O Espiritismo –
como doutrina elaborada por Allan Kardec – surgiu em 18 de abril de 1857, data
da publicação de O Livro dos Espíritos, base do edifício espírita,
pois ali estão expostos seus princípios fundamentais: Deus, Espírito,
pluralidade dos mundos habitados, reencarnação, entre outros. A
terminologia é recente, contudo a ideia espírita é obra de toda a humanidade.
Vem formando-se lentamente através dos tempos.
Allan
Kardec, na Revista Espírita de 1858 (p.216), afirma que o
Espiritismo faz parte da natureza e é praticado desde a mais alta antiguidade.
Em algumas das 11 revistas (1858-1868), estabelece as duplas ligações do
Espiritismo com o Cristianismo, de um lado, e com o Druidismo, de outro. Além
disso, aponta na introdução de O Evangelho Segundo o Espiritismo,
que Sócrates (470-399 a. C.) e Platão (427-347 a. C.), filósofos gregos da
Antiguidade, são considerados os precursores do Espiritismo e do Cristianismo.
O
fenômeno de Hydesville de 31 de março de 1848, nos Estados Unidos, com a
brincadeira de bater na parede para se comunicar com o Espírito Charles Hosma,
deu origem ao moderno espiritualismo. Depois desse episódio, assistimos à
febre das experiências com as mesas girantes, que se alastrou pelo mundo todo.
Este é o marco inicial do Espiritismo codificado por Allan Kardec.
Na
divulgação do Espiritismo, os Centros Espíritas desempenham papel importante,
pois é dentro desse recinto que se desenvolvem as práticas espíritas: passes,
trabalhos de desobsessão, assistência social etc. Na Internet, há diversas
publicações de estudo e pesquisa sobre a ideia espírita, em que se procura
esmiuçar temas doutrinários diante da ciência e da filosofia.
Allan
Kardec, na Revista Espírita de 1858 (p.250), assinala quatro
fases para a propagação da Doutrina:1) Curiosidade – os
Espíritos batedores chamam a atenção ao fenômeno, preparando os caminhos
futuros; 2) Observação – o Espiritismo entra no período
filosófico. Pelo aprofundamento, tende á unidade; 3) Admissão –
o Espiritismo ocupará lugar oficial entre as crenças universalmente
reconhecidas; 4) Influência sobre a ordem social – sob a
influência dessas ideias, a humanidade entrará em novo caminho moral. O futuro
do Espiritismo está vinculado à renovação social.
Na
pergunta 798 de O Livro dos Espíritos, há a afirmação de que o
"Espiritismo se tornará crença geral e marcará nova era na história da
humanidade, porque está na Natureza e chegou o tempo em que ocupará lugar entre
os conhecimentos humanos". A crença geral não significa que o Espiritismo
irá substituir todas as religiões, mas que a sua luz servirá para todas. O
Espiritismo influenciará não só as religiões, mas todas as organizações
terrestres, governamentais e não-governamentais, porque, quando cada indivíduo
receber esta influência, passá-la-á, necessariamente, para a sociedade em que
vive.
Busquemos
o conhecimento inspirando-nos nas luzes da razão espírita. Hoje, mais do que
nunca os seres humanos precisam da universalidade dos preceitos doutrinários
espíritas.