29 dezembro 2022

Joana d’Arc

Baseando-nos no livro Joana d’Arc Médium, de Léon Denis, anotamos alguns dados biográficos deste Espírito, encarnado na França, durante o período da Guerra dos 100 Anos, entre França e Inglaterra.

No momento em que Joana d'Arc vai aparecer na cena da História, a França era um país curvado ao poderio inglês. Não era propriamente um país como hoje é conhecido. Constituía-se de vários feudos.

Joana d’Arc nasceu em 1412, numa aldeia ignorada até então, que se tornaria célebre e célebre faria Domremy. Filha de pobres lavradores, aprendeu a fiar a lã junto com sua mãe e guardava o rebanho de ovelhas. Teve três irmãos e uma irmã. Não aprendeu a ler, nem a escrever, pois cedo o trabalho lhe absorveu as horas.

Como a aldeia era afastada, somente tomou contato com os horrores da guerra, quando as tropas inglesas se aproximaram e toda a família precisou fugir e se esconder.

Aos 12 anos começou a ter visões. A figura que ela divisou, identificou como sendo a do arcanjo São Miguel. As duas mensageiras espirituais que o acompanhavam, como Catarina e Margarida, santas conforme a Igreja que ela frequentava.

Impulsionada pelas supostas vozes, Joana d'Arc acreditava que tinha duas missões. Uma era salvar sua terra, a França, e a outra era libertar a cidade de Orleans e fazer com que o Carlos VII fosse coroado rei. Durante 4 anos ela hesitou e a história de suas visões começou a se espalhar. Ao alvorecer de um dia de inverno, ela se levanta, prepara uma ligeira bagagem, e parte para a sua nobre misão.

Joana d'Arc  foi condenada pela Igreja por prática de feitiçaria. O objetivo era provar que Joana era uma enviada do demônio. Consequentemente, se desmoralizaria o rei Carlos VII. Afinal, que espécie de rei era aquele que se deixara enganar por uma bruxa?

Durante 6 meses ela é submetida a uma verdadeira tortura moral. Os interrogatórios são longos, cansativos. A execução se dá no dia 30 de maio de 1431. Seu cabelo foi raspado. Ela é atada a um poste e a fogueira é acesa. Quando as chamas a envolvem e lhe mordem as carnes, ela exclama: "Sim, minhas vozes eram de Deus! Minhas vozes não me enganaram."

A morte de joana d'Arc era a prova inequívoca da mediunidade que lhe guiara a trajetória terrena. No capítulo XXXI de O livro dos médiuns, vindo a lume no ano de 1861, quando o Codificador reúne Dissertações Espíritas, confere à de Joana D'Arc o número 12, onde ela se dirige aos médiuns, em especial, concitando-os ao exercício do mediunato.

Segundo o Espírito Humberto de Campos, pelo médium Chico Xavier, a última reencarnação de Judas Iscariotes na Terra foi da conhecida heroína francesa Joana d'Arc, queimada nas fogueiras inquisitoriais do século XV, conforme mensagem apresentada no livro Crônicas de Além Túmulo.

Compilaçãohttps://sites.google.com/view/temas-diversos-compilacao/joana-darc

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Depois dos vários dias e das várias perguntas sobre as vozes que ouvia, e com o veredicto de morte pelo fogo, disse: "Viver sem fé é mais terrível que o fogo, mais terrível que morrer jovem. Não tenho mais nada a fazer aqui." (Do filme Joana d'Arc, de 1948)




28 dezembro 2022

Sociedade Parisiense de Estudos Espíritas

A Sociedade Parisiense de Estudos Espíritas, fundada em 1º de abril de 1858, por Allan Kardec, que foi escolhido presidente por aclamação, com sede em Paris, França, tem por objetivo estudar o Espiritismo e pesquisar os fenômenos mediúnicos, conforme o primeiro artigo de seu regulamento: "A Sociedade tem por objeto o estudo de todos os fenômenos relativos às manifestações espíritas e suas aplicações às ciências morais, físicas, históricas e psicológicas".

O lançamento da Sociedade Parisiense de Estudos Espíritas foi notificado na edição de maio de 1858 da Revista Espírita. O regulamento completo da entidade foi publicado em O Livro dos Médiuns, Segunda Parte, cap. XXX. As principais atividades e notas da Sociedade eram publicadas na Revista Espírita.

