18 fevereiro 2022

Allan Kardec

Hippolyte-Léon Denizard Rivail — Allan Kardec — nasceu no dia 03 de outubro de 1804, às 19 horas, na Cidade de Lyon, na França. Seu pai, Jean-Baptiste-Antoine Rivail, era magistrado, juiz de direito; sua mãe, Jeanne Duhamel, era professora; sua esposa, Amélie Grabielle Boudet, também, era professora. Como homem podemos dizer que foi professor, escritor, filósofo e cientista. Faleceu no dia 31 de março de 1869, com 64 anos de idade. 

De acordo com Henri Sausse, em seu discurso sobre a Biografia de Allan Kardec,  Rivail Denizard fez em Lião os seus primeiros estudos e completou em seguida a sua bagagem escolar, em Yverdun (Suíça), com o célebre professor Pestalozzi, de quem cedo se tornou um dos mais eminentes discípulos, colaborador inteligente e dedicado.

Allan Kardec, membro de várias sociedades sábias, notadamente da Academia Real d’Arras, foi premiado, por concurso, em 1831, pela apresentação da sua notável memória: Qual o sistema de estudo mais em harmonia com as necessidades da época?

Dentre as suas numerosas obras convém citar, por ordem cronológica:

Plano apresentado para o melhoramento da instrução pública, em 1828;

Curso prático e teórico de aritmética, em 1829;

Gramática francesa clássica, em 1831

Manual dos exames para obtenção dos diplomas de capacidade, em 1846;

Catecismo gramatical da língua francesa, em 1848;

Ditados normais dos exames na Municipalidade e na Sorbona; Ditados especiais sobre as dificuldades ortográficas, em 1849.

Foi em 1854 que o Sr. Rivail ouviu pela primeira vez falar nas mesas girantes, a princípio do Sr. Fortier, magnetizador, com o qual mantinha relações, em razão dos seus estudos sobre o Magnetismo. O Sr. Fortier lhe disse um dia: “Eis aqui uma coisa que é bem mais extraordinária: não somente se faz girar uma mesa, magnetizando-a, mas também se pode fazê-la falar. Interroga-se, e ela responde.”

— Isso, replicou o Sr. Rivail, é uma outra questão; eu acreditarei quando vir e quando me tiverem provado que uma mesa tem cérebro para pensar, nervos para sentir, e que se pode tornar sonâmbula. Até lá, permita-me que não veja nisso senão uma fábula para provocar o sono.

Allan Kardec teve duas encarnações passadas.

1) Segundo os historiadores, o pseudônimo Allan Kardec decorre do fato de que, no início do seu trabalho de pesquisa sobre o Espiritismo, estando Denizard Rivail consciente de que tudo acontecia em relação aos indivíduos, quando ainda parecia mistério, baseava-se na Reencarnação (princípio das vidas sucessivas e interdependentes), um Espírito lhe revelou que, desde remotas existências, já o conhecia, pois o mesmo fora, em vida física passada no solo francês, um DRUÍDA com o nome de ALLAN KARDEC.

2) Como João Huss, professor da Universidade de Praga, que se distinguiu nas discussões mais abstratas e no conhecimento de Aristóteles, da Bíblia e dos Santos Padres. Como tradutor das obras de Wiclef, propagou várias teses antidogmáticas. Baseando-se nos escritos de Wiclef, negou a necessidade de confissão auricular, atacou como idolátrico o culto de imagens, da Virgem Maria e dos Santos e a infalibilidade papal. Com isso, teve a ira do clero contra a sua pessoa, que após várias admoestações acabou sendo queimado no dia 06/07/1415. Ao seu lado morreu Jerônimo de Praga. (Enciclopédia Luso-Brasileira de Cultura)

As Obras Básicas, também, cognominadas de Pentateuco Espírita, compõem-se dos seguintes livros :

O Livro dos Espíritos (1857);

O Livro dos Médiuns - ou Guia dos Médiuns e dos Doutrinadores (1861);

O Evangelho Segundo o Espiritismo (1864);

O Céu e o Inferno - ou Justiça Divina Segundo o Espiritismo (1865);

A Gênese - os Milagres e as Predições Segundo o Espiritismo (1868).

Porém, além destes livros, Kardec escreveu também:

O que é o Espiritismo (1859);

O Espiritismo em sua Expressão Mais Simples (1862);

Viagem Espírita (1862);

Obras Póstumas (1.ª edição — 1890);

Revista Espírita, periódico mensal (1.ª edição — 1.º de janeiro de 1858)

A característica fundamental do Espiritismo é a UNIVERSALIDADE  dos seus princípios.

Para que o conteúdo doutrinário não ficasse restrito à autoridade de um único Espírito ou de um único médium, Kardec submetia toda a manifestação mediúnica ao crivo da razão. Apoiando-se no método teórico-experimental da ciências naturais, cruzava as diversas respostas dadas por diversos Espíritos a diversos médiuns espalhados pelo mundo inteiro. Assim sendo, dizia que "a única garantia séria do ensinamento dos Espíritos está na concordância que existe entre as revelações feitas espontaneamente, por intermédio de um grande número de médiuns, estranhos uns aos outros, e em diversos lugares". (Kardec, 1984, p. 11 a 18)

O Espiritismo está penetrando no rádio, na televisão e nos demais meios de comunicação social. Sendo assim, é imperioso conhecermos alguns fatos da vida do seu Codificador. Sem esse esforço de nos inteiramos da sua obra, da sua abnegação, do seu estado de espírito, jamais alcançaremos a plena compreensão da Doutrina dos Espíritos. 

Fonte de Consulta

Enciclopédia Luso-Brasileira de Cultura. Lisboa, Verbo, s. d. p.

KARDEC, A. O Evangelho Segundo o Espiritismo. 39. ed., São Paulo, IDE, 1984.

KARDEC, A. O Que é o Espiritismo. 23. ed., Rio de Janeiro, FEB, 1981.

XAVIER, F. C. A Caminho da Luz - História da Civilização à Luz do Espiritismo, pelo Espírito Emmanuel. Rio de Janeiro, FEB, 1972.

 

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