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Mártir. Do grego martys, "testemunha". Pode
tratar-se de um testemunho no plano histórico, jurídico ou religioso. Um
"mártir" é alguém que é morto injustamente por aquilo em que
acredita. Por extensão, pessoa que sofre extremamente ou morre por uma causa.
Figuradamente, todo e qualquer gênero de sofrimento corporal ou moral.
Martírio. Sofrimento e morte suportados por fiéis à fé. Morte ou tormentos
sofridos pela religião cristã: a palma do martírio; o martírio de
Cristo. Martirológico diz respeito à história dos mártires. Martirológio,
ou seja, louvor dos mártires, significa a lista dos mártires com as datas das
suas mortes. Por extensão, catálogo de vítimas.
Nos três primeiros séculos da
era cristã, os martírios foram numerosos. Na época do imperador Diocleciano,
por exemplo, havia a "era dos Mártires", mencionando a grande
quantidade de vítimas ocorrida entre 303 e 313.
Jesus é o protótipo do
mártir. Pela voluntariedade do seu sacrifício, deu o testemunho supremo da
sua fidelidade à missão que o Pai lhe confiou. Dizia: "Eu nasci e vim ao
mundo para dar testemunho da verdade" (cf. Ap 1,5; 3,14).
O evangelista Lucas sublinha,
na Paixão de Jesus, os traços definidores do mártir. Conforto da graça
divina na hora da angústia (Lc 22,43); silêncio e paciência diante das acusações
e dos ultrajes (23,9); inocência reconhecida por Pilatos e Herodes (23,4);
esquecimento dos próprios sofrimentos (23,28); acolhida prestada ao ladrão
arrependido (23,43); perdão dado a Pedro (22,61) e aos próprios perseguidores
(22,51; 23,34).
Observe que não somente Cristo
fora tratado como mártir. A morte de Sócrates também foi vista como um
martírio. Por quê? Para a Igreja cristã, como Jesus era o Verbo, Sócrates
fora uma espécie de cristão pré-cristianismo.
Os mártires do
Espiritismo. Na religião, o martírio liga-se ao derramamento de sangue.
Como o Espiritismo não é uma religião, não há necessidade desse derramamento.
Na "Revista Espírita" (abril de 1862), Allan Kardec diz que os
mártires do Espiritismo encontram-se naqueles que lutam pela ideia nova; são
chamados de loucos, insensatos, visionários. Acrescenta: "O
progresso do tempo trocou as torturas físicas pelo martírio da concepção e do
parto cerebral das ideias que, filhas do passado, serão mães do
futuro".
Fonte de
Consulta
GRANDE ENCICLOPÉDIA PORTUGUESA
E BRASILEIRA. Lisboa/Rio de Janeiro: Editorial Enciclopédia, [s.d. p.].
LEMAÎTRE, Nicole, QUINSON,
Marie-Thérèse e SOT, Véronique. Dicionário Cultural do Cristianismo.
Tradução de Gilmar Saint'Clair Ribeiro, Maria Stela Gonçalves e Yvone Maria de
Campos Teixeira da Silva. São Paulo: Loyola, 1999.
LEON-DUFOUR, X. et al. Vocabulário
de Teologia Bíblica. Rio de Janeiro: Vozes, 1972.
Não importa a definição
de transtornos mentais: o que está em jogo é a angústia para a
pessoa e as pessoas que estão ao seu derredor.
Transtornar é modificar a ordem, atrapalhar. Transtorno é a
situação que causa incômodo a outrem; contratempo, contrariedade. Transtornos
mentais são síndromes ou padrões comportamentais ou psicológicos
clinicamente importantes, que ocorrem num indivíduo e que estão associados a
sofrimento, morte, doença etc.
Os transtornos mentais têm a
sua história. Uma das primeiras teorias supunha que a pessoa afetada estava
possuída por espíritos maus. Para lidar com o problema usavam diversas
estratégias, como por exemplo, fazer furos no crânio do indivíduo para expulsar
os demônios. Na Idade Média, concebeu-se os transtornos mentais como doença
física (em função da paralisia). Com Freud e seus seguidores, na
época moderna, os transtornos mentais resultam das experiências da
infância do sujeito. Outros acham que o transtorno é fruto de aprendizagem
mal-adaptativa.
Dentre os vários tópicos
relacionados com este assunto, citemos: 1) A psicopatologia que
tem a incumbência de estudar um comportamento anormal; 2) transtorno
bipolar - caracterizado pela alternância de estados maníacos e
depressivos; 3) a esquizofrenia - conjunto de psicoses
endógenas; 4) maníaco - que ou aquele que revela sintomas de
mania.
No estudo dos
transtornos mentais, a esquizofrenia é a mais séria. As
pessoas com esse transtorno sofrem perturbações em todos os aspectos da vida,
incluindo seu pensamento, suas emoções e seus relacionamentos sociais. A
sintomatologia é variada como delírios persecutórios e alucinações. O transtorno
obsessivo-compulsivo não fica atrás. São as situações extremas dos pensamentos indesejados e inoportunos
pelas quais as pessoas passam e não têm condições de administrar sozinhas esse
mal-estar.
Os médicos espíritas, baseados
nos fundamentos da Doutrina Espírita, enveredam por um caminho diferente do da
medicina convencional. Para Andrei Moreira, presidente
da Associação Mineira de Médicos Espíritas, o "transtorno mental é um
resquício do passado". Para os médicos espíritas, a depressão atinge
aqueles espíritos rebeldes, que não estão satisfeitos com a vida que Deus lhes
deu.
Em se tratando de um Centro
Espírita, parece-nos importante separar o problema estritamente físico e
psicológico das influências espirituais - obsessão, subjugação. O atendente do Centro Espírita deve enfatizar que a
assistência espiritual (passes) não dispensa o tratamento médico.
Fonte de
Consulta
GLEITMAN, H., REISBERG, D. e
GROSS, J. Psicologia. Tradução de Ronaldo Cataldo Costa. 7.ed., Porto Alegre: Artmed, 2009
O Livro da
Psicologia. Tradução Clara M. Hermeto e Ana Luisa
Martins. São Paulo: Globo, 2012.
— É fenômeno comum — elucidou o
Assistente. As faculdades mentais de nossa irmã sofredora estagnaram-se no
remorso, em razão do delito máximo de sua existência última, e, desde que foi mais
intensamente tocada pelas reflexões da morte, entregou-se, de modo total, a
semelhantes reminiscências. Por haver cultivado a fé católica romana,
imagina-se ainda diante do sacerdote, acusando-se pela falta que lhe maculou a
vida... (Capítulo 4