06 janeiro 2021

Ciência Espírita e suas Implicações Terapêuticas (Livro)

Ciência Espírita e suas Implicações Terapêuticas é um livro do professor José Herculano Pires, cuja primeira edição data de 1979. Nesse livro, o autor discorre sobre os princípios da terapêutica espírita, os vícios e as perversões, a concepção errônea da homossexualidade, as curas, a psiquiatria espírita, os imponderáveis da cura espírita, as manifestações espirituais em crianças, a situação perigosa dos médiuns de cura, entre outros.

Algumas notas: 

Diz-se que o Espiritismo é ciência, filosofia e religião. Em se tratando da ciência espírita, devemos fazer uma ressalva, ou seja, a ciência espírita utiliza o mesmo método das ciências naturais, mas como os métodos da ciência natural não podiam ser aplicados a fenômenos extrafísicos, estabeleceu-se o princípio da adequação do método ao objeto. Na ciência espírita, devemos nos valer da percepção extra-sensorial, ou seja, da mediunidade.

Na terapêutica espírita, convém realçar que a mediunidade independe da moral do médium. Contudo, considerada como instrumento cognitivo, depende estritamente da moralidade. Quer dizer, quanto mais o médium estudar e mais se preparar para o trabalho de auxílio aos seus irmãos de jornada, mais receberá a influência dos Espíritos de luz, que o guiarão na sua missão curadora.

A terapia espírita para o tratamento de vícios e perversões consiste num processo oral de persuasão, conhecido como doutrinação. Conseguindo-se levar o espírito obsessor e sua vítima a se convencerem da necessidade e da conveniência de abandonarem o vício, ambos se curam. É um trabalho de paciência e perseverança, pois as dificuldades são imensas, especialmente as que se referem à fraqueza humana. 

As dificuldades nas curas pela terapia espírita decorrem, portanto, de nossas atitudes e ações no passado e no presente. Se prejudicamos a evolução de criaturas e comunidades em nossas vidas passadas, é natural que agora tenhamos de suportar as consequências de tais ações.

Concepção errônea da homossexualidade. Ver num jovem efeminado a reencarnação de uma mulher pervertida é fugir à realidade universal das perversões masculinas, sempre mais brutais que as femininas.

Na terapia espírita, convém não ter muita pressa com os resultados. Ao lado da dor material, há o problema moral. Muitos problemas exigem tempo de maturação para terem a solução definitiva.

Fonte de Consulta

PIRES, José Herculano. Ciência Espírita e suas Implicações Terapêuticas. Editora Paideia




Predições do Evangelho

"Predições do Evangelho" é o título do capítulo XVII de A Gênese de Allan Kardec. Os itens analisados são: ninguém é profeta em seu país, morte e paixão de Jesus, perseguição dos apóstolos, cidades impenitentes, ruína do templo de Jerusalém, maldição aos fariseus, minhas palavras nunca passarão, a pedra angular, parábola dos vinhateiros, um só rebanho e um só pastor, vinda de Elias, anúncio do Consolador, segunda chegada do Cristo, sinais precursores, vossos filhos e vossas filhas profetizarão e juízo final.

Anotemos alguns desses itens:

Ninguém é profeta em seu país. Em Mateus 13, 54 a 58 encontra-se a frase "um profeta só não é honrado em sua terra e na sua casa". Este enunciado tornou-se um provérbio, que é de todos os tempos e à qual se poderia dar maior amplitude, dizendo que ninguém é profeta em vida. Este provérbio mostra, em essência, a dificuldade de se reconhecer a superioridade de indivíduos que convivem no mesmo meio. Temos a impressão de que o estrangeiro possui mais valor e qualidade do que aqueles que estão ao nosso lado.

A previsão da morte e paixão de Jesus. Jesus afirma que o Filho do Homem tem que ser entregue às mãos dos homens. Acrescenta que seria morto e ressuscitaria ao terceiro dia.

