01 – Que tipo de sensação descreveu o
Espírito André Luís, logo após o seu desencarne?
R. – Uma sensação de perda da noção de
tempo e espaço. Sentia-se amargurado, coração aos saltos e um medo terrível do
desconhecido.
02 – Por que pecha de suicida?
R. – André Luiz não conseguia compreender
porque o chamavam de suicida. Em sua concepção,tinha cumprido condignamente os
deveres de médico, marido e pai. Contudo, ficou sabendo depois, que perdera
muita vitalidade com bebidas e alimentação inadequada.
03 – Qual a finalidade da oração coletiva?
R. – Manter o equilíbrio espiritual da
colônia. "Para tanto, todas as residências e instituições do "Nosso
Lar" estão orando com o Governador, através da audição e visão à
distância".
04 – Quais as causas do suicídio, segundo
Henrique Luna, do Serviço de Assistência Médica da colônia espiritual?
R. – Modo exasperado e sombrio, cólera, ausência de autodomínio, inadvertência no trato com os semelhantes...
05 – Como se processa a assistência aos
desencarnados?
R. – Há um visitador de serviços que anota
e assinala as necessidades de socorro, ou providências que se refiram a
enfermos recém-chegados.
06 – Que tipo de aviso o instrutor
Clarêncio dá para a lamentação?
R. – "Aprenda, então, a não falar
excessivamente de si mesmo, nem comente a própria dor. Lamentação denota
enfermidade mental e enfermidade de curso laborioso e tratamento difícil. É
indispensável criar pensamentos novos e disciplinar os lábios".
07 – Qual a explicação de Lísias a
respeito de entrar em contato com entes queridos?
R. – "Convém não esquecer, contudo,
que a realização nobre exige três requisitos fundamentais, a saber: primeiro,
desejar; segundo, saber desejar; e, terceiro, merecer, ou, por outros termos,
vontade ativa, trabalho persistente e merecimento justo".
08 – De que maneira são organizados os
serviços na Colônia "Nosso Lar"?
R. – A colônia, que é essencialmente de
trabalho e realização, divide-se em seis Ministérios, orientados, cada qual,
por doze Ministros. Os quatro primeiros, ou seja, os Ministérios da
Regeneração, do Auxílio, da Comunicação e do Esclarecimento, aproximam-se das
esferas terrestres; os dois últimos, isto é, o da Elevação e o da União Divina,
ligam-se ao plano superior, visto que a cidade espiritual é zona de transição.
09 – Após a indignação do instrutor
espiritual, como ficaram os serviços de alimentação em "Nosso Lar"?
R. – "Por mais de seis meses, os
serviços de alimentação, em "Nosso Lar", foram reduzidos à inalação
de princípios vitais da atmosfera, através da respiração, e água misturada a
elementos solares, elétricos e magnéticos".
10 – Qual o peso da água na alimentação
dos Espíritos?
R. – De acordo com a descrição de Lísias,
a água do Rio Azul tem uma densidade muito mais tênue, pura, quase fluídica.
Ela, por seu poder magnético, é usada como alimento e remédio. Afirma, ainda,
que na Terra quase ninguém cogita seriamente de conhecer a sua importância. A
água, em cada lar, receberá as expressões das vibrações mentais dos seus
moradores.
11 – Todas as colônias de socorro
espiritual funcionam da mesma maneira? O que distingue o "Nosso Lar"
das demais?
R. – Não. Cada uma atende a necessidades
específicas. A Colônia "Nosso Lar", situa-se numa zona intermediária
de evolução, pois todos os que ali estão, decorrido longo estágio de serviço e
aprendizagem, voltam a reencarnar para atividades de aperfeiçoamento. Para tal
finalidade, passam de Ministério em Ministério.
12 – O que é o Umbral? Todos os
desencarnados passam por ele?
R. – "O Umbral funciona, portanto,
como região destinada a esgotamento de resíduos mentais; uma espécie de zona
purgatorial, onde se queima a prestações o material deteriorado das ilusões que
a criatura adquiriu por atacado, menosprezando o sublime ensejo de uma
existência terrena". Concentra-se, aí, tudo o que não tem finalidade para
a vida superior.
Assim sendo, os que
já se purificaram não têm necessidade de purgar nessa região.
13 – Qual o melhor método para obter bons
ofícios a favor dos nossos parentes?
R. – Trabalho, humildade e obediência ao
nosso superior. "Fira-se o coração, experimente-se a dificuldade, mas, que
saiba cada qual que serviço útil pertence, acima de tudo, ao Doador
Universal".
14 – O que o mundo espiritual leva em
conta na solicitação de trabalho?