Esta sociedade contava com a colaboração de vários médiuns, pelos quais seus membros interagiam com os Espíritos comunicantes, tendo São Luís como o patrono espiritual de seus trabalhos. Havia, assim, os membros titulares, os membros livres, os médiuns e os membros correspondentes.

Razão para a formação desta sociedade. Com a chegada de mais adeptos, a casa de Allan Kardec tornou-se muito acanhada para abrigar um número maior de interessados. Daí, a necessidade de um lugar mais amplo.

Depois da desencarnação do seu fundador, a Sociedade Parisiense de Estudos Espíritas ficou a cargo de uma comissão diretora composta de sete membros, dentre as quais Amélie Boudet, a viúva de Kardec, porém, não permanecendo ativa por muito tempo, uma vez que os continuadores da obra kardecista passaram a se concentrar nas atividades de uma organização, a Sociedade Anônima, que o codificador havia projetado para substituí-lo.

Cronologia da Sociedade Parisiense de Estudos Espíritas (SPEE): começa em 1858 e vai até 2019.

Funcionamento da Société Parisienne des Études Spirites (SPEE). Havia normas para o comparecimento à reunião. Nenhuma pessoa estranha à Sociedade era admitida nessa sessão, salvo em casos excepcionais e com assentimento prévio do Presidente, ou seja, do próprio Allan Kardec...

http://www.autoresespiritasclassicos.com/allan%20kardec/Sociedade%20Parisiense%20de%20Estudos%20Esp%C3%ADritas/Sociedade%20Parisiense%20de%20Estudos%20Esp%C3%ADritas.htm



Introdução a "O Evangelho Segundo o Espiritismo"

Allan Kardec, na introdução de Evangelho Segundo o Espiritismo, aborda alguns pontos para um melhor conhecimento do Evangelho em si como também à própria Doutrina dos Espíritos. Eis um breve resumo:

Objetivo desta obra. Para evitar os inconvenientes da interpretação dos textos evangélicos, Allan Kardec procurou, nesta obra, reunir apenas os trechos que podem constituir, propriamente falando, um código moral universal, sem distinção de cultos. Para ele, as instruções dos Espíritos são verdadeiramente as vozes do céu que vêm esclarecer os homens e convidá-los à prática do Evangelho.

Autoridade da Doutrina Espírita. A autoridade da Doutrina Espírita reside no fato de não haver um revelador. São diversos Espíritos e diversos médiuns, ao redor do mundo, os encarregados de propagarem os princípios desta doutrina. A única garantia segura do ensino dos Espíritos está na concordância das revelações feitas espontaneamente, através de um grande número de médiuns, estranhos uns aos outros, e em diversos lugares”.

Controle universal do ensino dos Espíritos. O controle universal é uma garantia para a unidade futura do Espiritismo, e anulará todas as teorias contraditórias. É nele que, no futuro, se procurará o criterium da verdade.

Notícias históricas. Anota a relevância de se buscar o significado das palavras que foram empregadas na época, principalmente aquelas expostas em certas passagens dos Evangelhos. Assim sendo, cuidemos de compreender alguns desses termos, tais como: Samaritanos, Nazarenos, Publicanos, Peageiros, Fariseus, Escribas, Sinagoga, Saduceus, Essênios, Terapeutas.

Sócrates e Platão são considerados os precursores da Doutrina Cristã e do Espiritismo. Tanto Sócrates quanto Jesus tiveram vidas parecidas: não deixaram nada escrito. Sobre Jesus, sabemos pelos apóstolos; sobre Sócrates, por meio de Platão. Além disso, as grandes ideias não aparecem nunca de súbito. As que têm a verdade por base contam sempre com precursores, que lhes preparam parcialmente o caminho.

Resumo da Doutrina de Sócrates e Platão. São 22 tópicos que versam sobre a alma, o corpo, o relacionamento alma-corpo, o estado moral da alma, a vida após a morte, o problema da justiça... Tudo comparado com os princípios do Espiritismo.



O Bem e o Mal

“O Bem e o Mal” refere-se ao capítulo III, do livro A Gênese, de Allan Kardec. Abaixo, fizemos um pequeno resumo:

Origem do mal. O mal não pode ter origem em Deus, que é todo bondade, todo sabedoria, todo justiça. O que é infinitamente justo não pode produzir injustiça.

