Título: Dicionário do Mundo Misterioso: Esoterismo, Ocultismo, Paranormalidade e Ufologia
Autor:
Gilberto Schoereder
SCHOEREDER, Gilberto. Dicionário
do Mundo Misterioso: Esoterismo, Ocultismo, Paranormalidade e Ufologia. Rio
de Janeiro: Record: Nova Era, 2002.
Introdução
Desde que Charles Fort começou a compilar dados sobre os estranhos acontecimentos que se verificam no planeta — dados publicados em O Livro dos Danados —, uma série de pesquisadores têm seguido nessa mesma direção. Louis Pawels e Jacques Bergier causaram sensação com seu O Despertar dos Mágicos, e Erich von Däniken pode ser considerado o responsável pela maior onda de interesse no assunto em todos os tempos, quando lançou seu livro Eram os Deuses Astronautas?, em 1968.
Depois disso, centenas, talvez milhares, de pesquisadores, alguns
cientistas, outros jornalistas e outros ainda simples curiosos dedicaram-se a
falar sobre o tema, procurando levantar a maior quantidade de fatos insólitos.
Este é um livro de um jornalista e curioso. Ele tem a proposta de reunir, de forma sintetizada, o maior número de informações obtidas a partir das pesquisas já realizadas na área do insólito, poderes mentais, acontecimentos inexplicáveis, paranormalidade...
Apocalipse
Na Bíblia, representa a revelação sobre o final dos tempos,
quando se dará a batalha final entre as forças do Bem e do Mal. Simbolicamente,
afirma-se que significa a chegada de uma nova era e de um homem purificado.
A noção de um final dos tempos tem acompanhado uma série de religiões e seitas ao longo da história, e ultimamente faz parte de mensagens que estariam sendo obtidas por alguns sensitivos, transmitidas por seres extraterrestres que estariam prestes a nos ajudar nos momentos difíceis pelos quais o planeta deverá passar. Fala-se de um arrebatamento, como na Bíblia, entendendo-se que os extraterrestres levarão da Terra alguns escolhidos e que o julgamento já estaria sendo feito.
Atlântida
A lenda da Atlântida é, ao que tudo indica, a mais persistente e
misteriosa entre os povos do mundo, já há muitos séculos. Milhares de obras
foram dedicadas ao estudo da Atlântida, cuja existência, hoje em dia, nem
sempre é considerada apenas uma lenda, mas uma realidade. Os vestígios de
relatos sobre um continente ou ilha gigantesca, situada em algum local do
oceano, e que desapareceu numa catástrofe, são encontrados em povos do mundo
inteiro, sob diferentes versões que mantêm entre si semelhanças assombrosas. No
entanto, o relato mais conhecido sobre a Atlântida e o que surgiu pela primeira
vez na literatura apareceu no Timeu e no Crítias,
de Platão, aproximadamente em 380 a.C., no qual a sociedade atlante é relatada
em detalhes tanto quanto à localização, quanto à forma de governo e sociedade,
situando-a cerca de 9 mil anos antes de sua época. Via-se a Atlântida como uma
civilização poderosa e com imensos conhecimentos filosóficos e científicos, um
império que estendeu sua influência a todo o planeta e cujo fim trágico teria
causado um grande choque. Estaria localizada no oceano Atlântico, entre o que é
hoje a América do Norte e a Europa, a nordeste da América do Sul e a noroeste
da África.
James Churchward, um pesquisador que durante cinquenta anos perseguiu as
provas da existência do continente da Lemúria, fala da existência da Atlântida
como sendo muito mais antiga do que Platão contava. Diz-se que Henry
Schliemann, o célebre arqueólogo descobridor de Troia, teria encontrado um dos
papiros mais antigos do mundo, onde está escrito que o faraó Sent enviou uma
expedição à procura de vestígios da Atlântida, de onde seus ancestrais teriam
vindo, trazendo seus conhecimentos. Esta informação foi dada por Paul
Schliemann, neto do arqueólogo, em 1912, quando teve acesso a uma série de
trabalhos inacabados do avô. Ele não só havia descoberto peças onde se lia, em
hieróglifos fenícios, uma inscrição referindo-se à Atlântida, como estabeleceu
uma relação entre estas peças e fragmentos encontrados em Tiahuanaco, na
América do Sul.
