Problema: deve-se arrancar o joio ou deixá-lo crescer junto
ao trigo?
As parábolas nada mais
são do que ensinamentos paralelos a uma lição principal. É a apresentação de uma
realidade concreta que evoca, por comparação, uma realidade superior,
notadamente moral e espiritual. O joio – do grego zizanion
(cizânia) significava uma gramínea anual que parecia muito com trigo até
que amadurecesse.
O texto bíblico. "Outra parábola lhes
propôs, dizendo: O reino dos céus é semelhante a um homem que semeou boa
semente no seu campo; mas, enquanto os homens dormiam, veio o inimigo dele,
semeou joio no meio do trigo, e retirou-se. E, quando a erva cresceu e produziu
fruto, apareceu também o joio. Então, vindo os servos do dono da casa, lhe
disseram: Senhor, não semeaste boa semente no teu campo? Donde vem, pois, o
joio? Ele, porém, lhes respondeu: Um inimigo fez isso. Mas os servos lhe
perguntaram: Queres que vamos e arranquemos o joio? Não! replicou ele, para
que, ao separar o joio, não arranqueis também com ele o trigo. Deixai-os
crescer juntos até à colheita, e, no tempo da colheita, direi aos ceifeiros:
Ajuntai primeiro o joio, atai-o em feixes para ser queimado; mas trigo,
recolhei-o no meu celeiro." (Evangelho segundo São Mateus 13:24-30)
A parábola do joio e do trigo é uma
continuação da “parábola do semeador”. Na parábola do semeador, há uma situação
hipotética, em que a semente cai em terrenos de qualidades distintas. Aqui, há
um tipo específico de semente, a do trigo. Com o trigo podemos fazer farinha, e
com a farinha, o pão, o macarrão etc. É um produto necessário à manutenção da
vida humana. Devemos associá-lo ao conceito de bem.
Os trabalhadores do campo adubaram a
terra, cavaram os buracos, jogaram as sementes de trigo e cuidaram de regar as
plantinhas tenras. Depois desse esforço, foram dormir, descansar pelo dia
trabalhado. Os inimigos, porém, esperaram a noite vir, trabalharam no escuro e
jogaram a erva daninha. É um chamamento à vigilância. “É pelo descuido do
lavrador que a colheita se perde, é pelo descuido do professor que o aluno se
torna ocioso, é pelo descuido da educação que os delinquentes juvenis surgem.
Assim, para que o bem se conserve e se dilate haverá necessidade de esforço
constante”.
Nesta parábola, o joio deve crescer
junto com o trigo. Por quê? Porque estas ervas são parecidas. Caso
tencionássemos tirar o joio, poderíamos, por engano, arrancar também o trigo.
Neste caso, Jesus está nos dizendo que o mal deve conviver com o bem, sem,
contudo, que o bem seja conivente com o mal. O mal deve ser sempre combatido.
Há, porém, a necessidade de esperar o momento certo, pois qualquer coisa que é
feita fora de hora pode não produzir seus frutos desejados.
Esta parábola remete-nos à lei de causa
e efeito. Todos somos livres para semear; a colheita, porém, será obrigatória.
Podemos semear tanto o trigo quanto o joio. É como a opção entre o bem e o mal.
Se optarmos pela prática do bem, a recompensa futura será mais liberdade; caso
optemos pelo mal, estaremos prisioneiro do mesmo.
O mal é inerente à imperfeição humana. Na Terra, somos todos mais ou menos imperfeitos; por isso, a compaixão que cada um de nós deve nutrir para com o seu próximo. A convivência com o mal é a resignação da alma ante uma situação irremediável. O homem de bem deve combater o mal, mas sempre pelo lado da mansuetude e não pelo da guerra, da violência.
Compilação: https://sites.google.com/view/temas-diversos-compilacao/par%C3%A1bola-do-joio-e-do-trigo