A perseguição aos apóstolos: Jesus alerta os seus apóstolos sobre as dificuldades que terão de enfrentar por defender as ideias de sua doutrina. Vocês serão expulsos das sinagogas, traídos e entregues aos magistrados. Pela vossa paciência é que possuireis vossas almas . (Lucas, 21, 16 a 19)

Minhas palavras não passarão. As palavras de Jesus não passarão porque serão verdadeiras em todos os tempos. Poderão perder-se nas interpretações, mas o conteúdo doutrinal seguirá, porque a humanidade caminha para o progresso, quer queiramos ou não. Ele disse: Toda planta que meu Pai celestial não plantou será arrancada.

A pedra angular. A palavra de Jesus é a luz do novo edifício da fé. "Havendo os judeus, os príncipes dos sacerdotes e os fariseus rejeitado essa pedra, ela os esmagou, do mesmo modo que esmagará os que, depois, a desconheceram, ou lhe desfiguraram o sentido em prol de suas ambições".

Um só rebanho e um só pastor. No futuro, os homens se unirão em uma crença única. As religiões, de um modo geral, acham-se na posse exclusiva da verdade. "As religiões terão que se encontrar num terreno neutro, se bem que comum a todas; para isso, todas terão que fazer concessões e sacrifícios mais ou menos importantes, conformemente à multiplicidade de seus dogmas particulares". 

Anunciação do Consolador.  O Espiritismo realiza todas as condições do Consolador que Jesus prometeu. "Não é uma doutrina individual, nem de concepção humana; ninguém pode dizer-se seu criador. É fruto do ensino coletivo dos Espíritos, ensino a que preside o Espírito de Verdade". 

Fonte de Consulta

KARDEC, Allan. A Gênese, capítulo 17.




05 janeiro 2021

Papel da Ciência na Gênese

Como as religiões se ligam ao princípio das coisas, os primeiros livros sacros foram, ao mesmo tempo, ciência e religião. Havia, entretanto, um grande problema: os livros sacros eram interpretados segundo a fé cega e a obediência passiva. Allan Kardec acha que a ciência é de suma importância para a explicação da Bíblia. Tinha cautela quanto ao uso da ciência na antiguidade, pois ela não estava tão instrumentalizada quanto nos dias presentes. Como os meios de observação eram imperfeitos, os conhecimentos adquiridos estavam sujeitos a muitos erros.

Realcemos alguns aspectos deste estudo:

1) A ciência auxilia o conhecimento da criação. Sem a ciência, torna-se impossível conceber a Gênese, pois é ela que nos fornece subsídios sobre a química, a física, a astronomia, entre outros.

2) Presentemente, a ciência não resolveu todos os problemas da Gênese, mas conseguiu destruir muitos erros advindos da fé cega.

3) A gênese de Moisés, onde alguns erros são mais aparentes do que reais, é a que mais se aproxima dos dados científicos modernos.

4) Sob a alegoria da Bíblia, há verdades sublimes.

5) A Bíblia como revelação divina. A Ciência busca fatos. Se a revelação contraria os fatos, deve-se reanalisar a própria revelação divina.

6) Para a ciência nada é sagrado. A missão da Ciência é descobrir as leis da natureza. Mais cedo ou mais tarde a verdade vem à luz.

7) A Ciência busca explicações sobre o princípio material. Em se tratando do Espírito, há que se caminhar pela filosofia.

8) As questões fundamentais do ser humano são: quer saber de onde veio, para onde vai, se já viveu e se viverá ainda.

9) A ciência não consegue resolver as dúvidas do porvir. O nada é algo que gela o coração humano. Ele precisa de um consolo sobre a vida futura.

10) O conhecimento das leis do princípio espiritual estava reservado à nossa época, como o das leis da matéria foi obra dos dois últimos séculos.

11) O conhecimento do princípio espiritual. Na Metafísica, o estudo fora especulativo e teórico; no Espiritismo, com a ajuda da mediunidade tornou-se experimental.

O mundo espiritual e o mundo material são solidários. Todos os dois têm parte de ação na Gênese. Sem o conhecimento das leis que regem o primeiro, será também impossível constituir uma Gênese completa, tanto quanto o é a um escultor dar vida a uma estátua.

Fonte de Consulta

KARDEC, Allan. A Gênese, capítulo 4.

