25 julho 2015

Fé: Notas Extraídas da Revista Espírita

FotoA questão da fé nos fenômenos espíritas


Perguntam os adversários por que motivo os Espíritos, que se deveriam empenhar em fazer prosélitos, não se prestam melhor ao trabalho de convencer certas criaturas, cuja opinião teria grande influência. Acrescentam que os acusamos de falta de fé e a isto respondem, e com razão, que não podem acreditar por antecipação. É um erro pensar que a fé seja necessária; mas a boa-fé é outra coisa.


Os Espíritos têm uma maneira de julgar as coisas que nem sempre é a nossa; veem, pensam e agem de acordo com outros elementos. Enquanto nossa vista é circunscrita pela matéria, limitada pelo estreito círculo em meio ao qual nos achamos, eles tudo abarcam; o tempo, que nos parece tão longo, para eles é um instante, e a distância, nada mais que um passo; certos detalhes, que nos parecem de extrema importância, a seus olhos não passam de infantilidades, ao passo que julgam essenciais certas coisas cujo alcance não apreendemos. Para os compreender é preciso nos elevemos, pelo pensamento, acima do nosso horizonte material e moral e nos coloquemos sob o seu ponto de vista. Não lhes compete descer até nós: nós é que devemos subir até eles, conduzidos pelo estudo e pela observação. (p.168 - R.E. 1859)

Primeira religião com fé num Deus espiritual

A religião israelita foi a primeira que formulou, aos olhos dos homens, a ideia de um Deus espiritual. Até então os homens adoravam: uns, o Sol; outros, a Lua; aqui, o fogo; ali, os animais. Mas em parte alguma a ideia de Deus era representada em sua essência espiritual e imaterial. (p.300 - R.E. 1861)

O poder da fé - Dissertação do Bispo de Périgueux

Sou a irmã mais velha da Esperança e da Caridade; chamo-me Fé.

Sou grande e forte. Aquele que me possui não teme nem o ferro, nem o fogo: é à prova de todos os sofrimentos físicos e morais. Irradio sobre vós com um facho cujos jatos cintilantes se refletem no fundo de vossos corações e vos comunico a força da vida. Dizem, entre vós, que transporto montanhas; eu, porém, vos digo: Venho erguer o mundo, porquanto o Espiritismo é a alavanca que me deve auxiliar. Uni-vos a mim; venho convidar-vos: sou a Fé.

Sou a Fé! Moro com a Esperança, a Caridade e o Amor no mundo dos Espíritos Puros. Muitas vezes deixei as regiões sublimadas e vim à Terra para vos regenerar, dando-vos a vida do Espírito. Mas, excetuando os mártires dos primeiros tempos do Cristianismo e, de vez em quando, alguns fervorosos sacrifícios ao progresso da ciência, das letras, da indústria e da liberdade, só encontrei entre os homens indiferença e frieza, retomando tristemente o meu voo para o céu. Julgais-me em vosso meio, mas vos enganais, porque a Fé sem obras é um simulacro de Fé. A verdadeira Fé é vida e ação.

Antes da revelação espírita a vida era estéril; era uma árvore que, ressequida pelos raios, não produzia nenhum fruto. Reconhecem-me por meus atos: ilumino as inteligências, aqueço e fortaleço os corações; afasto para longe de vós as influências enganosas e vos conduzo a Deus pela perfeição do espírito e do coração. Vinde abrigar-vos sob a minha bandeira; sou poderosa e forte: eu sou a Fé.

Sou a Fé e o meu reino começa entre os homens; reino pacífico, que os tornará felizes no presente e na eternidade. A aurora do meu advento entre vós é pura e serena; seu sol será resplandecente e seu crepúsculo virá docemente embalar a Humanidade nos braços de eternas felicidades. Espiritismo! derrama sobre os homens o teu batismo regenerador. Eu lhes faço um apelo supremo: eu sou a Fé. (p.54 - R.E. 1862)

A fé na sobrevivência da alma dá força e resignação ante as tribulações da vida

A faculdade de mudar de ponto de vista e de olhar do alto não só dá a solução do problema da presciência; é, além disso, a chave da verdadeira fé, da fé sólida; é também o mais poderoso elemento de força e de resignação, porque daí a vida terrena, aparecendo como um ponto na imensidade, compreende-se o pouco valor das coisas que, vistas debaixo, parecem tão importantes. Os incidentes, as misérias, as vaidades da vida diminuem à medida que se desdobra o imenso e esplêndido horizonte do futuro. O que assim vê as coisas deste mundo, pouco ou nada é atingido pelas vicissitudes e, por isto mesmo, é tão feliz quanto o pode ser na Terra. É, pois, de lamentar-se os que concentram seus pensamentos na estreita esfera terrestre, porque sentem, em toda a sua força, o contragolpe de todas as tribulações que, como tantos aguilhões, os ferem incessantemente. (p.133 - R.E. 1864)