R. – Eles relacionam o que se fez de bem e
de mal. No caso de André Luiz, os aspectos positivos referem-se ao receituário
gratuito, que nos seus 15 anos de clínica, forneceu para mais de 6.000
necessitados. Desses beneficiados, quinze não o esqueceram e têm enviado, até
aqui, veementes apelos a seu favor. No âmbito dos aspectos negativos,
enumeramos: cuidou do corpo físico, sem se preocupar com a alma, muita
imprevidência, numerosos abusos e muita irreflexão.
15 – Que orientações a mãe de André Luiz
lhe passou?
R. – "A alegria, quando excessiva,
costuma castigar o coração; às vezes, a Providência separa os corações,
temporariamente, para que aprendamos o amor divino; se é possível aproveitar
estes minutos rápidos, em expansões de amor, por que desviá-los para a sombra
das lamentações?"
16 – O que sua mãe lhe confidencia acerca
de seu pai, também desencarnado?
R. – Há doze anos que está numa zona de
trevas compactas do umbral. Quando encarnado, fingia retidão, mas tinha seus
casos extraconjugais. Conseqüência: tendo gasto muitos anos a fingir, viciara a
visão espiritual, restringira o padrão vibratório, e o resultado foi achar-se
tão-só nas relações que cultivara irrefletidamente, pela mente e pelo coração.
17 – Como você descreve a casa de Lísias?
R. – Ambiente simples e acolhedor. Móveis
quase idênticos aos terrestres; objetos em geral, demonstrando pequeninas
variantes. Quadros de sublime significação espiritual, um piano de notáveis
proporções. Biblioteca só de escritores de boa-fé.
18 – Como explicar que, no mundo
espiritual, o amor é o alimento das almas?
R. – "O homem encarnado saberá, mais
tarde, que a conversação amiga, o gesto afetuoso, a bondade recíproca, a
confiança mútua, a luz da compreensão, o interesse fraternal – patrimônios que
derivam naturalmente do amor profundo – constituem sólidos alimentos para a
vida em si".
19 – Como mudar a impressão (sem ferir) da
jovem desencarnada com relação ao seu noivo, ainda encarnado?
R. – O problema da neta: oito meses de
luta contra a tuberculose, mágoa de haver transmitido a doença à sua mãe e o
pesar do noivo. A colocação de Laura: "Observei o teu ex-noivo, diversas
vezes, no curso da tua enfermidade... Não te recordas da Maria da Luz, a colega
que te levava flores todos os domingos? Pois nota: quando o médico anunciou, em
caráter confidencial, a impossibilidade de restabelecer-te o corpo físico,
Arnaldo, embora muito magoado começou a envolvê-la em vibrações mentais
diferentes".
20 – Qual a noção de lar? Como se
apresentam os casamentos na atualidade?
R. – Laura, tomando as palavras de seu
orientador, diz que "o lar é como se fora um ângulo reto nas linhas do
plano de evolução divina. A reta vertical é o sentimento feminino, envolvido
nas aspirações criadoras da vida. A reta horizontal é o sentimento masculino,
em marcha de realizações no campo do progresso comum. O lar é o sagrado vértice
onde o homem e a mulher se encontram para o entendimento indispensável".
"Na fase atual
de evolução do planeta, existem na esfera carnal raríssimas uniões de almas gêmeas,
reduzidos matrimônios de almas irmãs ou afins, e esmagadora porcentagem de
ligações de resgate".
21 – Temos uma lembrança rápida do passado
ou devemos esperar algum tempo?
R. – Tudo vai depender do equilíbrio do
Espírito. A lembrança de fatos sombrios nem sempre são úteis ao nosso
aprimoramento espiritual. De qualquer forma, podemos ter acesso à Seção do
Arquivo, no Ministério do Esclarecimento, onde podemos ler as nossas anotações
particulares.
22 – O que é o bônus-hora? Para que serve?
R. – "Bônus-hora é uma ficha de
serviço individual, funcionando como valor aquisitivo". Quer os espíritos
trabalhem ou não, todos têm direito a moradia e alimentação no mundo
espiritual. Contudo, os que trabalham e ganham bônus-hora podem adquirir casa
própria e melhores alimentos.
23 – Qual a explicação de Lísias para a
restrição à comunicação com os parentes terrenos? R. –
As queixas dos que ficaram estavam atrapalhando o desenvolvimento espiritual
dos que lá estavam. Eles, no plano espiritual, não sabiam ouvir; ficavam
envolvidos com os parentes em estado de sofrimento. Devemos ouvir, ajudar e
passar, o que é difícil.
24 – Até que ponto o apelo da colônia à
paz terrena (Guerra de 1939) pode auxiliar o cessar fogo?
