Se o Brasil é
considerado a pátria do Evangelho, por que as crises econômicas, políticas e
sociais persistem no seio da sociedade? Como os Espíritos, protetores do
coração do mundo, estão analisando as dificuldades pelas quais o país passa?
Onde buscar subsídios para uma compreensão mais acurada de acordo com os
princípios codificados por Allan Kardec? Se consultássemos um médium, teríamos
a explicação de um Espírito do além; com isso, haveria uma informação para
ser digerida. Como, porém, fazê-lo tomando como base a própria Doutrina
Espírita?
O acaso não existe.
Se o país está passando por esses problemas, eles foram construídos ao longo do
tempo: crédito subsidiado e gastos públicos maiores do que a arrecadação.
Acrescenta-se, também, o dinheiro desviado pela corrupção institucionalizada
pelo governo. Isso tudo, para os estudiosos da teoria econômica, estava previsto:
quando os gastos são maiores que a arrecadação de impostos, a dívida pública
aumenta e com ela os juros e os seus respectivos encargos. Há, ainda, as
divergências entre os três poderes que, teoricamente, deveriam ser
independentes e harmônicos.
Nada há oculto que
não venha à luz. Segundo a Doutrina Espírita, há uma lei natural, lei que foi gravada
em nossa consciência. Podemos nos desviar dela, ignorá-la, escamoteá-la, mas no
devido tempo e lugar as consequências vêm, porque é da lei do progresso que
todos os Espíritos devem atingir a perfeição. Os escândalos servem
para nos chamar a atenção de que a vida vai além do dinheiro e do poder. É o
que estamos assistindo no Brasil dos últimos tempos: um escândalo atrás do
outro.
Não vim trazer a paz,
mas a espada. Em O Evangelho Segundo o Espiritismo, Allan Kardec
explica-nos que a espada nada mais é do que a inserção de uma ideia nova onde
vicejava a comodidade. Uma ideia nova causa confusão, embaraço e obriga as
pessoas a pensarem sobre o seu teor. É o que está acontecendo. Os homens
públicos estão sendo obrigados a refletir sobre suas ações; do mesmo modo, os
eleitores. Quem sabe, numa próxima eleição, não tenhamos mais votos
conscientes
Lembremo-nos do
livro Brasil, Coração do Mundo, Pátria do Evangelho, pelo Espirito
Irmão X, psicografado por Francisco Cândido Xavier. Nele, observamos o cuidado
que os Espíritos superiores têm tido para com o nosso país, no sentido de
preservar o coração (contorno físico) intacto. Na França, durante a Revolução
Francesa, houve muitas mortes; no Brasil, apenas uma, a de Tiradentes,
pseudônimo de Joaquim José da Silva Xavier.
A Deus nada é
impossível. O imponderável deve ser levado em conta. A influência dos Espíritos do
bem pode ser de tal maneira eficaz que as ações dos maus ficam enfraquecidas.
Eles podem inspirar a prática da fraternidade, que é vencer o orgulho e o
egoísmo, principalmente dos detentores do poder econômico ou político. Tenhamos
em mente que tudo é passageiro, tudo na vida passa.
Trabalho de vibrações. Embora não tenhamos
uma ação mais direta para modificar as coisas, podemos nos valer das vibrações
à distância. As vibrações de paz e harmonia que cada um emitir formarão uma
"aura" de proteção do nosso país e, por extensão, do próprio planeta
Terra. Sejamos como a andorinha que transportava água em seu bico para apagar o
fogo da floresta. Era insuficiente, mas ela estava fazendo a sua parte.
Confiemos na Divina
Providência. Embora as circunstâncias e as solicitações vindas da mídia sejam de
pessimismo, há no interior de cada um de nós a alavanca da esperança, que é
sempre esperar o melhor mesmo estando no pior dos mundos.