Necessidade da fé baseada na certeza da imortalidade da alma

Em todos os tempos tem-se reconhecido a influência salutar da música para o abrandamento dos costumes. Sua introdução entre os criminosos seria um progresso incontestável e só poderia dar resultados satisfatórios; ela move as fibras entorpecidas da sensibilidade e as predispõe a receber as impressões morais. Mas é suficiente? Não; é um labor em terra inculta, que necessita de semeadura de idéias próprias, capazes de causar uma profunda impressão sobre essas naturezas extraviadas. É preciso falar à alma, depois de haver amolecido o coração. O que lhes falta é a fé em Deus, em sua alma e no futuro; não uma fé vaga, incerta, incessantemente combatida pela dúvida, mas uma fé baseada na certeza, a única que pode torná-la inabalável. Sem dúvida a música pode predispor a isto, mas não a dá. Nem por isto deixa de ser um auxiliar, que não se pode negligenciar. (p.261 - R.E. 1864)

A fé nos princípios do Espiritismo é a base da verdadeira fraternidade universal

A fraternidade deve ser a pedra angular da nova ordem social. Mas não haverá fraternidade real, sólida e efetiva se não for apoiada em base inabalável; esta base é a fé; não a fé em tais ou quais dogmas particulares, que mudam com os tempos e os povos e se atiram pedras, porque, anatematizando-se, entretêm o antagonismo; mas a fé nos princípios fundamentais que todo o mundo pode aceitar: Deus, a alma, o futuro, o progresso individual indefinido, a perpetuidade das relações entre os seres. Quando todos os homens estiverem convictos de que Deus é o mesmo para todos, que esse Deus, soberanamente justo e bom, nada pode querer de injusto, que o mal vem dos homens e não dele, olhar-se-ão como filhos de um mesmo pai e se darão as mãos. É esta fé que dá o Espiritismo e que, de agora em diante, será o pivô sobre o qual se moverá o gênero humano, sejam quais forem sua  maneira de adorar e suas crenças particulares, que o Espiritismo respeita, mas das quais não deve se ocupar. Somente desta fé pode sair o verdadeiro progresso moral, porque só ela dá uma sanção lógica aos direitos legítimos e aos deveres; sem ela, o direito é o que é dado pela força; o dever, um código humano imposto pela violência. Sem ela que é o homem? um pouco de matéria que se dissolve, um ser efêmero que apenas passa; o próprio gênio não é senão uma centelha que brilha um instante, para extinguir-se para sempre; por certo não há nisto muito para o erguer aos seus próprios olhos. (p.296 - R.E. 1866)

FÉ CEGA

O raciocínio atual não aceita a imposição de uma fé cega

Toda religião repousa necessariamente na vida futura e todos os dogmas convergem forçosamente para esse fim único. É visando atingir esse fim que eles são praticados; e a fé nos dogmas está na razão direta da eficácia que se lhes atribui para o alcançar. A teoria da vida futura é, pois, a pedra angular de toda doutrina religiosa. Se essa teoria pecar pela base; se abrir o campo a objeções sérias; se se contradisser; se se puder demonstrar a impossibilidade de certas partes, tudo vai abaixo. Antes de mais vem a dúvida, à qual sucede a negação absoluta, e os dogmas são arrastados no naufrágio da fé. Pensaram em escapar ao perigo proscrevendo o exame e fazendo da fé cega uma virtude. Mas pretender impor a fé cega neste século é desconhecer o tempo em que vivemos; refletimos, mau grado nosso; examinamos pela força das coisas; queremos saber como e porquê. O desenvolvimento da indústria e das ciências exatas nos ensina a olhar o terreno sobre o qual pisamos, razão por que se sondamos aquele onde, conforme dizem, marcharemos depois da morte; se não o encontramos sólido, isto é, lógico, racional, não nos preocuparemos com ele. Por mais que façam, não conseguirão neutralizar essa tendência, porque inerente ao desenvolvimento intelectual e moral da Humanidade. (p.101 - R. E. 1862)

A fé cega não tem mais curso no século do positivismo 

É tal reação que se manifesta desde alguns anos; mas o homem chegou a um dos pontos culminantes da inteligência. Ora, nessa idade em que a faculdade de compreender está adulta, não mais pode ser conduzido como na infância ou na adolescência. O positivismo da vida lhe ensinou a procurar, dizemos mais, tornou*lhe necessário o porquê e o como de cada coisa, pois em nosso século matemático há necessidade de darmos conta de tudo, de tudo calcular, tudo medir, para saber onde pomos o pé. Até na abstração queremos a certeza, se não material, pelo menos moral; não basta dizer se uma coisa é boa ou má, quer-se saber porque o é, e se se tem ou não razão para prescrevê-la ou proibi-la; eis por que a fé cega não mais tem curso em nosso século raciocinador. Não se pede apenas que se tenha fé; desejam-na, hoje sentem sua sede, porque é uma necessidade; querem, porém, uma fé raciocinada. Discutir sua crença é uma exigência da época, à qual, bem ou mal, há que se resignar. (p.294 - R.E. 1863)