R. – "O Ministério da União Divina
esclareceu que a humanidade carnal, como personalidade coletiva, está nas
condições do homem insaciável que devorou excesso de substância no banquete
comum. A crise orgânica é inevitável. Nutriram-se várias nações de orgulho
criminoso, vaidade e egoísmo feroz. — Experimentam, agora, a necessidade de
expelir os venenos letais".
25 – Por que a curiosidade, mesmo sadia,
pode ser perigosa?
R. – Podemos caminhar para vários assuntos
sem nos prendermos a nenhum deles. Laura orienta-nos que o espírito de serviço
deve sobrepujar o espírito de investigação. Diz: "Todos querem observar,
raros se dispõem a realizar".
26 – O reconhecimento da ocupação como
encarnado é igual à do desencarnado?
R. – "Nos círculos carnais,
costumamos felicitar um homem quando ele atinge prosperidade financeira ou
excelente figuração externa; entretanto, aqui a situação é diferente. Estima-se
a compreensão, o esforço próprio, a humildade sincera".
27 – Como é o trabalho nas câmaras de
retificações?
R. – "As câmaras de retificações
estão localizadas nas vizinhanças do Umbral. Os necessitados que aí se reúnem
não toleram as luzes, nem a atmosfera de cima, nos primeiros tempos de moradia
em "Nosso Lar"". No caso de um espírito em crise, o assistente
Gonçalves esclareceu que "a carga de pensamentos sombrios, emitidos pelos
parentes encarnados, era a causa fundamental desse agravo de perturbação".
28 – Como é feito o serviço nas Câmaras de
Retificação?
R. – É como se estivesse na Terra. Sendo
Espíritos recém-chegados precisam de toda a estrutura em que viviam no Planeta
Terra. Foi o que explicou a instrutora Narcisa, fazendo alusão à andorinha e ao
avestruz. Diz: "São aves e têm asas, tanto o avestruz como a andorinha;
entretanto, o primeiro apenas subirá às alturas se transportado, enquanto a
segunda corta, célere, as vastas regiões do céu".
29 – Que conseqüências acarretam, no mundo
espiritual, o excessivo apego ao corpo físico?
R. – O apego excessivo ao corpo físico
faz-nos conviver com ele, mesmo depois de enterrado. Enquanto está inteiro, há
uma certa aquiescência. Mas, quando os vermes começam a comê-lo e nota-se o seu
definhamento, vem a angústia e o desespero.
30 – Por que são complicados os casos de
herança?
R. – A ambição pelo dinheiro cria
desavenças familiares. No caso aqui relatado, o filho mata o pai, através da
eutanásia. Ele, no mundo espiritual, não consegue perdoar e atrapalha toda a
família, apesar do auxílio dos mentores espirituais.
31 – Devemos atender a todos os que nos
procuram?
R. – Neste capítulo, fala-se de uma
ginecologista que assassinara 58 crianças (abortos). Ela achava que era justa,
boa e queria ganhar os céus. Estava sendo vampirizada, mas não percebia. Por
isso, o instrutor não a recebeu nas Câmaras de Retificações, e disse: "É imprescindível
tomar cuidado com as boas ou más aparências".
32 – Quem é Veneranda? O que faz?
R. – Idealizadora dos salões naturais para
as escolas e conferências do Governador. É criatura das mais respeitáveis
daquela colônia espiritual. Os onze Ministros, que com ela atuam na
Regeneração, ouvem-na antes de tomar qualquer providência de vulto. Tem um
milhão de horas de trabalho útil, sem interromper, sem reclamar e esmorecer.
33 – Por que, em muitos casos, não se pode
prescindir da colaboração dos animais?
R. – Dependendo do lugar em que se dirigem
não podem ir de aeróbus. Narcisa explica que "os cães facilitam o
trabalho, os muares suportam cargas pacientemente e fornecem calor nas zonas
onde se faça necessário".
34 – Os recém-chegados ao Umbral suportam
argumentos envoltos num raciocínio mais acurado?
R. – De acordo com a instrutora, "os
dementes falam de maneira incessante, e quem os ouve, gastando interesse
espiritual, pode não estar menos louco".
35 – Como interpretar o "há males que
vem para o bem"?
R. – Às vezes somos enxotados de um lugar,
recusados em outro e desprezados aqui e ali. Mas, para quem souber aproveitar,
será de grande utilidade espiritual. É o que diz Silveira: "Sem aquela
atitude enérgica que nos subtraiu as possibilidades materiais, que seria de nós
no tocante ao progresso espiritual?"
36 – Como se explicam o sono e sonho no
mundo espiritual?