Os objetos foram analisados e sua composição mostrou que provinham do
mesmo lugar. Henry Schliemann teria descoberto o papiro no Museu de São
Petersburgo, o mesmo local onde também teria encontrado outro papiro, de
autoria do historiador egípcio Maneton, que situava o reino da Atlântida num
período aproximado de 16 mil anos a.C. Muitos pesquisadores parecem concordar
com a hipótese de que a Atlântida poderia ter sido um grande centro, do qual
emigravam povos em todas as direções. As semelhanças encontradas entre as
civilizações dos egípcios e dos maias, em lados opostos do oceano, são
impressionantes, chegando a ponto de possuírem diversas palavras em comum na
pronúncia e significado, além de uma arquitetura muito próxima, especialmente
no que se refere à construção das pirâmides. É comum referir-se também à
escolha de Platão pelo nome Atlantis, que não é grego. Por outro lado, a
palavra tolteca atlan significa "no meio da água".
As lendas maias e incas referem-se a uma grande nação ou império que desapareceu
no fundo das águas.
Além dos relatos de Platão, mais recentemente surgiu uma série de
relatos visionários, como o conhecido Edgar Cayce, e as narrativas provenientes
da Sociedade Teosófica, elaborada por Helena Blavatsky. Fala-se, em termos de
doutrinas ocultas, dos grandes conhecimentos psíquicos que os atlantes
possuíram, descendentes de seres do céu, ou os Senhores da Chama de Vênus, que
já haviam trazido a civilização para a Lemúria anteriormente. Os sacerdotes da
Atlântida praticariam o psiquismo, aperfeiçoando-o como ciência, sendo capazes
de prever o futuro em certas ocasiões e realizar curas. Uma civilização baseada
não no material, como temos hoje em dia, mas no mental.
Segundo a teoria ocultista, o final da Atlântida começou com uma terrível batalha entre os magos brancos e os negros, os últimos desviando-se para o lado negro da natureza e conjurando os elementais e formas de pensamento demoníacas.
Casas
Assombradas
Durante muito tempo, as casas e, principalmente, os castelos assombrados
foram motivo de muitas histórias de terror. Hoje em dia, os fenômenos
verificados nesses locais são estudados pela parapsicologia e enquadrados
dentre dos fenômenos paranormais conhecidos. Costumam-se identificar quatro
tipos de fenômenos principais que levam as pessoas que visitam ou moram nesses
locais a sentir-se desconfortáveis ou assustadas: fenômenos auditivos, como
todo tipo de ruídos, gritos, lamentações, sussurros, gemidos, barulho de móveis
sendo arrastados e outros, o que nos remete à ideia clássica do fantasma
arrastando correntes pelo castelo; fenômenos visuais, que vão desde luzes que
acendem e apagam sem razão aparente, até objetos que mudam de lugar sem que
ninguém os tenha tocado; fenômenos sensoriais, como odores sentidos em
determinados pontos da casa, agradáveis ou não, assim como certos locais que
apresentam alterações nítidas de temperatura, mais quente ou mais fria; e os
fenômenos mais diretamente relacionados com o que se costuma chamar de
fantasmas, que é a materialização de figuras de seres humanos ou animais. Todos
esses fenômenos já foram devidamente registrados em pesquisas feitas em locais
tidos como assombrados, registrados em fitas de áudio e vídeo. As explicações
para a existência desses fenômenos são as mais variadas, baseadas em teorias
ainda impossíveis de serem comprovadas. Em alguns casos, deve-se levar em
consideração a possibilidade de alucinações causadas pela própria estrutura da
casa. Em algumas pesquisas realizadas nos EUA, descobriu-se a possibilidade de
que uma arquitetura que apresente alterações sutis nos enquadramentos e ângulos
das construções pode levar as pessoas a sofrer problemas de alucinação e
dificuldade de localização espacial. Já foi dito, inclusive, que uma casa
totalmente "torta" foi propositadamente construída, nos EUA, e