Satanás. Se houvesse tal entidade, ela seria igual a Deus ou lhe seria inferior. No primeiro caso, haveria duas potências em luta; no segundo, esta entidade lhe seria inferior, portanto, ser-lhe-ia subordinada. Consequentemente, Deus teria criado o Espírito do mal, o que seria a negação da infinita bondade.

Causa do mal. Há duas espécies de mal: o que podemos evitar e o que é independente de nossa vontade. Dada a limitação do nosso conhecimento, não conseguimos vislumbrar o conjunto da obra de Deus, e consideramos as coisas más e injustas que, sob outro ponto de vista, seriam totalmente boas e justas.

Flagelos naturais. O ser humano, usando a sua inteligência, e tendo a grande ajuda da ciência, consegue prever alguns flagelos naturais. Com isso, pode ajudar a minorar o mal que tal flagelo poderia causar à humanidade.  

Utilidade dos males. Incitamento à pesquisa dos meios de subtrair esses males, o que é um grande exercício para sua inteligência e de todas as suas faculdades físicas e morais.  "A dor é o aguilhão que empurra o homem para a frente na via do progresso".

Males mais numerosos. São aqueles que o homem criou para si mesmo, por seus próprios vícios, aqueles que provêm de seu orgulho, de seu egoísmo, de sua ambição, de sua cobiça, de seus excessos em todas as coisas.

“Deus estabeleceu leis cheias de sabedoria, as quais não têm outra finalidade senão o bem; o homem encontra em si mesmo tudo o que é necessário para segui-las; seu caminho é traçado por sua consciência; a lei divina está gravada em seu coração; e além disso, Deus as faz lembrar sem cessar, por seus messias e seus profetas, por todos os Espíritos encarnados que receberam a missão de esclarecê-lo, moralizá-lo, aperfeiçoá-lo, e nestes últimos tempos, pela multidão de Espíritos desencarnados que se manifestam em todos os lugares. Se o homem se conformasse rigorosamente com as leis divinas, não é duvidoso que evitaria os males mais amargos, e que viveria feliz sobre a terra. Se não o faz, é em virtude de seu livre-arbítrio, e disso ele sofre as consequências”. (O Evangelho Segundo o Espiritismo, cap. V, ns. 4, 5, e 6 e seguintes).

Remédio o mal proporciona. Chega um momento em que o excesso do mal torna-se intolerável e obriga o homem mudar o seu caminho. Consequentemente, será obrigado a procurar um remédio no bem.

O mal é a ausência do bem. Onde o bem não existe, forçosamente há a presença do mal. Deixar de praticar o mal já é fazer o bem. "Deus não quer senão o bem; o mal provém unicamente do homem".

Sobre as imperfeiçoes do homem. De acordo com o seu livre-arbítrio, o homem não é levado nem ao bem nem ao mal. Deus quis que, pelas suas escolhas, fosse progredindo entre erros e acertos até atingir a perfeição, que é o seu ponto de chegada.

A função das paixões. No começo da jornada espiritual, tem mais necessidades materiais. Conforme o tempo vai passando, passa a ter necessidades intelectuais e morais. "O que outrora era um bem, porque era uma necessidade de sua natureza, torna-se um mal, não somente porque não é mais uma necessidade, mas porque tal se torna nocivo à espiritualização do ser".

Compilação: https://sites.google.com/view/temas-diversos-compilacao/bem-e-o-mal-o



27 dezembro 2022

Conclusão: O Livro dos Espíritos

Neste texto, faremos um resumo da “Conclusão”, de O Livro dos Espíritos, de Allan Kardec.

Fenômeno das mesas girantes. Observando atentamente o fenômeno das mesas girantes, Allan Kardec pode, com a aplicação do método teórico-experimental, descobrir os princípios fundamentais da Doutrina Espírita.

O maravilhoso e o sobrenatural. Allan Kardec mostra que os fenômenos sobre os quais se apoia só tem de sobrenatural a aparência. Todos os fenômenos espíritas, sem exceção, são consequências de leis naturais.

Fé no futuro. Demonstrando a imortalidade da alma, Allan Kardec reaviva o futuro, reergue os ânimos abatidos, faz suportar com resignação as vicissitudes da vida.

A lei de justiça, amor e caridade. Essa lei se funda sobre a certeza do futuro. Tirai essa certeza e tirareis a sua pedra angular. Dessa lei deriva todas as outras, porque ela encerra todas as condições da felicidade humana.