R. – De acordo com André Luiz, "o
sonho não era propriamente qual se verifica na Terra. Eu sabia, perfeitamente,
que deixara o veículo inferior no apartamento das Câmaras de Retificação, em
"Nosso Lar", e tinha absoluta consciência daquela movimentação em
plano diverso". O sono era proveniente do cansaço. Que tipo de cansaço?
37 – O pensamento é a linguagem universal
dos Espíritos? Explique.
R. – Para as mentes evolvidas, basta o
intercâmbio mental sem necessidade de formas. Sobre essa questão, a Ministra
Veneranda diz: "Dentro desse princípio, o espírito que haja vivido
exclusivamente em França poderá comunicar-se no Brasil, pensamento a pensamento,
prescindindo de forma verbalista especial, que, nesse caso, será sempre a do
receptor; mas isso também exige a afinidade pura".
38 – Como interpretar, à luz dos
ensinamentos do mundo espiritual, o casamento em 2.ª núpcias?
R. – O nosso raciocínio deve partir do
pressuposto que existe o casamento de amor, de fraternidade, de provação e de
dever. "O matrimônio espiritual realiza-se, alma com alma, representando
os demais simples conciliações indispensáveis à solução de necessidades ou
processos retificadores, embora todos sejam sagrados".
39 – No que o perdão, com Jesus, difere do
perdão verbal?
R. – "O problema do perdão, com
Jesus, meu caro André, é problema sério. Não se resolve em conversas. Perdoar
verbalmente é questão de palavras; mas aquele que perdoa realmente precisa
mover e remover pesados fardos de outras eras, dentro de si mesmo".
40 – Sempre colheremos o que semearmos?
R. – De acordo com a instrutora Narcisa,
"Todos nós, meu irmão, encontramos no caminho os frutos do bem ou do mal
que semeamos. Esta afirmativa não é frase doutrinária, é realidade universal.
Tenho colhido muito proveito de situações iguais a esta. Bem-aventurados os
devedores em condições de pagar".
41 – Os Espíritos se preocupam com guerra? O que
eles fazem?
R. – A preocupação é tanta que, para isso,
mantém grupos socorristas. Acreditam eles que as pessoas que começam uma
guerra, principalmente uma nação, pagará preço terrível.
42 – Por que o Governador fez um discurso
sobre a coragem?
R. – É que a guerra, na Terra, gera medo e
desordem. Para manter o equilíbrio de "Nosso Lar" precisou
arregimentar forças dos seus habitantes no sentido de emitir vibrações
positivas ante o nefasto acontecimento.
43 – O Espiritismo, que já fez 50 anos, não
poderia auxiliar a humanidade na questão da guerra?
R. – O Espiritismo tem muita dificuldade, porque
a esmagadora porcentagem dos aprendizes que se aproxima dele, tem em mira a
fenomenologia mediúnica e os proveitos particulares. Enquanto nos preocuparmos
com o fenômeno, fazendo os médiuns de cobaias, muito distantes estaremos do
homem espiritualizado, próprio para o tipo de ajuda requerida.
44 – Há diferença entre umbral e trevas?
R. – Umbral é zona de purgação e
sofrimento. Trevas seriam regiões mais inferiores que conhecemos.
45 – Como descrever o ambiente no campo da
música?
R. – O ambiente é de conversação elevada,
em que se tecem comentários sobre temas de filosofia e os ensinamentos
evangélicos de Jesus, com o objetivo de atingir o auxílio mútuo.
46 – Quando, para ajudar, é necessário
reencarnar?
R. – A mãe de André Luiz se propõe a
reencarnar. Seu objetivo: tirar o marido da zona de sofrimento, e, receber,
como filhas, as duas mulheres que o vampirizam.
47 – O medo de reencarnar é comum aos
Espíritos?
R. – Sim. Até os mais elevados têm muito medo. É
justamente o receio da provação e do olvido temporário do passado, o que
ocasiona tal receio.
48 – Os Espíritos também praticam o culto
evangélico no lar?
R. – Sim. Inclusive, na presente lição,
serviu de ocasião para a visita de um parente ainda encarnado.
49 – André Luiz se deu bem ao ver a sua
esposa, com outro marido?
R. – No início sofreu um baque danado.
Contudo, pouco a pouco, foi reorganizando seu arquivo mental, passando, depois,
a auxiliar a esposa e o novo marido.
50 – Como retratar a transformação do
Espírito André Luiz?
R. – Nesse passeio que fizemos com ele,
acabamos anotando diversas sugestões e orientações dos mentores espirituais, os
quais André Luiz pôs em prática. A sua obediência estimula a nossa adesão aos
ensinamentos superiores do Espírito.
Por Sérgio Biagi
Gregório
Nenhum comentário:
Postar um comentário