Compilaçãohttps://sites.google.com/view/temas-diversos-compilacao/papel-da-ci%C3%AAncia-na-g%C3%AAnese



Egoísmo e Orgulho

"Egoísmo e Orgulho: suas causas, efeitos e meios de destruí-los" é o subtítulo de "Questões e Problemas" do livro Obras Póstumas de Allan Kardec. Os outros assuntos são: as expiações coletivas, liberdade, igualdade e fraternidade, as aristocracias, os desertores e breve resposta aos detratores do Espiritismo.

A maior parte das misérias da vida provém do egoísmo, ou seja, das pessoas que só pensam em si mesmas. Daí, o antagonismo social, lutas, conflitos e misérias. Onde, porém, encontrar a origem do egoísmo? No orgulho. O orgulho e o egoísmo assentam-se no instinto de conservação. É a malversação deste instinto que provoca o egoísmo e orgulho.

A felicidade não combina muito bem com o egoísmo e o orgulho. Nós só seremos felizes se formos imbuídos do sentimento de benevolência, indulgência e condescendência reciproca. Allan Kardec, neste tema, afirma-nos que não basta proclamar o reino da felicidade, é imperioso destruir as causas, ou seja, o orgulho e o egoísmo.

Urge fazermos com que a exceção (virtude) vire regra. Para tanto, envidemos todos os esforços para destruir as causas do orgulho e do egoísmo. Dentre essas causas, há aquela que diz respeito à falsa ideia que o ser humano faz de sua natureza, de seu passado e de seu futuro.

A identificação da vida futura é sumamente importante. A efemeridade da vida presente se abre ao esplendor da vida futura. Ao lado da crença em Deus e na perspectiva da vida futura, é preciso ver o passado para se fazer uma ideia justa do presente. 

O Espiritismo é a chave da felicidade, pois seus princípios minam o egoísmo e o orgulho pela base, dando um ponto de apoio à moral.

Fonte de Consulta

KARDEC, Allan. Obras Póstumas, página 188.

Compilaçãohttps://sites.google.com/view/temas-diversos-compilacao/ego%C3%ADsmo-e-orgulho

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"... A consequência inevitável disso é o crescimento do egoísmo entre as pessoas. Faz parte da própria natureza do egoísmo ver as coisas fora de proporção: o “eu” se torna dominante e o mundo inteiro é distorcido. Mais uma vez estamos diante da alienação em relação à realidade. Nenhum homem que conheça a si mesmo em seus relacionamentos ab extra pode ser um egoísta. Mas aquele que é cônscio apenas de seu “eu” sofre de um verdadeiro desarranjo mental. Como disse Platão: “Na verdade, o excessivo amor de si é em cada homem a fonte de todas as ofensas; pois o amante fica cego em relação ao amado, de modo que julga erroneamente o justo, o bem e o honrável e crê que deve sempre preferir seu próprio interesse à verdade”. Portanto, o ensimesmamento é um processo que tira uma pessoa da realidade “real” e, portanto, da harmonia social. Parece-me importante lembrar também que Nathaniel Hawthorne, sincero estudioso das almas pecadoras, concluiu — após uma vida inteira de introspecção e reflexão — que o egoísmo é o único pecado imperdoável". (Capítulo 4 — "Egoísmo no Trabalho e na Arte", de As Ideias têm Consequências, de Richard M. Weaver)



Expiações Terrestres

"Expiações Terrestres" é o título do capítulo VIII do livro O Céu e o Inferno de Allan Kardec. Há explicações sobre Marcel, o menino do n.º 4, Szymel Slizgol, Juliana Maria, a mendiga, Max, o mendigo, a história de um criado, António B... (enterrado vivo — pena de talião), Letil, um sábio ambicioso, Carlos de Saint-G... (idiota), instrução de um Espírito acerca de idiotas e loucos, dada na Sociedade de Paris, Adelaide Margarida Gosse, Clara Rivier, Francisco Vernhes, Ana Bittere e Joseph Maitre — o cego.

Sintetizemos algumas das expiações:

Marcel, o menino do n.º 4. Este menino fora, em encarnação passada, belo, rico e adulado. Renegou a Deus, prejudicou seu semelhante, mas expiou cruelmente, primeiro no mundo espiritual e depois no mundo terrestre.