Os três períodos do desenvolvimento da ideia espírita. O desenvolvimento dessas ideias apresenta três períodos distintos: o primeiro é o da curiosidade provocada pela estranheza dos fenômenos; o segundo é o do raciocínio e da filosofia; o terceiro, o da aplicação e das consequências.

Sobre a oposição às ideias espíritas, os Espíritos têm dito: “Não vos inquieteis com a oposição, tudo o que fizerem contra se tornará em vosso favor e os vossos maiores adversários servirão à vossa causa sem o querer. Contra a vontade de Deus a má vontade dos homens não poderá prevalecer.” 

Força do Espiritismo. A força do Espiritismo não está no fenômeno, mas na sua filosofia, no apelo que faz à razão e ao bom senso. O Espiritismo não é obra de um homem. Ninguém se pode dizer seu autor porque ele é tão antigo quanto a Criação; encontra-se por toda parte, em todas as religiões...

Três aspectos diferentes da manifestação do Espiritismo. O Espiritismo se apresenta sob três aspectos diferentes: o das manifestações, o dos princípios de filosofia e moral que delas decorrem e o da aplicação desses princípios. Daí as três classes ou antes os três graus de adeptos: 1.º) os que creem nas manifestações e se limitam a constatá-las: para eles é uma ciência de experimentação; 2.º) os que compreendem as suas consequências morais; 3.º) os que praticam ou se esforçam por praticar essa moral.

A moral do Espiritismo. A moral do Espiritismo não é superior à moral do Cristo. O que o Espiritismo nos proporciona é maior clareza desses ensinamentos, muitas vezes obscurecidos pelos dogmas que se foram criando ao longo do tempo.

Divergências de opinião sobre certos aspectos da Doutrina.

De acordo com Allan Kardec, os Espíritos sempre o aconselharam a não se inquietar com essas divergências, pois que a unidade se faria: ora, a unidade já se fez sobre a maioria das questões e as divergências tendem a desaparecer cada dia.

Escutemos sobre este assunto, para terminar, os conselhos de Santo Agostinho:

— “Durante muito tempo os homens se estraçalharam e se anatematizaram em nome de um Deus de paz e de misericórdia, ofendendo-o com um tal sacrilégio. O Espiritismo é o laço que os unirá um dia porque lhes mostrará onde está a verdade e onde está o erro. Mas ainda por muito tempo haverá escribas e fariseus que o negarão, como negaram o Cristo. Quereis, pois, saber sob influência de que Espíritos estão as diversas seitas que se repartem o mundo? Julgai-as pelas suas obras e pelos seus princípios. Jamais os bons Espíritos foram instigadores do mal; jamais aconselharam ou legitimaram o assassínio e a violência; jamais excitaram o ódio dos partidos nem a sede de riquezas e honrarias, nem a avidez dos bens terrenos. Somente os bons, humanos e benevolentes para com todos são os seus preferidos, como são também os preferidos de Jesus porque seguem a rota indicada para levar a Ele. — Santo Agostinho.



Esperanças e Consolações

“Esperanças e Consolações” é o título do Livro IV, de O Livro dos Espíritos, de Allan Kardec, e trata das penas e dos gozos terrenos e futuros. Abaixo estão algumas anotações:

A felicidade e a infelicidade são relativas. A felicidade e a infelicidade são o reflexo do ponto de vista de cada um de nós. Se dermos demasiada importância às coisas deste mundo, tão logo surja um fracasso de nossa vaidade, sentir-nos-emos extremamente infelizes. Se, porém, elevarmos o nosso pensamento ao infinito, as vicissitudes da vida parecerão mesquinhas e pueris.

Perda de entes queridos. O consolo a respeito da perda de entes querido pode vir do seguinte pensamento: dois amigos estão numa mesma cela da prisão; ambos devem ter um dia a liberdade, mas um deles a obtém primeiro. Seria caridoso que aquele que continua preso se entristecesse por ter o seu amigo se libertado antes? Quer dizer, lamentar a partida do ente querido é impedir que este seja feliz.

A ingratidão, as decepções e a quebra de afeições. A percepção desses estados da alma deve ser considerada como uma prova para a nossa persistência na prática do bem. Tomemos a ingratidão, que é filha do egoísmo. De acordo com as instruções dos Espíritos, o egoísta encontrará mais tarde corações insensíveis como ele próprio o foi.

