Ernesto Bozzano,
em Pensamento e Vontade, diz que os filósofos alquimistas dos séculos XVI
e XVII, Vanini, Agrippa, Van-Helmont, já atribuíam ao magnetismo emitido pela vontade o resultado de seus amuletos e
encantamentos. Van-Helmont, por exemplo, chegou a formular a teoria das
formas-pensamento, da ideoplastia, da força organizadora. Para ele, o desejo realiza-se na ideia. É a teoria sobre as ideias-forças, desenvolvida por Fouillée bem antes da vinda das obras
espíritas, principalmente as do Espírito André Luiz.
Mas, o que são
as formas-pensamento? Para a teosofia, formas-pensamento são criações mentais
que utilizam a matéria fluídica ou matéria astral para compor as características
de acordo com a natureza do pensamento. Podem ser criadas por encarnados ou
desencarnados (com características positivas ou negativas). É o resultado da
ação da mente sobre as energias mais sutis que nos circundam, criando formas
correspondentes ao pensamento externado.
O Espírito André
Luiz, em Os Mecanismos da Mediunidade, aborda extensivamente a
questão dos fluxos mentais das criaturas. Em se tratando das formas-pensamento,
diz que a telementação e reflexão comandam todos os fenômenos de associação.
Dai, "Emitindo uma ideia, passamos a refletir as que se lhe assemelham,
ideia essa que para logo se corporifica, com intensidade correspondente à nossa
insistência em sustentá-la, mantendo-nos, assim, espontaneamente em comunicação
com todos os que nos esposem o modo de sentir".
Nesse mesmo
livro, o Espírito André Luiz diz que pela ideoplastia, “o pensamento pode
materializar-se, criando formas que muitas vezes se revestem de longa duração,
conforme a persistência da onda em que se expressam”. Temos muita dificuldade
de perceber o emaranhado de vibrações que envolvem o nosso pensamento. Há uma
plêiade de Espíritos ao nosso lado e nem sempre são os melhores do universo. Como
as suas influências são sutis, expressamo-las pela nossa boca, transparecendo
que são nossas próprias ideias.
Qual o nosso principal trabalho? Criar
formas-pensamento sadias. Assim, quanto mais estudarmos a Doutrina Espírita,
colocando em prática os seus princípios diretores, mais seremos influenciados
pelos Espíritos de luz. Perseveremos no bem. Nada de pusilanimidade. A
vigilância e a oração devem ser constantes, pois são muitos os Espíritos
infelizes que se aproximam de nós para atrapalhar a nossa ascensão
espiritual.
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Formas-pensamentos [Notas do capítulo]
Pensamentos, conceitos e
auto-avaliações, positivos ou negativos, são elementos dinâmicos de indução e
influenciam no halo mental, formando “realidades energéticas” ou
“formas-pensamentos”.
As formas-pensamentos positivas são aquelas que edificamos
e alimentamos com informações e ensinamentos úteis e saudáveis para nossa evolução
espiritual.
Os indivíduos de sentimentos e pensamentos doentios podem
plasmar “estruturas de disformes feições”, que os acompanham aos lugares aonde
vão.
O orgulho, a submissão, a mágoa, o medo, a culpa, a rigidez
e outros tantos desajustes produzem “estruturas ameboides”, animadas de intensa
atividade, que ganham energia por intermédio de nossas emoções, pensamentos e convicções
costumeiras.
A criatura que se julga superior — “a melhor” — cria “estruturas
mentais” em sua aura que se nutrem desse seu complexo de superioridade. Reciprocamente,
essa mesma pessoa irá gerar outra “forma-pensamento” que corresponda ao inverso
da primeira, ou seja, uma estrutura mental oposta — um complexo de
inferioridade. As “formas-pensamentos” vivem em partes opostas.
Se possuímos qualidades e capacidades mais desenvolvidas
que as dos outros, não é por sermos superiores, mas porque as desenvolvemos com
esforço e dedicação.
Aceitar ser como somos é respeitar nosso grau evolutivo. Essa
afirmação nos tira da “neurose das comparações”.
Fonte de Consulta
A Imensidão
dos Sentidos: aprendendo a lidar com a sua mediunidade. Francisco do Espírito Santo Neto, pelo Espírito
Hammed, copyright 2000.