Szymel Slizgol. Fora rei numa encarnação passada e espezinhava os pobres. Durante 30 anos mendigou com uma salva nas mãos. Por toda a cidade era bem conhecida aquela voz que dizia: "Lembrai-vos dos pobres, das viúvas e dos órfãos!"

Juliana Maria, a mendiga. Ao ser questionada sobre a sua existência passada, disse ser inútil falar dela, pois a situação em que viveu demonstra as precedentes encarnações.

Max, o mendigo. Numa vida passada, há cerca de um século e meio, foi rico e poderoso. Sua fortuna serviu exclusivamente aos prazeres, ao jogo e à libertinagem.

A história de um criado. Ele quis expiar o orgulho, na última existência, sob a condição de criado, provando ao mesmo tempo a dedicação devida ao meu benfeitor.

António B... (enterrado vivo — pena de talião). Antonio B..., numa existência anterior, enterrara viva a sua mulher, num fosso! A pena de talião devia ser-me aplicada. Olho por olho, dente por dente.

Letil. Morreu queimado. Há dois séculos mandou queimar uma rapariga inocente, de aproximadamente 14 anos, acusada de cumplicidade em uma conspiração contra a política clerical.

Grande ensinamento dos Espíritos: nesta vida tudo tem sua razão de ser: não há um único sofrimento que não corresponda ao sofrimento que causamos aos outros. 

Fonte de Consulta

KARDEC, Allan. O Céu e o Inferno, capítulo 8 (segunda parte)




Bicorporeidade e Transfiguração

"Bicorporeidade e Transfiguração" é o título do capítulo VII da Segunda Parte "Das Manifestações Espíritas" de O Livro dos Médiuns de Allan Kardec. Nessa segunda parte, Allan Kardec discorre sobre a ação dos Espíritos sobre a matéria, as mesas girantes, as manifestações visuais, o laboratório do mundo invisível, locais assombrados, psicografia, tipos e formação dos médiuns etc.

As aparições são as manifestações espíritas pelas quais os Espíritos podem tornar-se visíveis. Por bicorporeidade, entende-se: em estado de sono, o Espírito abandona o corpo e segue com uma parte do seu perispírito, podendo tornar-se tangível à matéria. Transfiguração é a mudança, via perispírito, do aspecto exterior do corpo físico. Todos esses fenômenos dizem respeito à teoria das manifestações físicas.

A aparição se processa por meio das propriedades do perispírito que pode sofrer modificações, à vontade do Espírito. Para que o Espírito seja visto em vigília não é suficiente que ele queira mostrar-se; é preciso ainda que encontre na pessoa pela qual quer ser visto, a aptidão necessária. Lembrete importante: na aparição, somente os que têm aptidão necessária conseguem ver o Espírito; na materialização, todos os presentes podem constatar o fenômeno.

Ao estudarmos o problema da aparição do Espírito, surge a seguinte dúvida: é indispensável o sono do corpo para o aparecimento do Espírito em outros lugares? Este fenômeno se dá normalmente durante o sono. Contudo, há de se perceber que alma não se divide, mas irradia-se, podendo se manifestar em muitos lugares ao mesmo tempo.

Outra dúvida: estando mergulhado no sono, enquanto o seu Espírito aparece ao longe, o que aconteceria se subitamente o acordassem? Isso não aconteceria, porque se alguém tivesse a intenção de acordá-lo o Espírito voltaria ao corpo, antecipando a intenção, pois o Espírito lê o pensamento.

Transfiguração. Figuremos agora o perispírito de uma pessoa viva, não isolado, mas irradiando-se ao redor do corpo de maneira a envolvê-lo com um vapor; nesse estado ele pode sofrer as mesmas modificações como se estivesse separado dele; se ele perde sua transparência, o corpo pode desaparecer, tornar-se invisível e estar velado como se estivesse mergulhado numa névoa. Poderá mesmo mudar de aspecto, tornar-se brilhante, se tal for a vontade ou o poder do Espírito. Um outro Espírito, combinando seu próprio fluido com o do primeiro, pode aí substituir a sua própria aparência, de tal sorte que o corpo real desaparece sob um invólucro fluídico exterior, cuja aparência pode variar à vontade do Espírito.