durante anos teve fama de ser mal-assombrada, o que implicou a publicação de
livros de terror. As portas ou não fechavam direito ou jamais permaneciam
abertas, com ligeiras inclinações; as paredes não completavam ângulos de 90
graus com o chão reto; os degraus das escadas possuíam tamanhos e inclinações
variados, tudo contribuindo para deixar as pessoas que passassem algum tempo no
local bastante desnorteadas, a ponto de causar alucinações. Nas casas onde os
fenômenos comprovadamente ocorrem, alguns pesquisadores consideram, em muitos
casos, a atuação de um agente, uma pessoa presente na casa, que possua
capacidades paranormais desenvolvidas e que seja a responsável, consciente ou
inconsciente, pelos fenômenos, inclusive pelas materializações. No entanto,
muitos estudiosos entendem que apenas médiuns realmente poderosos são capazes
de criar essas materializações, e eles não são tão facilmente encontrados. Em
muitos desses locais assombrados, os fenômenos ocorrem seguidamente, com as presenças
de pessoas de tipos variados, e seria demais se supor que, em cada grupo de
pessoa que presencia os fenômenos, existisse pelo menos um médium capaz de
provocá-los. Por outro lado, alguns pesquisadores acreditam que as capacidades
paranormais estão amplamente difundidas entre a população, e que qualquer
pessoa poderia provocar os fenômenos, mesmo inconscientemente...
Outras teorias seguem a linha da sobrevivência dos espíritos num
determinado local. Evidentemente, o espiritismo privilegia essa hipótese em
detrimento da demais. Segundo esse pensamento, os espíritos ficariam presos a
um determinado local, ou por terem experimentado momentos de grande felicidade
ou grande infelicidade, repetindo ações iguais, sem perceber que já deixaram o
plano terreno e, ao mesmo tempo, sem perceber que não se encontram totalmente
num plano superior, espiritual. O fato de eles não interagirem ou reagirem à
presença dos vivos e explicado justamente por não terem conhecimentos de já
terem morrido.
Atualmente a teoria do eletromagnetismo tem sido muito ventilada.
Segundo os pesquisadores, campos eletromagnéticos muito intensos criam
correntes elétricas no cérebro, fazendo com que as pessoas tenham experiências
estranhas como sensação de que existe uma presença próxima a eles. Assim,
atualmente uma das primeiras coisas que os investigadores fazem ao chegar a um
local supostamente assombrado é medir a intensidade dos campos eletromagnéticos
existentes no local. Diz-se também que estruturas construídas em granito —
poderiam produzir esses campos, uma vez que se trata de material naturalmente
radioativo. No entanto, alguns pesquisadores entendem que a questão não é tão
simples e, mesmo reconhecendo que os campos eletromagnéticos de fato têm uma
atuação decisiva no cérebro humano, eles não causam alucinações ou sensações de
presença, mas têm capacidade de fazer com que a mente humana estabeleça uma
conexão com outra dimensão, de certa forma abrindo passagens dimensionais e
estabelecendo um contato verdadeiro com outros planos de existência.
Cientologia
Termo criado pelo norte-americano Lafayatte Ronald Hubbard (1911-1986),
mais conhecido como L. Ron Hubbard. A história da cientologia — que se
transformou na Igreja da Cientologia, hoje com milhares de adeptos em todo o
mundo e famosa por atrair astros de Hollywood como John Travolta, Tom Cruise e
outros — gira em torno dos estudos de Hubbard que, segundo sua biografia,
começaram ainda na infância e teria estudado psicologia freudiana aos 12 anos.
Aos 16, já estava viajando pelo mundo inteiro à procura de conhecimento,
especialmente no Oriente. Ao voltar aos EUA, estudou matemática e engenharia e
começou a desenvolver o seu método para decifra o processo do pensamento
humano. Acabou abandonando os estudos formais e, em 1938, apresentou os
resultados iniciais de suas pesquisas na obra chamada Excalibur.