Diferença entre a fé cega e a fé alicerçada na razão

A fé paira sobre a Terra, buscando um refúgio onde se abrigar e um coração para esclarecer! Aonde irá?... A princípio entrará na alma do homem primitivo e impor-se-á; colocará um véu momentâneo sobre a razão que começa a desenvolver-se e cambaleia nas trevas do Espírito. Conduzi-lo-á através das idades de simplicidade e se fará senhora pelas revelações. Mas, não estando ainda o raciocínio bastante maduro para discernir o que é justo do que é falso, para julgar o que vem de Deus, ela arrastará o homem fora do reto caminho, tomando-o pela mão e pondo-lhe uma venda nos olhos. Muitos desvios: tal deve ser a divisa da fé cega que, entretanto, durante muito tempo teve a sua utilidade e a sua razão de ser.

Esta virtude desaparece quando a alma, pressentindo que pode ver pelos próprios olhos, a afasta e não mais quer marchar senão com a razão. Esta a ajuda a se desfazer das crenças falsas, que havia adotado sem exame. Nisto ela é boa; mas o homem, encontrando em seu caminho muitos mistérios e verdades obscuras, quer desvendá-los e se extravia. Seu julgamento não pode acompanhá-la; quer ir muito depressa, mas em tudo a progressão deve ser insensível. Assim, não tem mais a fé que repeliu; não tem mais a razão que quis ultrapassar. Então faz como a borboleta temerária, queimando as asas na luz e se perdendo em desvios impossíveis. Daí saiu a má filosofia que, buscando muito, fez tudo desmoronar e nada substituiu. (p.247 - R.E.1865)

O Espiritismo não substitui uma fé cega por outra fé cega

O Espiritismo é, como pensam alguns, uma nova fé cega, que substituiu outra fé cega? Em outras palavras, uma nova escravidão do pensamento sob nova forma? Para o crer, é preciso ignorar os seus primeiros elementos. Com efeito, o Espiritismo estabelece como princípio que antes de crer é preciso compreender. Ora, para compreender é necessário que se faça uso do raciocínio; eis por que ele procura dar-se conta de tudo antes de admitir alguma coisa, a saber, o porquê e o como de cada coisa. É por isso que os espíritas são mais cépticos do que muitos outros, em relação aos fenômenos que escapam do círculo das observações habituais. Não se baseia em nenhuma teoria preconcebida ou hipotética, mas na experiência e na observação dos fatos; em vez de dizer: “Crede primeiro, e depois compreendereis, se puderdes”, diz: “Compreendei primeiro, e depois acreditareis, se quiserdes.” Não se impõe a ninguém; diz a todos: “Vede, observai, comparai e vinde a nós livremente, se isto vos convém.” Falando assim, ele entra com grande chance no número dos concorrentes. Se muitos vão a ele, é porque satisfaz a muitos, mas ninguém o aceita de olhos fechados. Aos que não o aceitam, ele diz: “Sois livres e não vos quero; tudo o que vos peço é que me deixeis minha liberdade, como vos deixo a vossa. Se procurais me excluir, temendo que vos suplante, é que não estais muito seguros de vós.” (p.39 - R.E. 1867)

Erro das religiões estabelecendo a fé cega como um dogma absoluto

O erro da maior parte das religiões é ter erigido, como dogma absoluto, o princípio da fé cega, e de ter, em favor desse princípio, que aniquila a ação da inteligência, feito aceitar, durante algum tempo, crenças que os progressos ulteriores da Ciência vieram contradizer. Disto resultou, em grande número de pessoas, a prevenção de que toda crença religiosa é incapaz de suportar o livre-exame, confundindo, numa reprovação geral, o que não passava de casos particulares. Esta maneira de julgar as coisas não é mais racional do que se se condenasse todo um poema, porque encerra alguns versos incorretos, mas é mais cômoda para os que em nada querem crer, porque, rejeitando tudo, se julgam livres para nada examinar. (p.42 - R.E. 1867)

Inconveniência da fé cega em dogmas contrários à razão

A fé cega é o pior de todos os princípios! Crer com fervor num dogma qualquer, quando a sã razão se recusa a aceitá- lo como uma verdade, é fazer ato de nulidade e privar-se voluntariamente do mais belo de todos os dons que nos concedeu o Criador; é renunciar à liberdade de julgar, ao livre-arbítrio que deve presidir a todas as coisas na medida da justiça e da razão. (p.94 - R.E. 1867)


