A
palavra "caridade", tal como "Evangelho", de tanto
ser repetida acaba perdendo o seu sentido original, o seu sentido real.
Caridade vem do latim caritas (amor). Para resgatar o seu
sentido essencial, ela identifica-se com o amor, mas o amor sem ambiguidade, ou
seja, o amor "doação" ensinado pelo mestre Jesus.
“A
Caridade Material e a Caridade Moral” diz respeito às instruções dos Espíritos,
que estão catalogadas no capítulo XIII de O Evangelho Segundo o
Espiritismo, cujo título é: “Que a vossa Mão Esquerda não Saiba o que Dá a
vossa Mão Direita”. Os outros subtítulos desse capítulo são: Fazer o
bem sem ostentação, Os infortúnios ocultos, O óbolo da viúva, Convidar os
pobres e os estropiados, A beneficência, A piedade, Os órfãos, Benefícios pagos
com ingratidão e Beneficência exclusiva.
Os
esclarecimentos dos Espíritos sobre o tema se dão através de duas instruções:
Instrução
1
Começa
com a máxima: “Amemo-nos uns aos outros e façamos a outrem o que queríamos que
nos fosse feito.”
Quem se
basear nessa regra áurea estará agindo na busca de sua perfeição.
Chama a
atenção dos ricos para darem que serão recompensados.
Esse
infeliz que repelis pode ter sido um filho, um pai... em outras vidas.
Caridade
moral consiste em se suportar uns aos outros.
Há
grande mérito calar para deixar o mais tolo falar.
Não
anotar os erros dos outros não é humildade, mas caridade.
Esta não
pode impedir a outra ou seja, a caridade material.
Irmã
Rosália, Paris, 1860.
Instrução
2
Como
posso fazer caridade se não possuo o necessário?
A
caridade pode ser feita de muitas maneiras: por pensamentos, palavras e ações.
Em pensamentos —
orando pelos pobres abandonados que morreram sem ter podido mesmo ver a luz;
Em palavras —
dirigindo palavras de ânimo aos irritados pelo desespero, às crianças e aos
velhos descrentes de Deus;
Em ações —
doando nosso tempo, nossos recursos financeiros, nossa boa vontade para os
nossos semelhantes.
Meus
amigos, a cada regimento novo o general fornece uma bandeira; eu vos dou esta
máxima do Cristo: “Amai-vos uns aos outros.” Praticai essa máxima; reuni-vos
todos ao redor desse estandarte, e dele recebereis a felicidade e a consolação.
Um
Espírito protetor, Lião, 1860.
Para que
a caridade material tenha o seu fundamento cristão, convém não deixarmos que a
moeda queime na mão daquele que a recebe.