Nesta, disse que “toda a vida está tentando sobreviver e a vida é composta de
duas coisas: o universo material e o Fator X. Esse Fator X é
algo que evidentemente pode organizar e mobilizar o universo”. Serviu na guerra
e foi internado com ferimentos sofridos em 1945, dando sequência às suas
experiências com os companheiros de hospital. Procurou desenvolver uma técnica
para desbloquear a mente de pacientes que não conseguiam responder ao
tratamento com testosterona. Em 1949, escreveu A dinâmica da vida,
trazendo os princípios básicos do tratamento, que inventou e que seria a base
da dianética que, mais tarde, se desenvolveria na cientologia. É desta época
que vem a briga constante da cientologia com a psicologia, considerada por ele
e seus seguidores como um processo extremamente ineficaz. Seus manuscrito foi
enviado à American Medical Association e à American Psychiatric Association,
que o recusaram. Seu livro mais conhecido, Dianética: A ciência moderna
da saúde mental, foi publicado em 1950. Já em 1954, era fundada a Igreja da
Cientologia, em Los Angeles, e em 1956, já se espalhava por vários países.
Hubbard abandonou o cargo de diretor-executivo e passou sete anos vivendo a
bordo de um navio segundo ele para continuar seu trabalho sem quaisquer
distrações. Os inimigos da igreja dizem que essa decisão foi tomada para que
ele pudesse ficar livre dos processos, que estariam sendo movidos contra ele em
diversos países.
O que a cientologia diz, basicamente, é que o homem é um ser espiritual
e imortal, com sua experiência estendendo-se bem além de seu período de vida na
terra. Suas capacidades são limitadas, apesar de não estarem totalmente despertas,
uma vez que são limitadas por bloqueios criados por incidentes traumáticos,
bloqueios conhecidos como engramas. Ao se eliminar esses engramas a pessoa se
torna clear e, portanto, capaz de exercer suas capacidades em
potencial máximo. Para realizar esse desbloqueio, Hubbard desenvolveu o
processo chamado audição, uma sessão realizada na presença de um auditor que,
ao contrário da psicanálise, apenas ouve o que a pessoa diz, sem interferir em
momento algum e sem apresentar interpretações ou juízos sobre o que foi dito. A
cientologia entende que a pessoa só pode melhorar e exercer essa potencialidade
máxima se encontrar suas próprias respostas. Um aparelho, chamado e-meter,
ou eletropsicômetro, ajuda na tarefa, identificando as áreas problemáticas.
Segundo Hubbard entendia, a mente contém imagens e recordações de experiências
passadas, e esses eventos contêm energia e massa passíveis de serem registradas
pelo aparelho. Os níveis acima de clear são chamados teta, ou
OT (operating thetan). Algumas pessoas com contato maior com a
cientologia afirmam que ela chega a propor que as lembranças de vidas
anteriores às quais algumas pessoas têm acesso têm origem numa enorme
civilização galáctica, e que nós seríamos uma colônia perdida dessa
civilização, de uma época em que a terra fazia parte de uma comunidade
galáctica. Portanto, seríamos extraterrestres. Diz-se, ainda, que
Hubbard começou a falar sobre esses assuntos após experimentar a morte clínica,
época em que foi ferido na Segunda Guerra Mundial. No entanto, os frequentadores
da Igreja da Cientologia, hoje em dia, não confirmaram esse aspecto da questão
afirmando que cada pessoa tem de encontrar o seu próprio caminho e, se ela se
considera um ser espiritual, pode ser que deseje buscar sua origem, e irá
encontrá-la.