FÉ CEGA E ILÓGICA

O espiritismo não impõe uma fé cega e ilógica

Por outro lado, o Espiritismo não dobra as inteligências ao seu jugo; não impõe uma crença cega; quer que a fé se apoie na compreensão. É sobretudo nisto, Sr. abade, que diferimos na maneira de ver. Ele deixa a cada um inteira liberdade de exame, em virtude do princípio de que, sendo a verdade una, mais cedo ou mais tarde deve prevalecer sobre o que é falso, e que um princípio fundado no erro cai pela força das coisas. Entregues à discussão, as ideias falsas mostram seu lado fraco e se apagam ante o poder da lógica. Essas divergências são inevitáveis, porque ajudam a depuração e a solidez da ideia fundamental; e é preferível que se produzam desde o começo, pois a doutrina verdadeira dela se livrará mais cedo. É por isso que sempre dissemos aos adeptos: Não vos inquieteis com as ideias contraditórias, que podem ser emitidas ou publicadas. Vede quantas já morreram no nascedouro! quantos escritos dos quais não mais se fala! O que buscamos? O triunfo, a qualquer custo, de nossas ideias? Não, mas o da verdade. Se, no número das ideias contrárias, algumas forem mais verdadeiras que as nossas, elas prevalecerão e deveremos adotá-las; se forem falsas, não poderão suportar a prova decisiva do controle do ensino universal dos Espíritos, único critério da ideia que sobreviverá.  (p.295 - R.E. 1865)


A FÉ E A CARIDADE

A fé e a caridade inspiradas nas compensações da vida futura

Deus fez descerem à Terra a fé e a caridade para auxiliar os homens a sacudir a dupla tirania do pecado e da arbitrariedade; e não há dúvida que, com esses dois divinos motores, há muito tempo eles teriam atingido uma felicidade tão perfeita quanto o comporta a natureza humana e o estado físico do vosso globo, caso os homens não tivessem deixado a fé enlanguescer e os corações secarem. Por um momento, mesmo, acreditaram poder dispensá-la e salvar-se apenas pela caridade. Foi então que se viu nascer essa multidão de sistemas sociais, bons na intenção que os ditava, mas defeituosos e impraticáveis na forma. E por que são impraticáveis? perguntareis; não se baseiam no desinteresse de cada um? Sim, sem dúvida; mas para se basear no desinteresse é preciso, primeiro, que exista o desinteresse. Ora, não basta decretá-lo, é preciso inspirá-lo. Sem a fé que dá a certeza das compensações da vida futura, o desinteresse é um logro aos olhos do egoísta. Eis por que são instáveis os sistemas que repousam apenas sobre os interesses materiais, tanto é certo que o homem nada poderia construir de harmonioso e durável sem a fé, que não somente o dota de uma força moral superior a todas as forças físicas, como lhe abre a assistência do mundo espiritual e lhe permite beber na fonte da onipotência divina. (p.99 - R.E. 1861)


FÉ EM DEUS

O médium curador necessita ter muita humildade e profunda fé em Deus

Para curar pela terapêutica ordinária, não bastam os primeiros medicamentos que surgem; são precisos puros, não avariados ou adulterados, e convenientemente preparados. Pela mesma razão, para curar pela ação fluídica, os fluidos mais depurados são os mais salutares; já que esses fluidos benfazejos são os próprios fluidos dos Espíritos superiores, é o concurso destes últimos que se deve obter. Por isto a prece e a invocação são necessárias. Mas para orar e, sobretudo, orar com fervor, é preciso fé. Para que a prece seja ouvida, é preciso que seja feita com humildade e ditada por um real sentimento de benevolência e de caridade. Ora, não há verdadeira caridade sem devotamento, nem devotamento sem interesse. Sem estas condições o magnetizador, privado da assistência dos Espíritos bons, fica reduzido às suas próprias forças, muitas vezes insuficientes, ao passo que com o concurso deles, elas podem ser centuplicadas em poder e em eficácia. Mas não há licor, por mais puro que seja, que não se altere ao passar por um vaso impuro; dá-se o mesmo com o fluido dos Espíritos superiores, ao passar pelos encarnados. Daí, para os médiuns nos quais se revela essa preciosa faculdade, e que querem vê-la crescer e não se perder, a necessidade de trabalharem o seu melhoramento moral. (p.9 - R.E. 1864)


FÉ ESPÍRITA

Corajosa demonstração de fé espírita 

Confesso que me sinto um pouco humilhado, ao ver que empregais as mesmas fórmulas e o mesmo discurso comumente dirigidos às pessoas simplórias, quando devíeis saber que toda a minha vida foi consagrada à sustentação da verdade e ao testemunho em seu favor, sempre que a encontrava, tanto na Física, quanto na Metafísica. Sei perfeitamente que o papel do adepto das idéias novas nem sempre está livre de inconvenientes, até mesmo neste século de luzes, e que podemos ser ridicularizados se dissermos que a luz se fará em pleno dia; no mínimo, seremos tachados de loucos; porém, como a Terra gira e o Sol haverá de brilhar para todos, fazse necessário que os incrédulos se dobrem à evidência. É natural também que a existência dos Espíritos seja negada por aqueles que só acreditam no que vêem, do mesmo modo que a luz não existe para quantos se achem privados de seus raios. Podemos entrar em comunicação com eles? Eis aí toda a questão. Vede e observai. 