Uniões antipáticas. As uniões antipáticas fundamentam-se em duas espécies de afeição: a do corpo e a da alma. A afeição da alma, quando pura e simpática, é duradoura; a do corpo, perecível: eis porque os que se julgam amar com um amor eterno acabam se odiando, quando passa a ilusão.

Preocupação com a morte. O ensinamento religioso a respeito de um paraíso e de um inferno, e que a maioria irá para o inferno, recebido em tenra idade, tem grande influência no medo da morte. Os princípios doutrinários espíritas apontam para uma vida futura, feliz ou infeliz, de acordo com as práticas de cada dia, o que nos traz grande consolo.  

Desgosto pela vida. Suicídio. O suicídio é o efeito da ociosidade, da falta de fé e geralmente da sociedade. Para aqueles que exercem as suas aptidões naturais para um fim útil, longe estarão desses pensamentos infelizes, pois suportam as suas vicissitudes com tanto mais paciência e resignação, quanto mais agem tendo em vista a felicidade mais sólida e mais durável que os espera.

O nada. A vida futura. A percepção de uma vida futura é decorrente da pré-existência da alma. Antes da encarnação o Espírito conhece todas essas coisas, e a alma guarda uma vaga lembrança do que sabe e do que viu no estado espiritual.

Intuição das penas e dos gozos futuros. É o pressentimento da realidade, dado ao homem pelo seu Espírito. Nesse sentido, deveríamos dar mais valor à nossa voz interior, que procura sempre nos encaminhar para a nossa própria felicidade.

Intervenção de Deus nas penas e recompensas. Todos estamos submetidos às suas leis. Ao violarmos as leis de Deus, sofremos a consequência dessa violação. Nesse caso, não nos devemos queixar senão de nós mesmos, que nos fazemos assim os artífices de nossa felicidade ou de nossa infelicidade futura.

Natureza das penas e dos gozos futuros. Desde que a alma não é matéria, as penas e os gozos não podem ser materiais. O Espírito, uma vez desprendido, é mais impressionável: a matéria não mais lhe enfraquece as sensações.

Penas temporais. São períodos necessários para o refazimento do Espírito e a sua preparação para novos desafios, tanto no plano material quanto no plano espiritual.

Expiação e arrependimento. O arrependimento auxilia a melhora do espirito, mas o passado deve ser expiado.  

Duração da penas futuras. A duração diz respeito ao tempo necessário para o melhoramento do Espírito.

Ressurreição da carne. Embora tenha sido mal interpretada pelos religiosos, o dogma da ressureição da carne nada mais é do que a consagração da reencarnação ensinada pelos Espíritos.

Paraíso, inferno, purgatório e paraíso perdido. Não são lugares circunscritos, mas o estado da alma do ser vivente.



26 dezembro 2022

Espiritismo entre os Druidas, O

Baseado num texto céltico, que não se sabe a autoria, cuja aparição causou uma certa emoção no mundo sábio.

Na leitura do tema “O Espiritismo entre os Druidas”, contido na edição de abril de 1858, da Revista Espírita, de Allan Kardec, anotamos os seguintes tópicos:

Ponto de partida. Há, em toda parte traços da Doutrina Espírita, ou seja, da universalidade da doutrina que os Espíritos nos ensinam. Coube à época de Kardec coordenar esses fragmentos esparsos entre todos os povos, para chegar à unidade de princípios.

Desfiguração da doutrina dos druidas. A ignorância e os preconceitos contribuíram para essa desfiguração. Acabamos conhecendo a doutrina druida somente pelos seus aspectos exteriores, tais como, sacrifícios sangrentos e culto sagrado ao carvalho. Contudo, elevava-se, sob certos aspectos, até as mais sublimes verdades; mas essas verdades eram apenas para os seus iniciados.

Mesmo convertido ao cristianismo, o druidismo não se extinguiu por completo. Os druidas tiveram uma sociedade solidamente constituída, voltada principalmente, em aparência, ao culto da poesia nacional, mas que, sob o manto poético, conservou com fidelidade notável a herança intelectual da antiga Gaule.

As tríades. Os desenvolvimentos contidos nas tríades estariam fora do cristianismo. Sabe-se que os druidas tinham uma predileção particular pelo número três, e o empregavam especialmente, assim como no-lo mostram a maioria dos monumentos gauleses.

Distribuição da tríades. As onze primeiras estão consagradas à exposição dos atributos característicos da Divindade. Em seguida aos princípios gerais, relativos à natureza de Deus, o texto passa a expor a constituição do Universo.