13 comentários:
É preocupante ver como a desinformação e o desconhecimento da história econômica pode nebular o raciocínio. Vejamos algumas afirmações que carecem de melhor conhecimento por parte do autor:
1) "O acaso não existe. Se o país está passando por esses problemas, eles foram construídos ao longo do tempo: crédito subsidiado e gastos públicos maiores do que a arrecadação."
Os gastos públicos são uma forma de intervenção da sociedade (via Estado) na economia. Quando o sistema capitalista entrou em colapso em 1929, pela aplicação da política de não intervenção do Estado na economia, defendida pelos neoclássicos. Ante a quebra de empresas, desemprego enorme, fome, o mercado teve que ser socorrido pelo Estado que interveio para solucionar a crise. Nesta intervenção o Estado teve que comprar empresas para assegurar o emprego, aplicou políticas para melhor distribuir a renda e elevar o poder aquisitivo gerando demanda por produtos e reativando a economia. Tudo isso gerou aumento dos gastos públicos além da receita com impostos. O sistema econômico então, para salvar o capitalismo, aplicou a receita do economista inglês John M. Keynes.
Passou-se a aceitar a intervenção da mão do Estado na economia para assegurar e garantir o emprego e eliminar as desigualdades através de políticas se seguridade social.
Amenizada a crise, no pós-guerra o defensores do liberalismo econômico começaram novamente a bradar pela liberação do mercado e exigir uma menor participação do Estado na economia. Esse movimento é conhecido como neoliberalismo.
Totalmente contrário aos princípios que devem nortear as atitudes do cristão, pois o foco esta na maximização dos lucros dos empresários privados através de maior exploração do homem e dos recursos naturais mesmo à custa da agressão à natureza. Então temos a liberação para que o egoísmo encontre meios de sobrepor ao sentimento de fraternidade e colaboracionismo trazido por Jesus.
Defender tal sistema contraria, a nosso ver, a proposta de contribuição que o Espiritismo pode dar no processo de regeneração da humanidade.
Talvez eu não tenha sido claro. "Ao longo do tempo" refere-se ao governo de Lula e Dilma.
Em se tratando do capitalismo, o livro de Ludwig von Mises, "Mentalidade Anticapitalista", é bem esclarecedor.
Jesus! Trocar doutrina espirita por Von Mises? Onde esta o amor ao próximo, a compaixão pelos que equivocam, e a oração aos criminosos, evitando ao máximo a acusação indébita sem ao menos conhecer a realidade muitas vezes ocultada por ondas partidárias e poder econômico...a necessidade de buscar na isenção aplacar o ódio e a intolerância se faz impositiva nessa realidade em que jorram teorias de espíritos falíveis na área econômica que foram incapazes de ajudar ao próximo, a doutrina não e compatível com quaisquer desses lados
Ninguém está trocando a Doutrina Espírita por Von Mises. Apenas que, para saber o que é capitalismo, a leitura de Von Mises é muito útil.
Bom dia, Prof Sérgio Biagi,
Fiquei feliz em descobrir que o Sr. conhece Von Mises... e sabemos que a desigualdade faz parte da natureza e está lá no O Livro dos Espíritos que ela não pode ser superada neste mundo de provas e expiações no qual vivemos... e os espíritas "novos" teimam em não compreender que a cultura sobrepõe a economia...! Obrigado pelo excelente trabalho!
Obrigado Prof Sérgio Biagi por falar de Von Mises... o economista mais sensato do século XX e mentor de Hayek (Vencedor do Nobel de economia nos anos 70)...! É preciso que os jovens espíritas conheçam mais de economia, mas sabendo que a cultura a sobrepõe...! Sobre desigualdade, me corrija caso esteja equivocado, no O Livro dos Espíritas há uma afirmação que nosso mundo não há como ter igualdade (como querem os socialistas) plena devido a nossa própria natureza neste mundo de provas e expiações...! Obrigado pelas explanações...!
