"Tiradentes"
era o apelido atribuído a Joaquim José da Silva Xavier (1746-1792), um dos
líderes da Inconfidência Mineira, e o único a receber a pena capital (morte
pela forca). Considerado um herói nacional por ter lutado pela independência do
Brasil, num período em que o Brasil sofria o domínio e exploração portuguesa.
O Espírito Irmão X,
no capítulo XIV "A Inconfidência Mineira", do livro Brasil,
Coração do Mundo, Pátria do Evangelho, esclarece-nos a respeito desse
episódio da história econômica e política brasileira.
Por esse tempo, o
Brasil sofria o máximo de vexames... "Os padres queriam todo o ouro das
minas, para a edificação das suas igrejas suntuosas; os membros da magistratura
consideravam de necessidade enriquecer-se, antes de regressarem a Portugal, com
opulentas aquisições; os agentes do fisco executavam as determinações da corte
de Lisboa, árvore farta e maravilhosa, onde todos os parasitas da nobreza iam
sugar 84 a seiva de pensões extraordinárias e fabulosas".
Havia muitos
brasileiros, que estudavam na França, e de lá vinham abarrotados dos princípios
filosóficos de Rousseau e dos enciclopedistas. Sentem-se compenetrados de que
poderiam tomar as rédeas dos seus próprios destinos. Iniciam-se os esboços da
conspiração.
Dos vários encontros
realizados para tal finalidade, escolheu-se a personalidade de Tiradentes para
ser o líder do movimento. Os desejos de liberdade foram vetados por autoridades
portuguesas tão logo ficaram sabendo do ocorrido, mandando imediatamente
extinguir a figura que se sobressaia nas ditas articulações.
Tiradentes entrega o
espírito a Deus em 21 de abril de 1792. Mas, nesse momento, Ismael recebia em
seus braços carinhosos e fraternais a alma edificada do mártir. Eis, as suas
palavras:
"— Irmão querido
— exclama ele — resgatas hoje os delitos cruéis que cometeste quando te
ocupavas do nefando mister de inquisidor, nos tempos passados. Redimiste o
pretérito obscuro e criminoso, com as lágrimas do teu sacrifício em favor da
Pátria do Evangelho de Jesus. Passarás a ser um símbolo para a posteridade, com
o teu heroísmo resignado nos sofrimentos purificadores".
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Joaquim José da Silva Xavier (1746-21/04/1792) nasceu em São João del
Rei. Órfão de mãe desde os 9 anos e de pai a partir dos 11, é criado pelo
padastro em Vila Rica, atual Ouro Preto. Exerceu os ofícios de tropeiro, minerador
e dentista - de onde vem o apelido Tiradentes. Entra na conspiração depois de
se tornar alferes (o equivalente a soldado na época) do Regimento dos Dragões
de Minas Gerais.
Como não era promovido, por não ter relação com a aristocracia local,
passa a fazer parte da Inconfidência Mineira após conhecer Domingos Barbosa e
José Alvares Maciel, dois outros integrantes do movimento, no Rio de Janeiro.
Adere ao movimento com muita impetuosidade, liderando e organizando-o até ser
preso, em 1789, data em que a conspiração foi descoberta. O processo arrasta-se
até 1792. No dia 21 de abril daquele ano foi executado em praça
pública.
O Espírito Humberto de Campos, no capítulo
29 "Tiradentes", do livro Crônicas do Além-Túmulo, tenta extrair algumas opiniões do Espírito
Tiradentes, amante da liberdade. Por isso, lutou contra o despotismo.
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