O tolo nega sempre o que ele não entende; 
Mesmo o maravilhoso é-lhe pobre vergel; 
Ele não sabe nada, e nada quer ou aprende; 
– Do incrédulo esse é, pois, um retrato fiel. (p.208 - R.E. 1858)


Só se adquire a fé espírita pelo estudo, reflexão e observação contínua

Afinal de contas, seria muito desagradável que a propagação da doutrina se subordinasse à publicidade de nossas sessões. Por mais numeroso que fosse o auditório, seria sempre muito restrito, imperceptível, comparado à massa da população. Por outro lado, sabemos por experiência que a verdadeira convicção só se adquire pelo estudo, pela reflexão e por uma observação contínua, e não assistindo a uma ou duas sessões, por mais interessantes que sejam. Isto é tão verdadeiro que o número dos que creem sem ter visto, mas porque estudaram e compreenderam, é imenso. Sem dúvida o desejo de ver é muito natural e estamos longe de o censurar, mas queremos que vejam em condições aproveitáveis. Eis por que dizemos: Estudai primeiro e vede depois, porque compreendereis melhor. (p.140 - R.E. 1861)

Em que consiste a fé espirita

O que é, então, a fé espírita? talvez perguntem alguns dos que me ouvem. 

– A fé espírita consiste na convicção íntima de que temos uma alma; que esta alma, ou Espírito, o que é a mesma coisa, sobrevive ao corpo; que é feliz ou infeliz, conforme o bem ou o mal que fez durante a vida. Dirão que isso é do conhecimento de todos. Sim, exceto dos que creem que tudo se acaba quando morremos, e estes são mais numerosos do que se pensa neste século. Assim, segundo estes últimos, os despojos mortais que temos sob os nossos olhos e que estarão, dentro de alguns dias, reduzidos a pó, será tudo quando restaria daquele a quem pranteamos. Assim, viemos prestar homenagem a quem? a um cadáver; porque de sua inteligência, de seu pensamento, das qualidades que o faziam amar, nada restará, tudo será aniquilado, como sucederá conosco, quando morrermos! Esta ideia do nada que nos aguarda não tem algo de pungente, de glacial? (p.132 - R.E. 1862)


Homens impedidos de proclamar a própria fé espírita 

É de admirar que certas personagens altamente colocadas, e notoriamente simpáticas à ideia espírita, não tomem abertamente, e oficialmente, a causa em questão. Dirão que seria o seu dever, uma vez que o Espiritismo é uma obra essencialmente moralizadora e humanitária. Esquecem que tais pessoas, por sua própria posição, mais que outras têm de lutar contra preconceitos que só o tempo fará desaparecer, e que cairão ante o ascendente da opinião. Digamos, ademais, que o Espiritismo ainda se encontra em estado de esboço e que não disse a última palavra; os princípios gerais estão assentados, mas só lhes entreveem as conseqüências, que não são e nem podem ser ainda claramente definidos. Até agora não passa de uma doutrina filosófica, cuja aplicação deve ser aguardada para as grandes questões de interesse geral. Só então é que muitas pessoas compreenderão o seu verdadeiro alcance e utilidade e poderão pronunciar-se com conhecimento de causa. Até que o Espiritismo tenha completado sua obra, o bem que faz é limitado; não podendo ser senão uma crença individual, uma adesão oficial seria prematura e impossível. Aí, sim, muitos dos que hoje o consideram como uma coisa fútil, mudarão forçosamente a maneira de ver e serão levados, pela própria força das coisas, a fazer dele um estudo sério. Deixemo-lo, pois, crescer e não peçamos que seja homem antes de ter sido criança. (p.164 - R.E. 1865)


Os fenômenos de sonambulismo espontâneo fortalecem a fé espírita

Devendo multiplicar-se estes fenômenos de sonambulismo mediúnico espontâneo, as instruções que precedem têm por objetivo guiar os grupos onde eles poderiam produzir-se, na observação dos fatos e de os fazer compreender a necessidade de usar da mais extrema prudência em semelhante caso. É preciso abster-se de maneira absoluta de os transformar em objeto de experimentação e de curiosidade. Os espíritas poderão aí colher grandes ensinamentos, próprios a esclarecer e a fortificar a sua fé, mas, repetimos, seriam sem proveito para os incrédulos. Os fenômenos destinados a convencer estes últimos e que se podem produzir em plena luz, são de outra ordem e, no número, alguns terão lugar, e já se produzem, pelo menos em aparência, fora do Espiritismo; a palavra Espiritismo os horroriza. Não sendo pronunciada, será uma razão a mais para dele se ocuparem. Os Espíritos são, pois, prudentes, quando, por vezes, trocam a etiqueta. (p.345 - R.E. 1866)


