Eurípides Barsanulfo (1880-1918) nasceu e
morreu em Sacramento, Minas Gerais. Foi professor, político e espírita. Em sua
juventude, como era muito estudioso, tornou-se secretário da Irmandade de São
Vicente de Paula, tendo participado ativamente da fundação do jornal
"Gazeta de Sacramento" e do "Liceu Sacramentano".
Ao tomar contato com
as obras da Codificação, despertou-lhe o interesse pelos estudos sérios do
Espiritismo tendo, como consequência, a incompreensão dos seus familiares e
amigos mais próximos. Sob pressões de toda ordem e impiedosas
perseguições, Eurípedes sofreu forte traumatismo, retirando-se para
tratamento e recuperação em uma cidade vizinha, época em que nele desabrocharam
várias faculdades mediúnicas, em especial a de cura, despertando-o
para a vida missionária.
A produção de vários
fenômenos mediúnicos repercutiu na sociedade. Daí, muitas pessoas procuravam
Sacramento para a cura de seus males. Ninguém saia sem um lenitivo para a sua
dor. Com a intensidade dos trabalhos espirituais, sentiu necessidade de
divulgar o Espiritismo, aumentando o número dos seus seguidores. Para isso,
fundou o "Grupo Espírita Esperança e Caridade", no ano de 1905.
Um fato marcante no
exercício de sua mediunidade: certa ocasião caiu em
transe em meio dos alunos, no decorrer de uma aula. Voltando a si,
descreveu a reunião havida em Versailles, França, logo após a 1.ª Guerra
Mundial, dando os nomes dos participantes e a hora exata da reunião quando foi
assinado o célebre tratado.
Eurípedes fundou,
em 1.º de abril de 1907, o Colégio Allan Kardec, um verdadeiro marco no campo
do ensino. Seu trabalho ficou tão conhecido que, ao abrirem-se as inscrições
para matrículas, as mesmas se encerravam no mesmo dia.
O robustecimento do
movimento espírita incomodava o clero católico. Este, com o tempo, desenvolveu
uma campanha difamatória contra Eurípedes e a Doutrina Espírita. Para se
defender, usava as colunas do jornal "Alavanca", discorrendo
principalmente sobre o tema: "Deus não é Jesus e Jesus não é
Deus".
Em vista das
divergências doutrinárias, o padre convidou-o para um debate. O padre começou a
discussão nos seguintes termos: o Espiritismo é a "doutrina do
demônio e seus adeptos, loucos passíveis das penas eternas". Eurípedes,
por sua vez, com lógica e dando vazão à sua inteligência, descortinou os
desvirtuamentos doutrinários apregoados pelo Reverendo, reduzindo-o à
insignificância dos seus parcos conhecimentos.
Fonte de Consulta
NOVELINO, CORINA. Eurípedes, o Homem e a Missão. 3.ed., Araras/SP, IDE, 1979.
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