As causas das aflições devem ser procuradas tanto no presente (atual
encarnação) como numa existência passada. Devemos partir do princípio de que
elas são justas. Se assim não pensarmos, poderemos cair no erro de jogar a
culpa nos outros ou em Deus. Quer dizer, tudo o que se nos acontece tem um
motivo, embora nem sempre o saibamos explicar com clareza. Assim, diante de um
sofrimento, consultemos friamente a nossa consciência: Se eu tivesse,
ou não tivesse, feito tal coisa eu não estaria em tal situação".
Suicídio, mortes prematuras, doenças prolongadas, tuberculose, Aids
etc. são alguns exemplos de dor e sofrimento. Ao morrer um jovem e não um
velho, dizemos que Deus é injusto, e nos revoltamos contra Ele. Esquecemo-nos
de que a morte é preferível aos desregramentos vergonhosos que desolam as
família honradas, partem o coração da mãe, e fazem, antes do tempo, branquear
os cabelos dos pais. (Kardec, 1984, cap. 5, it. p. 85 a 87)
Melancolia, Infelicidade, remorso, tormentos e apatia são alguns dos
estados de nossa alma. Em se tratando da melancolia, podemos
sentir uma vaga tristeza que se apodera de nossos corações e achamos a
vida tão amarga. É que o nosso Espírito aspira à felicidade e à liberdade e
que, preso ao corpo que lhe serve de prisão, se extenua em vão esforços para
dele sair. Mas vendo que são inúteis, cai no desencorajamento e na
languidez. (Kardec, 1984, cap. 5, it. 25, p. 90)
A dor não é castigo: é contingência inerente à vida, cuja atuação visa a
restauração e o progresso. A dor-expiação é cármica, de
restauração, é libertação de carga que nos entrava a caminhada; é reajuste
perante a vida, reposição da alma no roteiro certo. Passageira, nunca
perene. A dor-evolução, tem existência
permanente, embora variável segundo as experiências vividas pelo espírito.
Ela acompanha o desenvolvimento, é sua indicação, é sinal de dinamização,
inevitável manifestação de crescimento.
"Saibamos sofrer e sofreremos menos". Eis o dístico que
devemos nos lembrar em todos os estados depressivos de nossa alma, a fim de nos
fortalecermos para o futuro.
Bibliografia Consultada
CURTI, R. Bem-Aventuranças e Parábolas. São Paulo, FEESP,
1982.
EQUIPE DA FEB. O Espiritismo de
A a Z. Rio de Janeiro, FEB, 1995.
IDÍGORAS, J. L. Vocabulário
Teológico para a América Latina. São Paulo, Edições Paulinas, 1983.
KARDEC, A. O Evangelho Segundo
o Espiritismo. 39. ed., São Paulo, IDE, 1984.
XAVIER, F. C. Ação e Reação, pelo Espírito André Luiz. 5. ed., Rio de Janeiro, FEB, 1976.
Compilação: https://sites.google.com/view/temas-diversos-compilacao/bem-aventurados-os-aflitos
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