Os Centros Espíritas originam-se,
geralmente, da boa vontade de alguns adeptos do Espiritismo, que se juntam e
organizam um grupo para o estudo e a prática dos ensinamentos trazidos por
Allan Kardec. A maioria começa com o "Culto Cristão no Lar". Com o
tempo, novos frequentadores aparecem e sentem-se na obrigação de oficializar a
empreitada, ou seja, fundar uma Casa Espírita.
A fundação de uma Casa Espírita requer os
cuidados com a estrutura material e a estrutura espiritual. Na estrutura
material, que é o local onde se realizam as sessões de estudo e as práticas
mediúnicas, há que se oferecer aos frequentadores um ambiente limpo, com boa ventilação
e propício ao recolhimento. Na estrutura espiritual, temos a preparação dos
médiuns: para que eles possam oferecer uma boa acolhida aos que procurarem a
entidade.
Nos Centros Espíritas, alguns com mais de
50 anos de existência, os trabalhadores mais antigos têm
muitas histórias para contar: fatos pitorescos, o sacrifício para a
manutenção do prédio, os chás beneficentes para arrecadar fundos, os melindres
suportados com heroísmo, a paciência para com os defeitos próprios e alheios
etc.
Ao surgirem novos colaboradores, os
trabalhadores antigos vão lhes dando oportunidade, inclusive para assumirem
postos na administração do Centro. Depois de assumirem essas funções, vão
deixando os mais antigos num segundo plano, como se estivessem desatualizados e
já não servissem para mais nada. Lembremo-nos de que um Centro Espírita
não é como uma empresa, que troca os trabalhadores antigos pelos novos. Aqui, a
vivência dos primeiros fundadores é de importância vital.
Este texto é fruto de uma mensagem, que um
Espírito amigo deixou durante uma reunião mediúnica, em que enfatizava um
deslize que poderíamos estar cometendo: desprezo aos trabalhadores antigos.
Façamos uma reflexão: como estamos tratando os fundadores de nossa Casa
Espírita? Estamos aproveitando as suas experiências? Estamos atendendo aos seus
conselhos?