Resumo da teologia druida. As almas nascem no fundo do Universo, no abismo (annoufn); daí, essas almas passam no círculo de migrações (abred), onde seu destino se determina através de uma série de existências, conforme o uso bom ou mau que fizerem da sua liberdade; enfim, elas se elevam ao círculo supremo (gwynfyd), onde as migrações cessam.

Traço característico dessa teologia. Consiste na ausência de um círculo particular, tal qual o Tártaro da antiguidade pagã, destinado à punição sem fim das almas criminosas.

Pontos de contato com o espiritismo. No espiritismo, temos a escala espírita, com suas ordens e classes. Há grande semelhança com os círculos Cegant, Gwynfyd e Abred da escala druida.

Lembrete: o druidismo admite o possível retorno às camadas inferiores, enquanto o Espírito, conforme o Espiritismo, pode permanecer estacionário, mas não pode degenerar. 


25 dezembro 2022

Cristo e Nós

“E disse-lhe o Senhor em visão: — Ananias! E ele respondeu: Eis-me aqui, Senhor!” — (Atos, 9:10.)

“Cristo e Nós” refere-se ao capítulo 17 do livro Fonte Viva, pelo Espírito Emmanuel, psicografado por Francisco Cândido Xavier.

Algumas notas deste capítulo:

Espera recíproca. Nós esperamos por Jesus e Jesus espera igualmente de nós. Nesse sentido, cada um de seus discípulos deve sincronizar o seu desejo com o desejo do mestre Jesus, para que o Evangelho possa ser disseminado no seio da humanidade.

Redenção do mundo. Nada ocorre ao acaso, sem esforço, sem trabalho. Não podemos vislumbrar um mundo redimido sem que os seus habitantes estejam redimidos.

Início do trabalho de redenção. Jesus buscou primeiramente Pedro e André; depois, formou uma assembleia de 12 apóstolos, que foram se multiplicando ao longo do tempo. Nós também podemos fazer parte desse exército, desde que nos disponhamos a seguir os seus ensinamentos.

Insistência do mestre em nossa conversão. A redenção procede do Alto, mas não se concretizará sem mãos e braços fortes para levar adiante os apelos de evangelização de todas as criaturas.

O papel de Ananias na divulgação da Boa-Nova. Depois da queda de Paulo no caminho de Damasco, foi necessário que Ananias lhe tirasse a cegueira dos olhos, a fim de que se convertesse num verdadeiro divulgador da mensagem de Cristo.

Assistência pessoal do mestre ao Paulo. Esta assistência mostra que a Humanidade não pode iluminar-se e progredir sem o Cristo. Por esta razão, o Cristo não dispensa os homens na obra de soerguimento e sublimação do mundo.

Principais afirmativas do mestre. “Ide e pregai”, “Eis que vos mando”, “Resplandeça a vossa luz diante dos homens”, “A Seara é realmente grande, mas poucos são os ceifeiros”... Essas afirmativas mostram a importância que Jesus dava à contribuição humana.

Ideia condensada. Cristianismo significa Cristo e nós.

Compilação: https://sites.google.com/view/temas-diversos-compilacao/cristo-e-n%C3%B3s

 

24 dezembro 2022

Voltei: Notas do Livro

"Se o homem soubesse a extensão da vida que o espera além da morte do corpo, certamente outras normas de conduta escolheria na Terra!”

Volteicopyright 1949, é um livro ditado pelo Espírito Irmão Jacob [Frederico Figner, trabalhador da Federação Espírita Brasileira], psicografado por Francisco Xavier. Neste compendio, esforça-se por nos transmitir as impressões de um encarnado que passa para o outro lado da vida.

Algumas notas extraídas do livro

Mensagem inicial. A prática de alguns atos de solidariedade não nos tornam quitados com a Lei; o apoio de algum mentor amigo não nos conduz ao paraíso.

