04 setembro 2021

Contos e Apólogos: Algumas Notas

Contos e Apólogos é um livro psicografado por Francisco Cândido Xavier, pelo Espírito Irmão X, editado pela Federação Espírita Brasileira, copyright 1958. São 40 histórias simples e humildes que o autor espiritual ouviu de outros viajores.

Notas

"O médium cristão é sempre um faroleiro com as reservas de óleo das possibilidades divinas, a benefício de todos os que navegam a pleno oceano da experiência terrestre, indicando-lhes os rochedos das trevas e descerrando-lhes o rumo salvador: todavia, quantos deles perdem a oportunidade de serviço vitorioso pela prisão indébita nos casos particulares que procedem geralmente de bagatelas da vida?" (Capítulo 4 — "Faroleiro desprevenido")

"— Pois bem — concluiu o amigo espiritual, benevolente —, a única medida aconselhável é a paralisia da consciência. Tome meio quilo de anestésicos por dia, descanse o corpo em poltronas e leitos, durma o resto da existência, despreocupe-se de todos os deveres, fuja à aspiração de elevar-se, resigne-se à própria ignorância e cole-se a ela, tanto quanto a ostra se agarra ao penedo, e, desde que você se faça completamente inútil, por mais nada fazer, a crítica baterá em retirada. Experimente e verá". (Capítulo 8 — "O remédio objetivo")

"— O sofrimento é assim como um caçador providencial em nossas experiências. Sem ele, a Humanidade não se elevaria à renovação e ao progresso. Quem se acomoda com os planos inferiores, dificilmente consegue descortinar a Vida Mais Alta, sem o concurso da dor. Saibamos, assim, tolerar a aflição e aproveitá-la. Quando a criatura se vê na condição da borboleta aflita e desajustada, aprende a receber na Terra o socorro do céu". (Capítulo 9 — "O caçador providencial")

"— Paixão, ofereci a você sete sugestões de trabalho que foram recusadas. Segundo os ensinamentos de que dispomos, o remédio se destina ao doente e o socorro àqueles que o reclamam pela posição de ignorância ou sofrimento. O Espiritismo solicita o esforço e o concurso dos homens de boa-vontade e de entendimento fraternal que se amparem uns aos outros; entretanto, ao que me parece, você é o companheiro dos anjos e os anjos, meu amigo, estão muito distanciados de nós. É provável possamos colaborar no roteiro de ação para o seu Espírito, contudo, é mais razoável que você nos procure quando tiver duas asas". (Capítulo 16 — "O companheiro dos anjos")

"— Meus irmãos, nossa casa, sem dúvida, precisa movimentar-se, avançar e progredir; entretanto, como poderá o corpo adiantar-se, quando as mãos e os pés se mostram inertes? Todos possuímos ideias fulgurantes e providenciais, todavia, onde está a nossa coragem de materializá-las? Quando os membros se demoram paralíticos, o pensamento não faz outra coisa senão imaginar, orar, vigiar e esperar... Sou o primeiro a reconhecer o imperativo de nossa expansão, lá fora, no grande mundo das consciências, no entanto, até que sejamos o conjunto harmonioso de peças vivas, na máquina da caridade e da educação, como veículos irrepreensíveis do bem, não disponho de outro remédio senão aguardar o futuro, no Espiritismo das quatro paredes... " (Capítulo 20 — "Ideias")

"— Fragoso, é preciso pensar. Segundo o Evangelho, bem-aventurado é aquele que dá com alegria. Mas, realmente, você não deu. Suas anotações não deixam margem a qualquer dúvida. Você simplesmente deixou. Deixou, porque não podia trazer". (Capítulo 27 "Dar e deixar") 

"— Tivemos notícias, sim... As interpelações dos Mentores da Vida Mais Alta, notificou que havia algo errado na máquina da justiça humana e que, por isso, rogava o prazo de quinhentos anos para continuar observando os homens, a fim de responder..." (Capítulo 35 — "Questão de justiça")

"— Pedro, lembra-te de que não fomos chamados para socorrer as almas puras... Venho rogar-te a caridade do silêncio quando não possas auxiliar! Suplico-te para os filhos de minha esperança a esmola da compaixão..." (Capítulo 38 — "A esmola da compaixão")

"— Sim, diremos que o Espiritismo com Jesus, pedindo às almas encarnadas para que se regenerem, buscando o conhecimento superior e servindo à caridade, é, de fato, o roteiro da luz, mas que há tempo bastante para a redenção, que ninguém precisa incomodar-se, que as realizações edificantes não efetuadas numa existência podem ser atendidas em outras, que tudo deve permanecer agora como está no íntimo de cada criatura na carne para vermos como ficarão depois da morte, que a liberalidade do Senhor é incomensurável e que todos os serviços e reformas da consciência, marcados para hoje, podem ser transferidos para amanhã... Desse modo, tanto vale viverem no Espiritismo como fora dele, com fé ou sem fé, porque o salário de inutilidade será sempre o mesmo..." (Capítulo 40 — "Nos domínios da sombra")