Profissão de fé espírita de um adepto detratado por sua crença 

Lia-se no Écho d’Oran de 24 de abril de 1866:

“Acaba de se passar em El-Afroun um fato que afetou penosamente a nossa população. O Sr. Pagès, um dos mais antigos habitantes de nossa cidade acaba de morrer. Sabeis que estava imbuído das idéias – eu ia dizer das loucuras – do Sr. Allan Kardec e que fazia profissão do Espiritismo. Fora dessa extravagância, era um homem honesto, estimado por todos os que o conheciam. Por isso, ficaram muito admirados quando souberam que o sr. cura se havia recusado a enterrá-lo, sob pretexto de que o Espiritismo é contrário ao Cristianismo. Não está no Evangelho: Retribuí o mal com o bem? Ora, se esse pobre Sr. Pagés é culpado por ter crido no Espiritismo, não era uma razão a mais para orar por ele?” 

O Sr. Pagés, que conhecíamos por correspondência há longa data, escrevia-nos isto: 

“O Espiritismo fez de mim um outro homem. Antes de o conhecer, eu era como muitos outros; não acreditava em nada e, contudo, sofria ao pensamento de que, morrendo, tudo está acabado para nós. Por vezes experimentava profundo desânimo, e me perguntava para que serve fazer o bem. Para mim o Espiritismo teve o efeito de uma cortina que se levanta para nos mostrar uma decoração magnífica. Hoje vejo claro; o futuro não é mais duvidoso e estou muito feliz. Dizer-vos da felicidade que experimento é impossível; parece que estou como um condenado à morte, a quem vêm dizer que não morrerá e que vai deixar sua prisão para ir a um belo país, viver em liberdade. Caro senhor, que efeitos isto devia produzir? A coragem me voltou com a certeza de viver sempre, porque compreendi que aquilo que adquirimos em bem não é pura perda; compreendi a utilidade de fazer o bem; compreendi a fraternidade e a solidariedade que ligam todos os homens. Sob o império deste pensamento esforcei-me por me melhorar. Sim, posso vos dizer sem vaidade, corrigi-me de muitos defeitos, embora me restem ainda muitos. Agora sinto que morrerei tranqüilo, pois sei que apenas trocarei a veste má, que me incomoda, por uma nova, na qual estarei mais à vontade.” (p.389 - R.E. 1866)


FÉ ESPÍRITA AMERICANA

Profissão de fé espírita americana - declaração de princípios 


Reproduzimos conforme o Salut de Nova Orléans, a declaração de princípios aprovada na quinta convenção nacional, ou assembléia dos delegados dos espíritas das diversas partes dos Estados Unidos. A comparação das crenças sobre essas matérias, entre o que se chama a escola americana e a escola européia, é algo de grande importância, como cada um poderá convencer-se. 


Declaração de princípios 


O espiritualismo nos ensina: 

1. – Que o homem tem uma natureza espiritual, tanto quanto uma natureza corporal; ou, antes, que o homem verdadeiro é um Espírito, tendo uma forma orgânica, composta de materiais sublimados, que representa uma estrutura correspondente à do corpo material. 

2. – Que o homem, como Espírito, é imortal. Tendo reconhecido que sobrevive a essa mudança chamada morte, podese racionalmente supor que sobreviva a todas as vicissitudes futuras. 

3. – Que há um mundo ou estado espiritual, com suas realidades substanciais, tanto objetivas quanto subjetivas. 

4. – Que o processo da morte física não transforma, de nenhum modo essencial, a constituição mental ou o caráter moral daquele que a experimenta, pois se assim não fosse, sua identidade seria destruída. 

5. – Que a felicidade ou a infelicidade, tanto no estado espiritual quanto neste, não depende de um decreto arbitrário ou de uma lei especial, mas, antes, do caráter, das aspirações e do grau de harmonia ou conformidade do indivíduo com a lei divina e universal. 

6. – Segue-se que a experiência e os conhecimentos adquiridos desde esta vida se tornam as bases sobre as quais começa a vida nova. 

7. – Visto como o crescimento, sob certos aspectos, é a lei do ser humano na vida presente, e considerando que aquilo que se chama a morte não é, na realidade, senão o nascimento para uma outra condição de existência, que conserva todas as vantagens ganhas na experiência desta vida, daí se pode inferir que o crescimento, o desenvolvimento, a expansão ou a progressão são o destino infinito do espírito humano. 

8. – Que o mundo espiritual não está afastado de nós, mas está perto, rodeia-nos ou está entremeado ao nosso presente estado de existência e, conseqüentemente, estamos constantemente sob a vigilância dos seres espirituais. 

9. – Que, desde que os indivíduos passam constantemente da vida terrestre à vida espiritual, em todos os graus de desenvolvimento intelectual e moral, o estado espiritual compreende todos os graus de caracteres, do mais baixo ao mais elevado. 