Caro Erick
Além das questões puramente materiais, a desigualdade não se resume somente à vida presente, mas às vidas anteriores. Observe a citação abaixo:
"A desigualdade das riquezas é um desses problemas que se procura em vão resolver, se não se considera senão a vida atual. A primeira questão que se apresenta é esta: Por que todos os homens não são igualmente ricos? Não o são por uma razão muito simples: é que eles não são igualmente inteligentes, ativos e laboriosos para adquirir, nem moderados e previdentes para conservar. Aliás, é um ponto matematicamente demonstrado que a fortuna, igualmente repartida, daria a cada qual uma parte mínima e insuficiente; que, supondo-se essa repartição feita, o equilíbrio estaria rompido em pouco tempo, pela diversidade de caracteres e das aptidões.''(KARDEC, A. "O Evangelho Segundo o Espiritismo". 39. ed., São Paulo, IDE, 1984, p. 210).
Sabemos que a fortuna é uma concessão para que possamos utilizarmos para nossa evolução espiritual e consequentemente a do próximo, mais uma vez implicaria na questão moral sobrepondo aos interesses mesquinhos bem elucidada na questão 925 onde Kardec indaga aos Benfeitores por que Deus favorece a alguns o dom da fortuna, e eis que respondem: - É um favor aos olhos daqueles que não veem senão o presente; mas, saiba-o bem, a fortuna é uma prova frequentemente mais perigosa do que a miséria. Já na questão 926 vai de encontro ao consumismo, motor da economia moderna para uns, e motivos de inflação para outros...P- A civilização, criando novas necessidades, não é a fonte de novas aflições? R:-Os males do mundo estão em razão das necessidades fictícias que criais para vós mesmos. Aquele que sabe limitar seus desejos e vê sem inveja que acima de si, poupa-se de muitas decepções desta vida. O mais rico é aquele que tem menos necessidade. Em trecho da questão 923 ilustra bem isso (...) aquele que tinha cinquenta mil libras de renda e se encontra reduzido a dez, se crê bem infeliz porque não pode mais fazer uma tão grande, ter aquilo que chama de posição (...) satisfazer as suas paixões. Ele crê faltar-lhe o necessário; mas francamente, o crês com direito a lamentar-se quando ao seu lado há os que morrem de fome e de frio, e não tem um refúgio para repousar a cabeça? O sábio, para ser feliz olha para baixo de si e jamais acima, a não ser para elevar sua alma até o infinito.
A caridade é uma virtude que diverge dos atuais sistemas econômicos, e é a chave para nossa evolução moral, como nos diz a questão 913 , todo aquele que quer se aproximar , desde esta vida, da perfeição moral, deve extirpar de seu coração, todo sentimento de egoísmo, porque o egoísmo é incompatível com a justiça, o amor, e a caridade. Ele neutraliza todas as outras qualidades...
O melhor livro de “economia” espiritual, com consequências na nossa economia material, está no Evangelho Segundo O Espiritismo, o roteiro divino, e no conhecimento que nos esclarece e nos faz ver realmente , o livro dos Espíritos... não indicaria Von Misses e nem Marx, que são irmãos em evolução, que com certeza se arrependem muito do que escreveram , indicaria as obras de Kardec.
Saudações fraternas
Bom dia meu caro. Feliz Ano Novo.
Agradeço por ter permitido as minhas divagações, porém observei que foi editada , retirada partes que considero interessantes. Desculpe interpela-lo caso houve problemas no programa, caso contrário , por que da edição já que penso não haver nada além de um reflexão não constituindo uma verdade universal. Um abraço.
Caro companheiro de ideal espírita
O comentário foi publicado sem cortes. Caso queira, pode reenviá-lo. Obrigado pela visita. Que este ano de 2018 seja repleto de paz e muitas realizações.