Transfiguração na Bíblia. Segundo relato de Mateus 17:1-9, Marcos 9:2-8 e Lucas 9:28-36 e uma epístola (II Pedro 1:16-18) Jesus, no alto de uma montanha começa a brilhar e os profetas Moisés e Elias aparecem ao seu lado, conversando com ele. Jesus é então chamado de "Filho" por uma voz do céu, presumivelmente Deus Pai.

KARDEC, Allan. O Livro dos Médiuns, capítulo 7 da segunda parte.




Vida Futura, A

"A Vida Futura" é um subtítulo de "Influência Perniciosa das Ideias Materialistas" do livro Obras Póstumas, de Allan Kardec. Os outros subtítulos são: "Sobre as Artes em Geral —  Sua Regeneração pelo Espiritismo", "Teoria do Belo", "A Música Celeste", "A Música Espírita", "A Estrada da Vida", "As Cinco Alternativas da Humanidade" (doutrina materialista, doutrina panteísta, doutrina deísta, doutrina dogmática e doutrina espírita) e "A Morte Espiritual".

Embora haja ainda os negadores da vida futura, Allan Kardec dispensa a necessidade de prová-la, pois a vida futura não é mais um problema, mas um fato racional. Hoje existem comprovações científicas. A alma tornou-se objeto de experimentações em laboratório de Psicologia experimental, Psicologia Profunda e Parapsicologia. A própria Física já superou a análise estritamente materialista dos conhecimentos da Terra. Há teorias sobre a antimatéria e antiuniverso. Apesar dessas evidências, convém concentrarmos o nosso foco sobre a influência na ordem social e a moralização que dela resulta.

Vejamos o oposto da vida futura, ou seja, o niilismo, onde tudo se acaba após a morte física. Quais são as consequências dessa crença? Quando o nada se nos apresenta como alternativa da vida futura, podemos fazer o que quisermos, pois tudo se acaba com a morte. Por que o indivíduo se esforçaria para corrigir os seus defeitos? Nada tendo que esperar, o arrependimento e o remorso seriam inúteis. Mas o nada é real ou uma forma de se expressar? Observe que no foro íntimo da consciência , há uma dúvida, que importuna aos que assim pensam.

Em termos da moralização, surge a seguinte dúvida: por que os homens são maus, mesmo aqueles em que a vida futura é ensinada desde que nascem? 1) Eles não seriam piores sem essa crença? 2) A humanidade não está sempre propensa a melhorar os costumes? Isso não seria uma clara ideia da vida futura? Devemos realçar que o progresso da alma humana não é questão de dias ou meses, mas de uma eternidade. E uma vez iniciada, não se dever retroceder. Enalteçamos a fé raciocinada. Hoje, no regime do livre exame, as pessoas querem dirigir-se por si mesmas, ver com os próprios olhos e compreender.

Mais algumas questões:

Como tornar a vida futura um elemento moralizador? Apresentando-a como coisa positiva, quase tangível, satisfazendo plenamente à razão e não deixando dúvidas.

Por que tão poucas pessoas cuidam da vida futura? A ciência afastou-as; a filosofia não aprofundou o tema; ao, contrário, colocou muitas dúvidas com relação ao desconhecido.

Como o ser humano chegará à abordagem racional da vida futura? Quando compreender a reação do futuro no presente. Quando o passado, o presente e o futuro se encadearem por inexorável necessidade.

Fonte de Consulta

KARDEC, Allan. Obras Póstumas, página 174.

Compilaçãohttps://sites.google.com/view/temas-diversos-compilacao/vida-futura



04 janeiro 2021

Teoria das Manifestações Físicas

"Teoria das Manifestações Físicas" é o título do capítulo IV da Segunda Parte "Das Manifestações Espíritas" de O Livro dos Médiuns de Allan Kardec. Nessa segunda parte, Allan Kardec discorre sobre a ação dos Espíritos sobre a matéria, as mesas girantes, as manifestações visuais, o laboratório do mundo invisível, locais assombrados, bicorporeidade, transfiguração, psicografia etc.  