A Igreja da Cientologia foi bastante criticada, às vezes com acusações pesadas e maus-tratos e lavagem cerebral, como já ocorreu em outras igrejas e seitas no mundo. Matérias escritas em jornais e revistas importantes dos EUA e da Europa acusaram a igreja de obter dinheiro irregularmente dos seguidores, e algumas pessoas que abandonaram a igreja chegaram a abrir processos contra ela, alguns com quantias girando em torno de centenas de milhares ou milhões de dólares. Os membros da igreja negam essa apropriação de dinheiro, mesmo porque, dizem, existe uma regra mundial da igreja, que é a de devolver o dinheiro para qualquer pessoa que afirme não ter ficado satisfeita com o curso ou qualquer outro serviço oferecido. O IRS, o sistema de imposto de renda dos EUA, realizou uma investigação minuciosa nas contas da igreja, e nada encontrou de irregular. Os membros da igreja dizem que não é necessário ter fé para pertencer a ela, uma vez que ela não lida com dogmas, mas em procedimentos científicos desenvolvidos por seu fundador. Da mesma forma, a pessoa não precisa abandonar a sua religião para frequentar a cientologia, mas apenas estar disposta a estudar o material que lhe é fornecido.
Corpo Astral
O corpo astral é considerado uma espécie de cópia do corpo humano, porém composto por outro material, que se desprende do corpo físico durante o processo conhecido como projeção astral, deslocando-se livremente e tomando conhecimento de tudo o que o cerca, invisível ao olho humano, enquanto o corpo físico permanece em estado de repouso ou sono.
Duplo
Às vezes chamado simplesmente de projeção astral, ou vardogr, ou ainda bilocação. A característica do fenômeno é a aparição de um corpo "duplo" de um indivíduo, exatamente igual ao original, num local distante daquele em que ele se encontra. Na religião católica, esse desdobramento involuntário (bilocação)geralmente atribuídos a grandes santos ou místicos, como os casos de Santo Antonio de Pádua, São Francisco Xavier e Santo Afonso Maria Ligório. Fala-se também da Mulher de Azul, a sóror Maria Coronel de Agreda, em alguns citada como Maria de Jesus de Agreda, que teria aparecido em dois lugares ao mesmo tempo cerca de quinhentas vezes entre os anos de 1620 e 1631.
Espiritismo
Segundo os historiadores do espiritismo e dos fenômenos paranormais, o primeiro livro escrito sobre o assunto foi Dos espíritos e suas manifestações (1853), de autoria do marquês Charles Jules Eudes de Mirville. Segundo se diz, o marquês investigou fenômenos que ocorriam no presbitério de Cideville, e que hoje poderiam ser associados aos casos de assombrações ou poltergeist. Ele procurou estabelecer um tipo de comunicação com supostas entidades que se encontrassem no local, da mesma forma que as irmãs Fox estavam fazendo nos EUA. Mas, apesar do título do livro, Mirville acreditava que a movimentação de objetos e outros fenômenos que ocorriam no presbitério eram causados por demônios.
Extraterrestres
A segunda metade do século XX foi marcada profundamente pela noção de
possibilidade de vida extraterrestre e, especialmente, pela ideia de que os
extraterrestres estão visitando a Terra com as finalidades mais diversas e,
ainda, pela teoria de que sempre estiveram em contato com as civilizações do
planeta, mesmo com as mais antigas culturas conhecidas e com algumas das quais
só se tem conhecimento por lendas.
O tema está diretamente relacionado om o fenômeno OVNI, uma vez que a
suposição — ou fato, de acordo com algumas fontes de pesquisa e estudo — é que
os OVNIs nada mais são do que naves espaciais vindas de outros planetas, e
dirigidas por seres extraterrestres com tecnologia e inteligência superior à
nossa. Uma das primeiras, ou talvez a primeira vez em que essa possibilidade
foi mais abertamente considerada, ocorreu, provavelmente nas pesquisas de
Charles Hoy Fort, publicadas no famoso O Livro dos Danados, em
1919.
A partir dos anos 60 se intensificaram os relatos de contatos
telepáticos com seres extraterrestres.
A ideia corrente ao final do século é a de que os extraterrestres já se encontram entre os humanos, ainda que não possam ser percebidos pela maioria de nós. As intervenções dos alienígenas só se tornaram mais popular a partir dos trabalhos de pesquisa do jornalista alemão Erich von Däniken, que começaram a ser publicados em livro em 1968, com o Eram os Deuses Astronautas?
