23 maio 2012

Crianças-Prodígio

Criança é o ser humano na infância, pessoa jovem. Diz-se, também, das pessoas adultas que agem como se fossem crianças. Para casos fora do normal, existem terminologias como “criança autista” (criança extremamente retraída), “criança problema” (criança cujo comportamento se afasta dos padrões normais aceitáveis) e “criança-prodígio” (criança que apresenta quociente de inteligência elevado).

Alguns autores preferem o termo criança bem-dotada em vez de criança-prodígio, havendo também as discriminações criança-excepcionalmente superior (para diferenciar da excepcional retardada) e criança precoce.

Léon Denis, no item 15 da 2.ª parte (“As vidas sucessivas. As crianças-prodígio e a hereditariedade”) do livro O Problema do ser, do Destino e da Dor, cita-nos alguns exemplos de crianças-prodígio. Entre eles, estão: 1) William Hamilton estudava o hebraico aos 3 anos, e aos 7 possuía conhecimentos mais extensos do que a maior parte dos candidatos ao magistério; 2) Willy Ferreros, com 4 anos e meio dirigia com maestria a orquestra do “Folies-Bergêre”, de Paris e depois a do Cassino de Lyon.

Léon Denis explica esses fenômenos: “O trabalho anterior que cada Espírito efetua pode ser facilmente calculado, medido pela rapidez com que ele executa de novo um trabalho semelhante, sobre um mesmo assunto, ou também pela prontidão com que assimila os elementos de uma ciência qualquer. Deste ponto de vista, é de tal modo considerável a diferença entre os indivíduos, que seria incompreensível sem a noção das existências anteriores.”

Qual é a origem das faculdades extraordinárias dos indivíduos que, sem estudo prévio, parecem ter a intuição de certos conhecimentos como as línguas, o cálculo etc.? (Pergunta 219 de O Livro dos Espíritos). Resposta: “Lembrança do passado; progresso anterior da alma, mas do que ela mesma não tem consciência. De onde queres que elas venham? Os corpos mudam, mas o Espírito não muda, embora troque de vestimenta”.

Deste pequeno estudo, verificamos que o elemento básico para a compreensão do tema “criança-prodígio” é a REENCARNAÇÃO. Raciocinando com este princípio, conseguimos refutar as teses da hereditariedade, entre outras. 




11 maio 2012

Parábola dos Lavradores Maus

«Depois começou Jesus a falar-lhes por parábolas. Um homem plantou uma vinha, cercou-a com uma sebe, cavou ali um lagar, edificou uma torre e arrendou-a a uns lavradores, e partiu para outro país. No tempo da colheita enviou um servo aos lavradores, para receber deles do fruto da vinha; mas eles, agarrando-o, o açoitaram e mandaram embora sem coisa alguma. Tornou a enviar-lhes outro servo; e a este o feriram na cabeça, e o carregaram de afrontas. Enviou ainda outro, e a este mataram; e enviou muitos outros, a alguns dos quais açoitaram e a outros mataram. Restava-lhe ainda um, o seu filho amado; a este enviou por último, dizendo: Terão respeito a meu filho. Mas aqueles lavradores disseram entre si: Este é o herdeiro; vinde, matemo-lo, e a herança será nossa. Agarrando-o, mataram-no e lançaram-no fora da vinha. Que fará o senhor da vinha? Virá e exterminará os lavradores e entregará a sua vinha a outros”. (Mateus 21, 33-42; Marcos 12, 1-9; Lucas 20, 9-16)

É a história de um fazendeiro que planta uma vinha e deixa-a a cargo de seus lavradores, que falham em seu dever.

No enredo, o proprietário preocupou-se com os mínimos detalhes para que a produção não se perdesse: sebe, lagar e torre. Em termos religiosos, são as instruções da boa nova, claras e cristalinas, que não foram absorvidas.

Os lavradores maus são os fariseus e os sumo-sacerdotes, que falharam na sua missão de expandir os ensinamentos de Jesus. Foi contada para as pessoas presentes no Templo de Jerusalém durante a última semana antes da morte de Jesus.

Os servos enviados pelo senhor são o profetas do Antigo Testamento e os apóstolos que continuaram suas tarefas. No Velho Testamento, Elias, Eliseu, Daniel e Moisés sofreram duras provações. No Novo Testamento, João Batista foi degolado; Estêvão, lapidado; Paulo, Pedro e Tiago, martirizados. Esses sofrimentos e mortes foram impostos pelas mãos dos “Maus Lavradores”.