10. – Que, desde que o céu e o inferno, ou a felicidade e a infelicidade, dependem antes dos sentimentos íntimos que das circunstâncias exteriores, há tantas gradações para cada um quantas as nuances de caracteres, gravitando cada indivíduo em seu próprio lugar, por uma lei natural de afinidade. Pode-se dividi-los em sete graus gerais ou esferas; mas estas devem compreender as variedades indefinidas, ou uma “infinidade de moradas”, correspondentes aos caracteres diversos dos indivíduos, desfrutando cada ser de tanta felicidade quanto lhe permite o seu caráter. 

11. – Que as comunicações do mundo dos Espíritos, quer sejam recebidas por impressão mental, por inspiração ou por qualquer outra maneira, não são, necessariamente, verdades infalíveis, mas, ao contrário, se ressentem inevitavelmente das imperfeições da inteligência das quais emanam e das vias pelas quais chegam; e que, além disso, são susceptíveis de receber uma falsa interpretação daqueles a quem são dirigidas. 

12. – Segue-se que nenhuma comunicação inspirada, no tempo presente ou no passado (sejam quais forem as pretensões que possam, ou tenham podido ser apresentadas quanto à fonte), tem uma autoridade mais ampla que a de representar a verdade à consciência individual, sendo esta última o padrão final a que se devem referir, para o julgamento de todos os ensinamentos inspirados ou espirituais. 

13. – Que a inspiração, ou a influência das idéias e das sugestões, vindas do mundo espiritual, não é um milagre dos tempos passados, mas um fato perpétuo, o método constante da economia divina para a elevação da raça humana. 

14. – Que todos os seres angélicos ou demoníacos que se manifestaram ou que se intrometeram nos negócios dos homens no passado, eram simplesmente Espíritos humanos desencarnados, em diversos graus de progressão. 

15. – Que todos os milagres autênticos (assim chamados) dos tempos passados, tais como a ressurreição dos que estavam mortos em aparência, a cura das moléstias pela imposição das mãos, ou outros meios igualmente simples, o contato inofensivo com venenos, o movimento de objetos materiais sem concurso visível, etc., etc., foram produzidos em harmonia com as leis universais e, por conseguinte, podem repetir-se em todos os tempos, sob condições favoráveis. 

16. – Que as causas de todo fenômeno – as fontes da vida, da inteligência e do amor – devem ser pesquisadas no domínio interior e espiritual, e não no domínio exterior e material. 

17. – Que o encadeamento das causas tende inevitavelmente a remontar e a avançar para um Espírito infinito, que não só é um princípio formador (a sabedoria), mas uma fonte de afeição (o amor) – assim sustentando a dupla relação do parentesco, do pai e da mãe, de todas as inteligências finitas que, não obstante, são unidas por laços filiais. 

18. – Que o homem, na condição de filho desse pai infinito, é sua mais alta representação nesta esfera de seres, sendo o homem perfeito a mais completa personificação da “plenitude do Pai” que podemos contemplar, e que cada homem, em virtude desse parentesco, é, ou tem em seus refolhos íntimos, um germe de divindade, uma porção incorruptível da essência divina, que o leva constantemente ao bem, e que, com o tempo, dominará todas as imperfeições inerentes à condição rudimentar ou terrestre, e triunfará sobre todo o mal. 

19. – Que o mal é a falta mais ou menos grande da harmonia com esse princípio íntimo ou divino; e, contudo, quer o princípio se chame Cristianismo, Espiritualismo, Religião, Filosofia; quer se reconheça o “Espírito Santo”, a Bíblia ou a inspiração espiritual e celeste, tudo quanto ajuda o homem a submeter à sua natureza interna o que em si há de mais exterior, e a torná-lo harmonioso com ela, é um meio de triunfar sobre o mal. (p.96 - R.E. 1869)


FÉ INABALÁVEL


Não há fé inabalável senão aquela que enfrenta a razão face a face 

Imitação do Evangelho SEGUNDO O ESPIRITISMO

Contendo a explicação das máximas morais do Cristo em concordância com o Espiritismo e sua aplicação às diversas circunstâncias da vida. 

Por ALLAN KARDEC 

Com esta epígrafe: “Fé inabalável só o é a que pode encarar frente a frente a razão, em todas as épocas da Humanidade.” (p.97 - R.E. 1864)


Porque os espíritas possuem fé inabalável na doutrina 

Hoje creem e sua fé é inabalável, porque assentada na evidência e na demonstração, e porque satisfaz à razão; o futuro não é mais uma esperança, mas uma certeza, porque vêem a vida espiritual manifestar-se aos seus olhos; dela não duvidam mais do que duvidam do nascer do Sol. É verdade que não creem nos demônios e nem nas chamas eternas do inferno, mas, em compensação, acreditam firmemente num Deus soberanamente justo, bom e misericordioso; não creem que o mal venha dele, que é a fonte de todo bem, nem dos demônios, mas das próprias imperfeições do homem; que o homem se reforma e o mal não existirá mais; vencer-se a si mesmo é vencer o demônio. Tal é a fé dos espíritas, e a prova de sua força é que se esforçam por se tornarem melhores, domarem suas inclinações más e porem em prática as máximas do Cristo, olhando todos os homens como irmãos, sem acepção de raças, de castas, nem de seitas, perdoando aos seus inimigos, retribuindo o mal com o bem, a exemplo do divino modelo. (p.10 - R.E. 1868)



