Filosofia é
a ciência geral dos princípios e das causas. A Filosofia Espírita é
a Filosofia vista sob o ponto de vista dos princípios codificados por Allan
Kardec. Em metafísica, é qualificável de existencial tudo
o que, por oposição ao essencial ou ao conceitual, concerne à afirmação de uma
existência. O existencialismo é qualquer doutrina que admite,
por oposição aos filósofos do conceito cujo modelo é o sistema hegeliano, a
existência como centro de sua reflexão.
O existencialismo moderno surgiu
como decorrência das duas grandes guerras mundiais: a Primeira Guerra
(1914-1918); a Segunda Guerra (1939-1945). Na guerra, um ser humano destrói o
outro sem o menor constrangimento. Daí, a percepção do sentido do absurdo
juntamente com a do sentimento trágico da vida: desespero, náusea, nada.
Dentre os existencialistas, talvez Sartre seja o
mais conhecido. A sua filosofia é a filosofia da consciência. Procura
demonstrar que o Ego não está na consciência
mas no exterior, no mundo, onde encontra o seu lugar de existência. No mundo, o
ego aparece em “perigo”. Para ele, o cogito surge ofuscado pela
inquietude da “facticidade”, e pensa: mesmo “estilhaçado”, o cogito se
abre à liberdade, pois existir é superar a existência em direção à impossível
essência, mas esse movimento é também transcendência.
Para o existencialismo, conforme o ser humano vai
vivendo, ele vai formando a sua existência. Assemelha-se à tabula rasa de
Locke. A essência é como uma folha em branco, que vai sendo preenchida pelas
nossas experiências. No Espiritismo, não é assim que acontece, pois o Espírito,
o princípio inteligente do universo (essência), toma um corpo (existência), mas
é anterior ao corpo, porque já teve outras vivências passadas.
Segundo o existencialismo, se as pessoas agirem de
conformidade com as atitudes inautênticas, ou seja, de modo mecânico e superficial,
elas não sentirão nem medo, nem angústia. Quando, porém, optam pelo
comportamento autêntico, em que a verdade se desvela, sentirão a angústia, que
é a impossibilidade do possível. O Espiritismo não despreza o medo e a
angústia, sintomas de nossa ignorância com respeito à lei de Deus. Mas, uma vez
compenetrados dos ditames dessa lei, passamos a vê-los como um estado de
transição para a perfeição de nosso Espírito imortal.
A sociedade individualista e consumista leva-nos
irremediavelmente ao niilismo. Vendem-nos a ideia de que temos que ser ricos,
poderosos, famosos. Com isso, todos os nossos recursos pessoais são deslocados
para esse fim. A livre busca do saber e os sentimentos profundos da alma são
considerados maus e reprimidos. Voltemos os nossos olhos para o saber dos
antigos, principalmente o dos gregos.
O desespero, a falta de fé, a dor e sofrimento na atualidade são consequência da falta de valores morais sólidos, os quais têm sido medrados em nosso meio, principalmente no âmbito político. Quando relaxamos os valores morais, outros entram em seu lugar. Necessitamos urgentemente de uma mudança comportamental, para que possamos nos ater ao que é realmente vital para o nosso progresso espiritual.
Compilação: https://sites.google.com/view/temas-diversos-compilacao/filosofia-esp%C3%ADrita-e-os-problemas-existenciais