A emoção é um estado da mesma
natureza que o sentimento, porém de maior complexidade, pois é excitada por um
complexo ideológico. Paixão é a reação às emoções, produzidas
por causas externas e internas. Inicialmente passiva, torna-se ativa quando
espontaneamente a elas adere e quase coopera com elas. Eis alguns tipos de
emoção: raiva (sentimento de ódio), medo (consciência
de um perigo), amor (estado de calma e satisfação), felicidade (satisfação
diante do mundo) e tristeza (sentimento de insatisfação).
A emotividade é
a reação excessiva diante de um acontecimento. A emotividade compreende o
sentimento, a emoção e a paixão. No sentimento, nossas reações
permanecem organizadas; na emoção, há descontrole; na paixão,
exalta-se fortemente um sentimento a expensas de outros. Há, no indivíduo,
uma acepção interna e particular, que se distingue da sua apresentação pública.
Suponha a corrupção: internamente, o sujeito é contra, pois o seu valor moral a
reprime veemente. Na vida pública, é obrigado a conviver com ela, o que lhe
causa uma grande tensão entre os seus sentimentos de pureza, de honestidade, de
ético, com aqueles que é obrigado a enfrentar no seu dia a dia.
As paixões têm origem na emoção. Pode-se dizer que
a paixão é um sentimento mais duradouro do que a própria emoção. É um movimento
da alma que nos arrasta pra fora do nosso estado normal, provocado ou pela
atração de um bem que se ama, ou pela repulsa de um mal do qual se foge. Paixão
é um desejo que não permite outros. Rousseau dizia: “Todas as nossas paixões
são boas quando nos tornam senhores; todas são más quando nos tornam escravos”.
Descuret: “necessidades desregradas que geralmente começam por nos seduzir para
acabar tiranizando-nos”.
A emoção é, inicialmente, orgânica, porque é a
resposta a uma sensação. No caso da paixão, é aquele ímpeto do nosso ser para
realizar alguma coisa, que geralmente emprestamos um valor extraordinário.
Desta forma, agimos mais em função da emoção do que da razão. O correto era
parar pensar e tomar uma decisão mais envolta com a razão ou uma reflexão mais
acurada sobre os fatos.
O Espiritismo empresta-nos diversas ferramentas
para bem administrarmos as emoções. Há as preces, as leituras edificantes e os
passes. O mais importante é a visão de mundo que as suas teses nos oferecem.
Olhando as coisas terrenas de um ponto de vista elevado, os infortúnios, as
decepções e as afeições contrariadas não passam de incidentes desagradáveis, no
curso de uma viagem, que em outro produziria violenta emoção.
Tenhamos em mente uma ação emotivo-racional. Em qualquer situação, façamos uso do pensamento reflexivo, para nos desviarmos da precipitação e evitarmos os possíveis erros.