Os elementos necessários para a explicação da influência do Espírito sobre a matéria podem ser descritos: a natureza dos Espíritos, o perispírito e suas propriedades, o fluido universal, os médiuns... Nosso ponto de partida é o fluido universal que, em nosso mundo, encontra-se modificado para formar a matéria compacta que nos rodeia. A maior simplicidade está naquilo que chamamos de fluido magnético animal.

Algumas questões:

Como um Espírito pode mover um corpo sólido? Combinando uma porção do fluido universal com o fluido que desprende do médium apropriado a esses efeitos.

Qual o grau de evolução dos Espíritos que se prestam a esses fenômenos? Os Espíritos inferiores, pois possuem força física.

Qual o papel do médium nos fenômenos de efeitos físicos? O médium fornece o seu fluido que se combina com o fluido universal do Espírito.

Como o Espírito bate? Com um objeto material? Seu martelo é o fluido combinado que ele põe em ação pela sua vontade, para mover ou bater.

Como são produzidos os ruídos e os sons? Desde que age sobre a matéria, pode agir tanto sobre o ar como sobre a mesa. Quanto aos sons articulados, pode imitá-los como a todos os demais sons.

A ideia central dessa teoria: quando um objeto é movido, erguido ou atirado ao ar, o Espírito não o pegou, não o ergueu nem o atirou como nós o fazemos com as mãos. Ele saturou, por assim dizer, com o seu fluido, combinado com o do médium.

Fonte de Consulta

KARDEC, Allan. O Livro dos Médiuns, Capítulo 4 da Segunda Parte.




Estrada da Vida, A

"A Estrada da Vida" é um subtítulo de "Influência Perniciosa das Ideias Materialistas" do livro Obras Póstumas, de Allan Kardec. Os outros subtítulos são: "Sobre as Artes em Geral - Sua Regeneração pelo Espiritismo", "Teoria do Belo", "A Música Celeste", "A Música Espírita", "As Cinco Alternativas da Humanidade" (doutrina materialista, doutrina panteísta, doutrina deísta, doutrina dogmática e doutrina espírita), "A Morte Espiritual" e "A Vida Futura".  

Começa a sua redação chamando-nos a atenção para a preocupação de muitos filósofos, ou seja, muitos viram na preexistência da alma a única solução possível para os mais importantes problemas da psicologia. Apontavam, porém, uma objeção central: o esquecimento das existências anteriores. Sem memória do passado, o nada fica em evidência. Daí, a importância das instruções dos Espíritos superiores sobre essa questão. Sem a ajuda deles, estaríamos repletos de dúvidas. 

O Espiritismo, contudo, elucida-nos tranquilamente essa questão. De acordo com os seus postulados, a existência espiritual da alma é a existência normal. As existências terrenas são curtos intervalos dentro da existência espiritual normal. Quer dizer, a alma está encarnada, mas os seus laços com as existências anteriores não se rompem. No sono, pode recobrar as memórias de vidas passadas.

Explica-nos, ainda, que o fato de não termos consciência das faltas passadas, é um bem para nossa alma, porque Deus, na infinita bondade, quis poupar-nos das lembranças das existências desgraçadas. A pluralidade das existências dá um norte ao progresso da alma. O futuro está nas próprias mãos do ser humano. Se gasta muito tempo em melhorar, sofre as consequências da demora.

A simbologia da estrada ajuda-nos a entender o problema das reencarnações. Observe que ao longo de uma estrada, há florestas, que precisam ser ultrapassadas, para um retorno à estrada. Ao entrar na floresta, pela primeira vez, o indivíduo se perde. Caminha sem rumo, tateia aqui e ali, e vai vencendo os obstáculos até ultrapassar essa floresta. A experiência da primeira floresta dá-lhe sabedoria para vencer com mais facilidade as dificuldades das demais florestas.

Resumindo: a estrada é a figura da vida espiritual da alma; as florestas são as existências corpóreas, em que cada alma trabalha para o seu progresso e o progresso geral. 

Fonte de Consulta

KARDEC, Allan. Obras Póstumas, página 157.