Faculdade X
O escritor Colin Wilson, também filósofo e pesquisador do oculto e da
parapsicologia, desenvolveu a sua tese da Faculdade X, dizendo que esta "é
simplesmente o poder latente, possuído pelos seres humanos, de ir além do
presente". Para ele, a Faculdade X explicaria todos os fenômenos estudados
pela parapsicologia e todas as experiências místicas e poéticas lançando a
mente humana para um contato com a realidade como nunca houvera antes. Seria
realmente um sexto sentido, mas com um significado muito mais amplo do que normalmente
se atribui a ele. Ele diz: "É engano pensar que a Faculdade X seja uma
faculdade 'oculta'. Ela representa o poder de captar a realidade e de unir as
duas metades da mente humana — a consciente e a subconsciente." E ainda:
"Garantem-me que este lugar, aqui e agora, é bem mais real do que qualquer
outro lugar ou tempo. Só em certos momentos de grande intensidade interior é
que realmente compreendo que se trata de mentira. A Faculdade X é um sentido de
realidade, a realidade de outros tempos e lugares. E é a posse desse sentido —
por mais incerto e fragmentado que ele se apresente — que distingue os homens
de todos os outros animais."
A teoria tomou forma em 1966, mas quem acompanhava o trabalho de Wilson
tinha vislumbre desses pontos de vista dez anos antes, e foi uma parte
importante de seus livros de ficção científica depois disso, como em Parasitas
da Mente, onde imagina uma única fonte de poder para todas as mentes
humanas, uma espécie de foco de energia, ao qual qualquer um pode ter acesso.
Aqueles que conseguem despertar essa faculdade, mesmo que por alguns breves
momentos, conseguem realizar os fenômenos ditos parapsicológicos — ou mesmo
aqueles que estiverem ligados ao ocultismo ao longo dos séculos — ou se
inspirar para realizar obras poéticas.
O trabalho gigantesco de pesquisa e desenvolvimento dessas ideias encontra-se no livro O Oculto. Ainda que, posteriormente, o autor tenha renegado algumas de suas teorias ligadas à Faculdade X, ela continua sendo interessante e discutida por alguns pesquisadores.
Fantasmas
Os fantasmas, aparições ou assombrações estão entre os fenômenos
insólitos mais antigos e documentados de que se tem notícia. Apesar de ter sido
bastante estudado pela parapsicologia não se tem ainda uma definição conclusiva
sobre o assunto. Os espíritas e modernos estudiosos do oculto não concordam com
o que conseguem apurar sobre o tema, e mesmo nos meios parapsicológicos existem
algumas confusões nas definições do fenômeno. O mais comum é relacionar as
aparições, e mais especificamente as assombrações, com locais específicos, as
chamadas casas assombradas de que tanto se ouve falar na literatura de terror.
O objetivo é distinguir entre os fantasmas que, provavelmente, estão sendo
"produzidos" por seres vivos a partir de materializações
inconscientes ou conscientes de ectoplasma, daqueles que surgem espontaneamente
em determinados locais. É distinto, por exemplo, do poltergeist,
cuja origem é atribuída à atuação inconsciente de um ser vivo. É costume se
dizer que a característica mais conhecida e já verificada por observações
exaustivas é o fato de que os fantasmas surgem sempre num mesmo local, em
épocas precisas, e a aparição ter sempre a mesma duração. É uma representação
mais ou menos completa de uma pessoa já morta, e se apresenta usando as mesmas
roupas que a pessoa usava quando morreu, com uma aparência nebulosa. No
entanto, alguns pesquisadores discordam, entendendo que o surgimento dos
fantasmas não obedece a leis rígidas, podendo variar bastante tanto quanto à
duração do evento como quanto à forma pela qual se apresenta.
