de mostarda” era uma expressão para qualquer coisa pequena.
Daí, a surpresa e o “maravilhamento” pelo fato de uma minúscula semente se
tornar a maior das árvores.
Jesus, ao relatar esta parábola, quis
transmitir-nos um tipo de conhecimento moral. Aproveitou-se da concepção
rabina, endereçando-lhe uma pequena crítica, mas o seu objetivo era fazer crer
que as verdades espirituais devem crescer no coração do ser humano, podendo,
inclusive, abrigar os outros seres humanos, menos aquinhoados da revelação
divina. Em termos práticos, começou com os doze apóstolos; depois, vieram os
discípulos; hoje, grande parte da humanidade.
A evolução do princípio inteligente
pode ser pensada em termos do grão da mostarda. O princípio inteligente
(semente minúscula) foi lançado no mundo, primeiramente, no reino mineral.
Depois, estagiou no reino vegetal e no reino animal. Como Espírito, vivenciou o
reino hominal, com a possibilidade de ir para o reino angelical. Em cada um
desses reinos, foram-lhe agregadas as virtudes necessárias para o
prosseguimento de sua evolução moral e espiritual.
A semente, uma vez lançada ao solo,
tende a crescer. Cada semente, porém, cresce de acordo com a sua potência, com
a sua característica própria: umas se desenvolvem rapidamente; outras,
lentamente. O mesmo se pode falar do solo do espírito. Há necessidade de o ser
humano aguardar o tempo de maturação para as verdades espirituais. Apressando,
acaba absorvendo as fantasias e, assim, distanciando-se do verdadeiro caminho
de sua evolução espiritual.
Os Dez Mandamentos, recebidos
mediunicamente por Moisés, no Monte Sinai, pode ser considerado o ponto de
partida do crescimento do grão de mostarda (ensinamento evangélico). A semente
era pequenina, sujeita aos contratempos e às intemperanças da época, ainda
animalizada. Jesus, ao resumir os Dez Mandamentos no “amar a Deus sobre todas
as coisas e ao próximo como a si mesmo”, deu a sua contribuição para o
crescimento da semente. O Espiritismo, como o Consolador Prometido, veio no
tempo certo para recordar o que o Cristo disse e desenvolver aquilo que na
época de Cristo ficara obscuro. O grão de mostarda, explicado pelo princípio da
reencarnação e da pluralidade dos mundos habitados, penetra em outros campos de
interesse, propiciando-nos a certeza da imortalidade da alma.
Esta parábola — o grão de mostarda — é a parábola do crescimento espiritual. Esperamos que ela faça-nos crescer em espírito e verdade, para que possamos conquistar o Reino dos Céus.
Compilação: https://sites.google.com/view/temas-diversos-compilacao/par%C3%A1bola-do-gr%C3%A3o-de-mostarda