08 dezembro 2023

Visível e Invisível

“As aparências enganam? O correto seria dizer que nós é que nos enganamos com as aparências.” 

O tema “Visível e invisível” faz-nos pensar na relação entre a opinião, o fato, a realidade e o mundo invisível ou mundo espiritual. Opinamos segundo as nossas limitações, mas a realidade cósmica é outra, e ainda não temos condições de abarcá-la na sua totalidade.  

Em termos econômicos e políticos, Frédéric Bastiat publicara um livro com o título “O que se vê e o que não se vê”. Eis um de seus pensamentos: "Na esfera econômica, um ato, um hábito, uma instituição, uma lei não geram somente um efeito, mas uma série de efeitos. Dentre esses, só o primeiro é imediato. Manifesta-se simultaneamente com a sua causa. É visível.  Os outros só aparecem depois e não são visíveis.  Podemo-nos dar por felizes se conseguirmos prevê-los." 

O que a mídia nos informa diariamente? Guerras, domínio, luta pelo poder, exploração do povo. Mas, o que está por trás disso? Qual o teor da invisibilidade? Quanto podemos captar disso? Observe que, diante de uma situação, onde não encontramos nenhuma solução, apelamos para a Providência Divina. Só Deus, o criador, tem possibilidade de reverter uma situação caótica.

Em termos da Doutrina Espírita, o acaso não existe. Assim sendo, se não conseguirmos encontrar a causa do sofrimento nesta existência, urge que a procuremos numa existência anterior. Para exemplificar, lembremo-nos:

Tragédia do Circo (capítulo 6 do livro Cartas e Crônicas): As pessoas que morreram queimadas foram as mesmas que atiravam os cristãos aos leões no começo da era cristã. É um exemplo vivo da justiça divina por meio da reencarnação. Não importa o tempo transcorrido; a lei tem que cumprir a sua tarefa, quer gostemos ou não.

Mar de Trigo (do livro Reencarnação e Vida, de Amália Domingo Soler): Duas pessoas "davam-lhes trigo estragado, que ao ser aproveitado pelas massas famélicas, provocou uma peste assoladora que causou inumeráveis vítimas... Como sucedeu aos dois ambiciosos açambarcadores de trigo que voltaram a este mundo em humilíssima posição e começaram pagando sua dívida morrendo afogados num mar de trigo como todo grão alimentício que negaram às multidões famintas, é justo que afoguem cem e cem vezes, pois não há dívida que não se pague nem prazo que não se cumpra".

Lembremo-nos, também, da instituição do movimento de troca entre o mundo visível e o invisível. "Cerradas as portas, para que as vibrações tumultuosas dos adversários gratuitos não perturbassem o coração dos que anelavam o convívio divino, eis que surge o Mestre muito amado, dilatando as esperanças de todos na vida eterna. Desde essa hora inolvidável, estava instituído o movimento de troca, entre o mundo visível e o invisível. A família cristã, em seus vários departamentos, jamais passaria sem o doce alimento de suas reuniões carinhosas e íntimas. Desde então, os discípulos se reuniriam, tanto nos cenáculos de Jerusalém, como nas catacumbas de Roma. E, nos tempos modernos, a essência mais profunda dessas assembleias é sempre a mesma, seja nas igrejas católicas, nos templos protestantes ou nos centros espíritas." (Capítulo 9 — "Reuniões cristãs", do livro Caminho, Verdade e Vida, pelo Espírito Emmanuel)

Desconfiemos sempre do que se nos apresenta aos olhos. Um pouco mais de raciocínio lógico e a ilusão momentânea se desfaz. 

 

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