Feliz 2018 a todos... que Deus nos abençoe e permita uma mudança gradual e ordeneira rumo a uma sociedade livre...! Nosso amigo Alvorada do Reino esquece q vivemos num mundo desigual onde as teorias de Karl Marx fracassaram terrivelmente, gerando mais de 100 milhões de assassinatos só no século XX... e cujas mesmas teorias foram desmascaradas por Mises e seus alunos mais profícuos...! Compreendo q toda causa está na natureza humana baseada no egoísmo... na busca do poder supremo, como se possível fosse... eis a desgraça humana...! Entendo q não estamos num estágio q permita a paz global, infelizmente... e por isso creio não ser lícito permitir a defesa de ideias socialistas, pois sei q as mesmas na atual evolução humana terrestre só trarão sofrimento e morte...! Não posso permitir q tantos irmãos continuem sendo massacrados em nome de uma ideologia "satânica"... vide Venezuela, Cuba, Coréia do Norte e tantos países q ainda sofrem nas garras do socialismo...! Que Deus tenha misericórdia desta Era...!
Ao sol do amor
Reunião pública de 7 de Setembro de 1959
Questão n.° 569 de “O Livro dos Espíritos”
Brilhando por luz de Deus, ainda mesmo nas regiões em que a escuridade aparentemente domina, o amor regenera e aprimora sempre.
Podem surgir grandes malfeitores abalando a ordem pública, mas, enquanto existirem pais e mães responsáveis e devotados, o lar fulgirá no mundo, cooperando para que se dissolva a lama da delinquência na charrua do suor ou na fonte das lágrimas.
Podem surgir crianças-problemas e jovens transviados de todos os matizes, mas, enquanto existirem professores dignos do nome bendito que carregam, erguer-se-á a escola por santuário da educação.
Podem surgir doentes agoniados em todas as estâncias da vida, mas, enquanto existirem cientistas consagrados ao socorro dos semelhantes, levantar-se-á o hospital, como pouso da Bênção Divina para a redenção dos enfermos.
Podem surgir criminosos de todas as procedências, gerando reações populares pelos delitos em que estejam incursos, mas, enquanto existirem juízes compreensivos e humanos, destacar-se-á o instituto correcional por cidadela do bem, onde as vítimas da sombra retornem de novo à luz.
Podem surgir empreiteiros do ateísmo e do ódio, da intolerância e da guerra, como verdadeiros alienados mentais, mas, enquanto existirem sacerdotes e missionários da fé, com bastante abnegação para ajudar e perdoar, luzirá o templo, nas diversas confissões religiosas do mundo, como autêntica oficina de acrisolamento da alma.
É justificável, portanto, que a afeição não repouse, além da morte.
Para lá da fronteira de cinza, agiganta-se o trabalho para todos os corações acordados ao clarão do amor sem mácula.
Mães esquecidas na legenda do túmulo transformam-se em anjos invisíveis de renúncia, ao pé de filhos desmemoriados e ingratos, para que não resvalem de todo nas tenebrosidades do abismo;
esposas renascidas do nevoeiro carnal apoiam companheiros desorientados no infortúnio, para que se restaurem no tálamo doméstico;
filhos, desligados do corpo físico, tornam, despercebidos, à convivência dos pais, arrebatando-os às tentações do desânimo ou do suicídio, e arautos de ideias renovadoras sustentam-se, em espírito, ao lado daqueles que lhes continuam as obras.
Se te encontras, assim, em tarefas de sacrifício, não recalcitres contra os aguilhões que te acicatam as horas, consciente de que a matemática do destino não nos entrega problemas de que não estejamos necessitados.
Humilha-te e serve, desculpa e edifica, diante dos que se fazem complicados instrumentos de tua dor.
A prova antecipa o resgate, a luta anuncia a vitória e a dificuldade encerra a lição.
E embora se te situem as esperanças no agressivo espinheiro do sofrimento, ama os que te não compreendem e ora pelos que te injuriam, porque a Lei conhece o motivo pelo qual cada um deles te cruza os passos, e erguer-te-á o ânimo, aqui e além da Terra, para que prossigas no apostolado do amor, em perpetuidade sublime.
.Emmanuel
Religião dos Espíritos
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