09 julho 2012

Anencefalia

Encéfalo. Do grego enkephalos, que está dentro da cabeça. O conteúdo da caixa craniana, isto é, cérebro, cerebelo, pedúnculo, protuberância e bulbo. Anencefalia. Monstruosidade caracterizada pela ausência total do encéfalo. É quase sempre acompanhada de acrania. AnencefalianoMed. Monstro privado de encéfalo. Os anencefalianos compreendem dois grupos: os anencéfalos aos quais falta o cérebro e a espinhal medula, e os direncéfalos, aos quais falta apenas o cérebro. Entre estas duas formas há outras de transição: os pseudencéfalos e os exencéfalos.

Na segunda quinzena de abril de 2012, o Supremo Tribunal Federal legalizou o aborto do feto anencéfalo. Embora tenha sido aprovado por 8 votos a favor e dois contra, houve um viés, pois o Supremo Tribunal Federal legislou, matéria esta que deveria ser deixada a cargo do Poder Legislativo. Uma vez aprovado, devemos obedecer e respeitar a lei.

Como o aborto do anencéfalo pode ser visto segundo a Doutrina Espírita? Para o Espiritismo, o acaso não existe. Todo nascimento é uma prova para os pais e para os filhos. Prova essa que ajuda no crescimento espiritual de ambos. Interromper a gravidez porque a lei permite será um inconveniente para o progresso desse ser junto a uma família, mesmo que seja por minutos, horas ou dias.

Para mais informações, assista aos vídeos do programa do Centro Espírita Ismael, denominado "Minutos com a Doutrina": 





07 julho 2012

Paixão

Paixão — Do grego pathos, sofrer, suportar. Significa o estado "passivo" do ser humano, contraposto aos fenômenos da atividade. Uma das dez categorias de Aristóteles, designa o fato de sofrer a ação de um agente exterior. As paixões podem ser: a) superiores ou racionais (busca do saber, do verdadeiro); ) inferiores ou sensíveis (comida, bebida, sexo). 

paixão é um fenômeno psicológico complexo, onde a sua caracterização é feita por comparação com a inclinação e o sentimento. A inclinação é primitiva e inata, permanente, mais ou menos vaga e geral; o sentimento é também natural. A paixão é um sentimento, mas que se tornou tirânico, egoísta e centrado num único objeto de desejo, deixando o seu possuidor indiferente a tudo que o rodeia. 

A base da paixão é biológica, mas não podemos reduzi-la a uma mecânica fisiológica, pois entram em cena os aspectos psicológicos (temperamento, vontade e imaginação, incluindo a exploração do inconsciente) e sociais (educação recebida, os exemplos, os costumes e o meio frequentado), que ajudam a desenvolver as predisposições hereditárias. As paixões afetam o homem como um todo (orgânico e psicológico). É no psiquismo, contudo, que a influência é mais larga, pois transforma o apaixonado numa espécie de "possesso", a ponto de dizer: "Viver uma paixão é demais", "É coisa de louco". 

Em se tratando de uma comparação entre emoção e paixão, podemos dizer que a emoção é um estado da mesma natureza que o sentimento, porém de maior complexidade, pois é excitada por um complexo ideológico. A paixão, por seu lado, é a reação às emoções, produzidas por causas externas e internas. Inicialmente passiva, torna-se ativa quando espontaneamente a eles adere e passa a cooperar com eles. 

Por falar em paixão, lembremo-nos da Paixão de Cristo. É a narração desde a agonia de Jesus no Getsêmani até à sepultura. É o evento central da história da Salvação e a consumação dos atos salvíficos de Deus. Em linhas gerais, é a conspiração dos sacerdotes, a traição de Judas, a ceia, o processo diante dos sacerdotes e de Pilatos, a crucificação, a sepultura etc. Em seu relato, o apóstolo Marcos quis salientar a eficácia da morte de Jesus, no sentido de libertar o homem do pecado. 

De acordo com a Doutrina Espírita, a paixão, sendo natural, não é má em si mesma. “A paixão está no excesso provocado pela vontade, pois o princípio foi dado ao homem para o bem e as paixões podem conduzi-lo a grandes coisas. O abuso a que ele se entrega é que causa o mal”. Uma paixão se torna perniciosa justamente no momento em ela deixa de ser governada e passa a nos governar. A paixão está no exagero da emoção ou do sentimento. Ela se apresenta como efeito e não como causa. 

O ser humano poderia, pelos seus próprios esforços, vencer as paixões. Falta-lhe, contudo, a vontade. Para vencer a “cristalização progressiva” e o “desencadeamento fulminante”, nada melhor do que a prática da abnegação.

Fonte de Consulta

KARDEC, A. O Livro dos Espíritos. 8. ed. São Paulo: Feesp, 1995 (perguntas 907 a 912).

ENCICLOPÉDIA LUSO-BRASILEIRA DE CULTURA. Lisboa: Verbo, [s. d. p.]

 

01 julho 2012

Coração

Coração. Órgão muscular oco, situado no tórax, e que constitui o elemento motor central da circulação do sangue. Desde tempos remotos, o coração é apresentado como a sede da alma, do sentimento, da coragem, da consciência e da razão. Já no antigo mito mesopotâmico, “o medo da morte se aloja no coração”, e leva Gilgamesh a procurar pela erva da imortalidade. No embalsamento egípcio, todos os órgãos internos eram retirados, menos o coração, que permanecia em seu lugar.

Na antiguidade, o coração era o símbolo da vida mental, da vida afetiva, da vida interior e da personalidade integral do homem. A partir do século VI a.C., na Grécia, em que a filosofia deixou de ser mítica para se tornar racional, também começou a distinguir os campos de ação do intelecto e do sentimento. O coração vai condividir com o cérebro o privilégio de ser o centro principal do ser humano.

Durante a Idade Média, o coração, sem deixar de ser símbolo da coragem, passa a ser, sobretudo, símbolo do Amor. É troca e compenetração dos corações – do amor-sensualidade ao amor-sensibilidade e deste em amor-idealidade. Mas, “para os poetas provençais, o coração é o lugar onde o amor se concentra. É nele que penetra a flecha – o raio luminoso – e é nele que ela se fixa: os sentidos são apenas as portas do coração. Por isso, o amor recíproco só pode existir quando a mesma flecha atravessou os dois corações”.

Se tomarmos verticalmente o ser humano, veremos que há três pontos principais: o cérebro, o coração e o sexo. Mas o central é o coração e, por esta condição, concentra os outros dois. Ele adquire o sentido de eternidade (todo centro é símbolo de eternidade, dado que o tempo é movimento externo da roda das coisas e, no meio, encontra-se o “motor imóvel” segundo Aristóteles).

Na filosofia, na religião e no Espiritismo, há muitas frases sobre o coração. Vejamos algumas extraídas da Doutrina Espírita: A amizade verdadeira não é cega, mas se enxerga defeito nos corações amigos, sabe amá-los e entendê-los mesmo assim. A arte de ouvir é, também, a ciência de ajudar” (Joanna de Ângelis); “A paz legítima emerge do coração feliz e da mente que compreende, age e confia” (Joanna de Ângelis); “Aqueles que amparamos constituem nosso sustentáculo. O coração que socorremos converter-se-á agora ou mais tarde em recurso a nosso favor. Ajudando seremos ajudados. Dando, receberemos: esta é a lei Divina” (do livro: Jesus no Lar).

Todo excesso é prejudicial. Procuremos equilibrar cérebro e coração. Agindo assim, vamos edificando o reino de Deus dentro dos nossos corações e, com isso, acumulando provisões para auxiliar os corações alheios.