Uma profissão de fé materialista

O Figaro de 3 de abril de 1868 continha a carta seguinte, a propósito dos debates que se deram por esta época no Senado, relativamente a certas lições professadas na Escola de Medicina. 

“Paris, 2 de abril de 1868. 

“Senhor redator, 

“Um erro que me concerne resvalou na última palestra do doutor Flavius. Eu não assisti à aula de abertura do Sr. Sée, o ano passado e, por conseguinte, não tenho direito a nenhum papel nessa história. Aliás, é um erro de forma, e não de fundo; mas, a cada um os seus atos. Há que substituir meu nome pelo de meu amigo Jaclard, que não acredita mais do que eu na alma imortal. E, a bem dizer, eu quase não vejo em todo o Senado senão o Sr. Sainte-Beuve, que ousou, na ocasião, confiar-nos os cuidados de seus molares ou a direção de seu tubo digestivo. 

“E já que tenho a palavra, permiti-me mais uma. É preciso terminar com uma brincadeira que começa a tornar-se irritante, além de ter o ar de um retrocesso. A Escola de Medicina, diz o doutor Flavius, mais forte em partos do que em filosofia, nem é ateísta, nem materialista: é positivista. 

“Mas, na verdade, o que é o positivismo, senão um ramo dessa grande escola materialista, que vai de Aristóteles e de Epicuro até Bacon, até Diderot, até Virchow, Moleschoff e Büchner, sem contar os contemporâneos e compatriotas que não cito – por isto mesmo. 

“A filosofia de A. Comte teve a sua utilidade e a sua glória no tempo em que o ‘cousinismo’ reinava como senhor. Hoje que a bandeira do materialismo foi erguida na Alemanha por nomes ilustres, na França por gente moça, em cujo meio tenho orgulho e pretensão de me contar, é bom que o positivismo se recolha ao modesto papel que lhe convém. É bom, sobretudo, que não afete por mais tempo, a respeito do materialismo, seu mestre e seu antepassado, um desdém ou reticências que são, no mínimo, inoportunas. 

“Recebei, senhor redator, a segurança de minha distinta consideração.” 

A. Regnard (Antigo interno dos hospitais).  (p.306 - R.E. 1868)



Ilusória fé nas práticas supersticiosas e divinatórias

Os adversários do Espiritismo o acusam de despertar idéias supersticiosas. Mas, o que haverá de comum entre a doutrina que ensina a existência do mundo invisível, comunicando-se com o mundo visível, e fatos da natureza do que relatamos, que são os verdadeiros tipos de superstição? Onde se viu alguma vez que o Espiritismo tenha ensinado semelhantes absurdos? Se aqueles que o atacam a tal respeito se dessem ao trabalho de estudá-lo, antes de o julgar tão levianamente, não somente saberiam que ele condena todas as práticas divinatórias, como lhes demonstra a inutilidade. Portanto, como temos dito muitas vezes, o estudo sério do Espiritismo tende a destruir as crenças verdadeiramente supersticiosas. Na maioria das crenças populares há, quase sempre, um fundo de verdade, embora desnaturada e amplificada. São os acessórios, as falsas aplicações que, a bem dizer, constituem a superstição. Assim é que os contos de fadas e de gênios repousam sobre a existência de Espíritos bons ou maus, protetores ou malévolos; que todas as histórias de fantasmas têm sua origem no fenômeno muito real das manifestações espíritas, visíveis e mesmo tangíveis. Tal fenômeno, hoje completamente provado e explicado, entra na categoria dos fenômenos naturais, que são uma conseqüência das leis eternas da criação. Mas o homem raramente se contenta com a verdade que lhe parece muito simples; pela imaginação ele a reveste com todas as quimeras e é então que cai no absurdo. Vêm depois os que têm interesse em explorar essas mesmas crenças, às quais juntam um prestígio fantástico, próprio a servir aos seus interesses. Daí essa turba de adivinhos, de feiticeiros, de ledores da sorte, contra os quais a lei impõe o rigor da justiça. O Espiritismo verdadeiro, racional, não é, pois, mais responsável pelos abusos que se cometem em seu nome, do que o é a Medicina, pelas fórmulas ridículas e pelas práticas empregadas por charlatães ou pessoas ignorantes. Ainda uma vez: Antes de julgá-lo, dai-vos ao trabalho de o estudar. (p.162 - R.E. 1860)









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