01 abril 2020

Louco! Esta Noite Pedirão tua Alma

O texto evangélico: E propôs-lhe uma parábola, dizendo: A herdade de um homem rico tinha produzido com abundância; E arrazoava ele entre si, dizendo: Que farei? Não tenho onde recolher os meus frutos. E disse: Farei isto: Derrubarei os meus celeiros, e edificarei outros maiores, e ali recolherei todas as minhas novidades e os meus bens; E direi a minha alma: Alma, tens em depósito muitos bens para muitos anos; descansa, come, bebe e folga. Mas Deus lhe disse: Louco! esta noite te pedirão a tua alma; e o que tens preparado, para quem será? (Lucas 12:16-20)

A massificação das informações sobre o coronavírus (Covid-19) está atormentando todos os viventes deste planeta. A maioria das pessoas, de semblantes tristes, sentem mais de perto o medo da morte. E se Deus houvesse por bem nos tirar a vida, como está expresso no texto acima? Estamos preparados para o desencarne? O que nos espera no além-túmulo?

Allan Kardec, no capítulo II ("Temor da Morte"), do livro O Céu e o Inferno, analisa as causas do temor da morte e a razão de os espíritas não a temerem. O temor é consequência do instinto de conservação. À medida que o ser humano vai penetrando mais amiudamente na compreensão da vida futura, o temor vai diminuindo, pois uma vez conhecida a sua missão na terra, aguarda-lhe o fim calma, resignada e serenamente.

"A certeza de reencontrar seus amigos depois da morte, de reatar as relações que tivera na Terra, de não perder um só fruto de seu trabalho, de engrandecer-se incessantemente em inteligência, perfeição, dá-lhe paciência para esperar e coragem para suportar as fadigas transitórias da vida terrena. A solidariedade entre vivos e mortos faz-lhe compreender a que deve existir na Terra, onde a fraternidade e a caridade têm desde então um fim e uma razão de ser, no presente como no futuro".

Ao tratar de por que os espíritas não temem a morte, enfatiza que a Doutrina Espírita transforma completamente a perspectiva da vida futura, que não é uma quimera, mas o resultado da observação. Não foram os homens que a descobriram por suas pesquisas, mas, sim, os próprios habitantes do além que vieram relatar a dinâmica do mundo espiritual. Há, assim, Espíritos de todo o grau de evolução. Isso fornece ao espírita estímulos de serenidade nos últimos momentos de sua passagem terrena. 

Para os espíritas, a alma não é uma abstração. Ela tem um corpo espiritual, uma individualidade que acompanha a trajetória de sua evolução, pois a passagem para outra dimensão apenas muda a nossa vestimenta, mas os nossos conhecimentos e as nossas ações continuam intactos em nós, dando-nos condições de habitar regiões mais felizes ou menos felizes dependendo do que fizemos com o tempo que nos foi concedido viver aqui.




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