Dificuldades do intercâmbio mediúnico. Por mais que os Espíritos desejem, a mensagem transmitida depende da cooperação do médium, que nem sempre está bem preparado para esse trabalho. [Capítulo 1]

Frente à morte. Relatou que teve a impressão de ter dois corações batendo em seu peito: o de carne, descompassado; o outro, mais equilibrado, mais profundo... [Capítulo 2]

Lição do transe. Percebeu que os objetos de uso pessoal emitem radiações, e quando imantados ao nosso psiquismo, dificultam a nossa real libertação do mundo material. [Capítulo 3]

Sensação de estar num “corpo de ilusão”. Isso acontece porque, segundo Bezerra de Menezes, o poder da vida ilimitada na criação de Deus é infinito. [Capítulo 4]

Desligamento final. Viu-se projetado a enorme distância, e o choque o assaltou tão bruscamente que julgou ter chegado o momento de “outra morte”. [Capítulo 5]

Percalços do caminho. Bezerra de Menezes, uma espécie de supervisor da viagem, apontou que haveria surpresas dolorosas. Nesse sentido, todos deveriam manter a serenidade e o desapego para não serem vítimas das trevas. [Capítulo 6]

O incidente em viagem. Na viagem, o grupo deveria passar por uma ponte sobre um abismo, repleto de Espíritos trevosos. Um deles lembrou que havia matado uma pessoa. Foi o estopim para as trevas se levantarem. [Capítulo 7]

Sensação de encontrar amigos da Doutrina. O Irmão Jacob sentiu-se surpreso e muito jubiloso ao encontrar Guillon, Cirne, Inácio Bittencourt e Sayão. [Capítulo 8]

Esclarecimentos sobre o esquecimento. Para o instrutor Andrade, a encarnação e a desencarnação constituem choques renovadores para o ser. Em se tratando da reabsorção das reminiscências, os seres mais evoluídos têm-na quase que instantaneamente, enquanto os outros, devem esperar pacientemente para não provocar perturbações destrutivas. [Capítulo 9]

O julgamento dos atos. O instrutor Andrade elucidou-nos que a morte não nos conduz a tribunais vulgares e, sim, à própria consciência, e dentro de nós mesmos, encontramos, de acordo com os conhecimentos evangélicos hauridos no mundo, os pontos vulneráveis do Espírito e a maneira de corrigi-lo. [Capítulo 10]

Fenômenos de sintonia espiritual. O irmão Andrade disse que, através de semelhante processo, era possível comunicar-se com o círculo físico, quando o intermediário terreno possa conservar a mente na onda de ligação mental durante o tempo indispensável. [Capítulo 11]

Encontro com Guillon e Schutel. Houve muita conversa e troca de ideias a respeito do trabalho de educação evangélica aos encarnados. Guillon e Schutel salientaram que o importante é não ferir-lhes o livre-arbítrio. [Capítulo 12]

Destino do drogado após o desencarne. De acordo com o Espírito Guillon, o drogado vagueará por aí, à vontade dos verdugos que o exploram, até que, um dia, delibere, modificar-se, intimamente, para o bem de si mesmo. [Capítulo 13]

Encontro com Thomas Edison. Quanto ao seu invento, disse que Deus é o criador e ele um simples intermediário. Sobre novas descobertas, argumentou: “não será a ocasião de inventarmos uma lâmpada divina e eterna que funcione, para sempre, dentro de nós mesmos?” [Capítulo 14]

Não ser digno das manifestações de luz. Refletindo sobre suas faltas e seus defeitos, achava que não devia ser examinado por amigos e, sim, julgado na qualidade de réu. [Capítulo 15]

Administrando as imperfeições do caminho. Não devemos nos lamentar por não possuir amplo desenvolvimento da luz interna. Qualquer desalento de nossa parte significa reação indébita de nossa vontade contra os soberanos e justos desígnios de Cima. [Capítulo 16]

Conceitos da Cartilha Preparatória. Ninguém ilude as leis universais, Jesus é o ministro absoluto, toda criatura humana possui consigo as sementes de Sabedoria e do Amor... [Capítulo 17]

O trabalho de doutrinação. Na dificuldade de convencer Espíritos rebeldes, tem o seguinte insight: “surge o minuto em que os doutrinadores da Terra são doutrinados pelos serviços que deixaram de fazer”. [Capítulo 18]

Ação dos inimigos do bem. Eles nos lembram de antigas faltas, erros do passado, omissões da idade madura. Por fim, da boca de inúmeros infelizes e ignorantes Jacob ouviu longas recordações de seus atos. [Capítulo 19]

O conselho fraterno de Bezerra de Menezes. “Jacob, se os nossos irmãos ignorantes, depois da morte do corpo, na maioria das vezes prosseguem algemados às ações ruinosas a que se dedicaram, continuemos, por nossa vez, nos serviços de espiritualização que nos devotamos”. [Capítulo 20]