Desde o seu
descobrimento, em 1500, o Brasil foi um país oficialmente católico por
quatro séculos. Mesmo com sua independência, em 1822, a Igreja católica
continuou oficialmente unida ao novo Estado-nação. Somente no final do século
XIX, quando a monarquia foi substituída pelo regime republicano, o catolicismo
deixou de ser a religião oficial do Estado. Na constituição de 1891,
inscreveu-se a moderna liberdade de culto. Hoje, temos um
pluralismo religioso.
Este pluralismo religioso teve como
consequência a expansão das igrejas neopentecostais. Daí o Brasil,
mais do que um país católico, tornou-se um país cristão. Quer dizer, o recuo do
catolicismo não implica o recuo do cristianismo. Quem abandona o catolicismo,
adere a outro ramo do cristianismo. Os pentecostais nada mais fazem do
que recristianizar os católicos desistentes da sua antiga
Igreja.
O catolicismo, apesar de
estar perdendo adeptos, abarca 75% da população brasileira adulta. No censo demográfico de 1991, os católicos no Brasil eram 121 milhões.
Em segundo lugar vem o protestantismo, com 13% da população,
segundo dados de 1994, dividido, desde o início do século XX, em protestantes
históricos e pentecostais. Percebe-se, assim, que a
maioria (88% da população adulta) dos brasileiros professa o cristianismo.
O protestantismo tem muito a ver com
a chegada de imigrantes, principalmente nos estados do Rio Grande do Sul e
Santa Catarina. Lembremo-nos dos alemães que vieram ao Brasil em 1824,
originando o luteranismo. Ainda hoje, o luteranismo continua sendo
a maior das denominações históricas existentes no Brasil. No final do século
XIX, já tínhamos todas as denominações clássicas do protestantismo: luteranos;
anglicanos, ou episcopais; metodistas; presbiterianos; congregacionalistas, e
batistas.
Nas primeiras décadas do século XX,
começaram a chegar as igrejas pentecostais. Os evangélicos pentecostais
cresceram rapidamente e, no início da década de 90, pelo menos um décimo dos
brasileiros adultos era pentecostal (10%), ao passo que os protestantes
históricos representavam apenas 3% desses brasileiros. Eis algumas de suas igrejas:
Assembleia de Deus, Igreja Pentecostal o Brasil para Cristo, Igreja Universal
do Reino de Deus, Deus é Amor, Renascer em Cristo.
Fora do campo propriamente cristão,
temos o espiritismo, e o conjunto da religiões afro-brasileiras.
Há, também, as religiões não cristãs menos representadas no Brasil em
número de seguidores: o judaísmo, o islã, o budismo, o Hare Krishna, o
xintoísmo e outros cultos vindos do Japão e da Coréia: Seicho-No-Iê, Soka
Gakkai, Igreja Messiânica, Perfect Liberty etc.
Destaque especial para a umbanda,
que surgiu na década de 1920, no Rio de Janeiro, como sendo uma religião
genuinamente brasileira. Além do fato de ter nascida no Brasil, a umbanda
também pode ser dita "religião brasileira" porque é a resultante de
um encontro histórico: o encontro cultural de diversas crenças e tradições
religiosas africanas com as formas populares de catolicismo, mais o sincretismo
hindu-cristão trazido pelo espiritismo de origem europeia.
Fonte de Consulta
GAARDER, Jostein, HELLERN, Victor,
NOTAKER, Henry. O Livro das Religiões. Tradução Ilsa Mara Lando. São
Paulo: Companhia das Letras, 2000.