Jesus Cristo é o filho do proprietário. Acabou sofrendo martírio na cruz. E, de acordo com as previsões da Parábola, os tais sacerdotes se apossaram da herança com a qual se locupletam fartamente, deixando a Seara abandonada e a Vinha sem frutos para o Proprietário.

A parábola termina com uma frase profética: “Que fará o senhor da vinha? Virá e exterminará os lavradores e entregará a sua vinha a outros”. O que se pode entender? Quando uma verdade nos é revelada, mas não a divulgamos, e havendo necessidade de sua propagação, os Espíritos benfeitores da humanidade procuram outras pessoas para fazê-lo. Exemplo: com a destruição da Palestina, os judeus tiveram que se dispersar pelo mundo. O Reino de Deus, pelas obras dos apóstolos, passou a outros povos.

Explicação de alguns termos:

Vinha - Nas religiões que cercavam a antiga Israel, a videira passava por ser uma árvore sagrada, até mesmo divina, e seu produto o vinho, como bebida dos deuses.

Sebe - Vedação feita de ramos ou varas entrelaçadas.

Lagar - Local com todos os petrechos para a fabricação de vinho.

Torre - Grande edifício com proteção contra os ataques inimigos.

Frutos - Fé e obras caridosas que se esperavam do povo judeu.

Compilaçãohttps://sites.google.com/view/temas-diversos-compilacao/par%C3%A1bola-dos-lavradores-maus



09 maio 2012

Adoção e Espiritismo

Adoção. Do latim adoptio, do verbo adoptare, escolher, adotar. Dir. Ato jurídico que cria entre duas pessoas vínculo de parentesco civil semelhante ao da paternidade e filiação legítimas. É o ato de tomar o filho do outro como sendo seu. Em se tratando do Código Civil, os artigos 134 e 375 lembram-nos de que só os maiores de trinta anos podem adotar e o adotante há de ser, pelo menos, dezesseis anos mais velho que o adotado. Diz-nos, também, que ninguém pode adotar, sendo casado, senão decorridos cinco anos após o casamento.

responsabilidade moral do casal que adota um filho obriga seus cônjuges a dispensar amor, educação e cuidados aos filhos adotivos, como se eles fossem nascidos daqueles que o adotaram.

Os dois lados da mesma moeda. Pais entregam seus filhos para serem adotados por não poderem sustentá-los adequadamente; outros não são casados e preferem não criar o filho. Casais adotam filhos por causa da impossibilidade de ter filhos. No Brasil, um casal sem filhos há mais de cinco anos pode adotar uma criança. Em alguns lugares existem leis que proíbem que a identidade dos pais verdadeiros seja revelada, e vice-versa.

Para a psicóloga Márcia Fuga, a impossibilidade de ter filhos biológicos gera, no casal, o desejo de adotar uma criança, pois o filho traz a sensação de valorização, a oportunidade de produzir coisas boas, de poder trocar afeto. Quando o casal aventa a possibilidade de adotar uma criança, aí começa a gestação emocional, que é toda a preparação psicológica para trazer ao lar um ser de outro casal.

Em se tratando do Espiritismo, o Evangelho Segundo o Espiritismo, de Allan Kardec, diz-nos que o corpo procede do corpo, mas o Espírito, não. Eis aí uma forte razão para se adotar uma criança. O Espiritismo ensina-nos, também, que todos somos filhos de um mesmo Pai. Não somos donos nem do nosso próprio corpo. Por isso, o espírita que se propõe a adotar uma criança deverá dar-lhe a mesma educação e os mesmos cuidados que dispensaria ao seu filho natural.

Ao se adotar uma criança, vem à mente se não é dívida do passado. Isso pode ocorrer, porque o acaso não existe: pais abandonam seus filhos; maltratam-se reciprocamente; provocam aborto... Tudo isso fica registrado na contabilidade divina, e que deverá ser ressarcido. O que não podemos admitir é que toda adoção é dívida do passado. Podemos também fazê-lo por um gesto de amor incondicional, para o engrandecimento de nossa alma.

Tendo condições morais e financeiras, adotemos uma criança, dando-lhe educação adequada, procurando desviá-la da porta larga das drogas e do crime.