Luz
Acima, psicografia de Francisco Cândido Xavier, pelo Espírito Irmão X,
copyright 1948.
Notas
“—
Sim, vamos. Todos os que permanecem neste este átrio de repouso merecem a
bênção divina. O católico, o reformista, o espiritista e o incrédulo,
suscetíveis de serem erguidos até aqui, foram, homens de elevada expressão na
melhoria do mundo. Todavia, para servir imediatamente ao meu lado, prefiro o
irmão que não tenha o pensamento prisioneiro do salário celestial. Preciso de
um cooperador liberado das complicações de pagamento. A conta prévia costuma
dificultar o trabalho”. (Capítulo 6 — "O anjo servidor")
“—
Dizem igualmente que até hoje, muitos séculos decorridos sobre os ensinamentos
de Jesus, raríssimas pessoas aparecem pleiteando posição no Reinado Celestial,
mas milhões de criaturas disputam ferozmente, todos os dias, os melhores
recursos de alcançarem a maioridade terrestre, segundo as definições de
Satanás...” (Capítulo 7 — "No reino da Terra")
“O
homem poderá rir com Voltaire, estudar com Darwin, filosofar com Spinoza,
conquistar com Napoleão, teorizar com Einstein, ou mesmo fazer teologia com São
Tomás; entretanto, para viver a existência digna, há que alimentar-se
intimamente de princípios santificantes, tanto, quanto entretém o corpo à custa
de pão. Quem não dispõe do divino combustível para uso próprio, recorre
inconscientemente às reservas alheias, porquanto, não existe idealismo superior
que não tenha nascido da atividade espiritual e, sem ele, o conceito de
civilização redunda em grossa mentira”. (Capítulo 11 — "Esclarecimento")
“—
Trata-se da perda do dia de serviço útil, que representa ônus definitivo, por
distanciar-nos de todos os companheiros que se eximem a essa falha”. (Capítulo
16 — "A perda irreparável")
“— O
único remédio seguro que conheço contra as tentações é o mergulho do pensamento
e das mãos no trabalho que nos dignifique a vida para o Senhor”. (Capítulo 17 —
"Remédio contra as tentações")
“Você
sabe que o peixe, para elevar-se das profundezas abismais a que se adaptou,
necessita modificar a bexiga natatória. E que fazer com milhões de mentes
humanas, estacionadas em processos inferiores da inteligência, incapazes de
respirar além da atmosfera densa do vale, se não lhes forem proporcionadas aqui
condições de vida análogas ou profundamente análogas às da Crosta Terrestre?”
(Capítulo 20 — "Em resposta")
“Antônio
acercou-se da vaca, levantou-a, e sem que bolinha percebesse guiou-a para alto,
de onde se contemplava enorme precipício. Do cimo, o santo ajudou-a a
projetar-se rampa abaixo. Em breves segundos a vaca não mais pertencia ao rol
dos animais vivos na Terra”. (Capítulo 26 — "A proteção de Santo Antônio")
“Examinou
as pupilas do homem e descobriu a inquietação da maldade. Sondou os olhos do
boi e encontrou calma e paz”. (Capítulo 28 — "O homem e o boi")
“— A
Verdade! quero a Verdade!...
A
benfeitora, reconhecendo-o novamente cego, viu-se inibida de atender.
Inclinando-se-lhe aos ouvidos, esclareceu:
—
Agora é tarde...
O
moribundo suplicou a intervenção do Tempo, mas o Tempo escusou-se, informando,
inflexível:
—
Agora será necessário esperar...
E a
Morte, querida e detestada, respeitada e incompreendida, aproximou-se
serenamente, baixou o pano e concluiu:
—
Agora, é comigo. Tratarei de seu caso.” (Capítulo 30 — "Velho
apólogo")
“—
Pedro, há precisamente uma hora procurava situar o domicílio de nossos maiores
adversários. De então para cá, cinco apareceram, entre nós: o medo, a cólera, a
dureza, a vaidade e a maledicência... Como reconheces, nossos piores inimigos
moram em nosso próprio coração”. (Capítulo 31 — "Os maiores
inimigos")
“—
Parece-me que o paraíso, sonhado por você, é o éden da espécie "Limax arborum".
Essas criaturas, que no fundo são igualmente filhas de Deus, organizam o
próprio lar, através de folhas e flores. Aquietam-se e dormem descansadas sob a
claridade do firmamento. Nada perguntam. Não riem, nem choram. Desconhecem os
enigmas. Não sabem o que vem a ser aflição ou dor de cabeça. Alimentam-se
daquilo que encontram nas árvores preciosas da vida. Ignoram se há guerra ou
paz, dificuldade ou pesadelo entre os homens. Vivem alheias aos dramas
biológicos, aos conflitos espirituais e, se um cataclismo fulminasse o Universo
em que nos achamos, não registrariam grandes diferenças...” (Capítulo 32 — "Numa
cidade celeste")
“—
Como reconheces, Filipe, não foi a claridade do alto que nos dificultou a
marcha e, sim, a pedrinha modesta do chão”. (Capítulo 34 — "Na subida
cristã")
“— Se
a prática do mal exige tanta inteligência e serviço de um homem, calculemos a
nossa necessidade de compreensão, devotamento e perseverança no sacrifício que
nos reclama a execução do verdadeiro bem”. (Capítulo 35 — "Inesperada
observação")
“—
Pedro, para ferir e amaldiçoar, sentenciar e punir, a cidade e o campo estão
cheios de maus servidores. Nosso ministério ultrapassa a própria justiça. O
Evangelho, para ser realizado, reclama o concurso de quem ampara e educa,
edifica e salva, consola e renuncia, ama e perdoa...” (Capítulo 36 — "Nas
hesitações de Pedro")
“—
Prossegue em teu caminho e não teimes. Realmente, reclamamos companheiros para
o ministério. Já possuis, todavia, muitos títulos de inibição e o Evangelho
precisa justamente de corações desembaraçados que estejam prontos ao necessário
auxílio em nome de Nosso Pai”. (Capítulo 37 — "Candidato impedido")
“Intensa
luminosidade espiritual resplandecia em torno de sua cabeça venerável. Nova
bênção desceu de mais alto e, com surpresa de todos no dia imediato, Ildefonso
acordou paralítico...” (Capítulo 40 — "Rogativa reajustada")
“—
Sim — disse o sábio interlocutor —, você chegou até Moisés. Voltará
naturalmente ao corpo de carne, a fim de prosseguir o aprendizado com
Jesus-Cristo.
E,
sorridente, acrescentou:
— Seu
curso está com um atraso de mil e novecentos anos...” (Capítulo 42 — "Até
Moisés")
“—
Neste poço singelo, Judas, tens a lição que desejas. Quando quiseres água pura,
retira-a com cuidado e reconhecimento. Não há necessidade de alvoroçar a lama
do fundo e das margens. Quando tiveres sede de ternura e amor, faze o mesmo com
teus amigos. Recebe-lhes a cooperação afetuosa sem cogitar do mal, a fim de que
não percas o bem supremo”. (Capítulo 44 — "Do aprendizado de Judas")
“— A
escritura divina do Evangelho é o próprio coração do discípulo”. (Capítulo 45 —
"A escritura do Evangelho")