A ideia que as lendas nos passaram, de fantasmas arrastando correntes e
fazendo barulhos horrendos, tem sua razão de ser, uma vez que os ruídos são
parte integrante das aparições, sejam passos, barulhos no chão, risos, choros,
estrondos indefinidos. Uma das noções mais populares é a de que os fantasmas
teriam sofrido, em sua vida na terra, uma morte violenta, ou com um desgosto
psicológico e emocional intenso, e retornariam sempre ao local onde morreram,
como espíritos, exatamente na data em que o evento ocorreu. Os
parapsicólogos disseram que as assombrações são persistentes, mas não
necessariamente periódicas. Existem muitos casos de fantasmas de pessoas vivas,
já registrados em estudos sérios, que demonstram que um fantasma pode muito bem
ser um tipo de materialização provocada por um agente distante pelos fenômenos
conhecidos como telepatia, clarividência, e até mesmo por alucinações. Neste
caso, o fantasma estaria mais próximo dos fenômenos registrados nas sessões de
espiritismo ou nas experiências científicas com médiuns poderosos,
capazes de criar formas a partir da modelagem inconsciente do ectoplasma.
Para aqueles que acreditam na vida após a morte e na manutenção de
determinadas atitudes de quando estavam vivos, os fantasmas são mais facilmente
explicáveis mas, da mesma forma como ocorre na parapsicologia nada foi provado
nesse sentido, inda que, hoje em dia, algumas pessoas afirmam terem
desenvolvido uma forma de comunicação com mortos por meio de aparelhos de
televisão, câmeras fotográficas e computadores, na chamada transcomunicação
instrumental.
Com relação ao termo "aparições", também relacionado ao
surgimento de fantasmas, é mais comum ver-se aplicado às aparições
religiosas.
Os livros sagrados das religiões do mundo inteiro estão repletos de casos de aparições de deuses e entidades divinas. Na Bíblia, Deus se manifestou de várias formas para várias pessoas. Há uma série enorme de aparições de santos, que dão conselhos ou ordens a serem seguidas. Talvez a mais conhecida no mundo ocidental seja a aparição de Fátima, em Portugal, em 1917, quando se disse que a Virgem deu a conhecer, a três crianças, segredos relacionados com o futuro da humanidade. Não se fala muito, nos meios científicos, sobre os fenômenos das aparições religiosas.
Geller, Uri
(1946-)
Um dos mais famosos paranormais dos tempos modernos, o israelense Uri
Geller se tornou famoso por suas apresentações em televisão do mundo inteiro,
quando conseguia entortar talheres e outros objetos de metal com leves toques
de dedo.
Uma das características marcantes de suas apresentações é que muitas
pessoas que estavam assistindo pela TV ou pelo rádio em suas casas também foram
capazes de repetir o fenômeno e, em alguns lugares, objetos de metal se torciam
sem que ninguém encostasse neles.
Segundo algumas fontes, os fenômenos começaram a se manifestar na vida
de Geller já aos três anos, quando ele teria visto um objeto luminoso no céu de
Tel Aviv, descendo em sua direção, e um homem teria disparado um raio de luz em
sua cabeça. Durante o tempo de estudo, demonstrava sua capacidade para os
colegas, mas era ridicularizado, resolvendo guardar par si mesmo as
experiências de telecinese que continuava executando.
Somente em 1969, depois de ter servido o exército e sido ferido na
Guerra dos Seis Dias, Geller começou a se apresentar publicamente em
discotecas, universidades e teatros. Em 1971, começou um período em que esteve
associado a Andrija Puharich. Nesse período, sua fama se estendeu a todo o
mundo e, apesar da criticada alegação de que Geller estaria em contato com
seres extraterrestres, Puharich e o astronauta Edgar Mitchell abriram as portas
de várias Universidades e institutos de pesquisa. Foi assim que o médium chegou
a realizar testes com os cientistas Russel Tag e Harold Puthoff, do Stanford
Research Institute dos EUA. Lá, apesar de não conseguir produzir o
fenômeno de "entortar coisas" em condições controladas de
laboratório, teve sua capacidade mais do que confirmada por outros testes mais
sutis, e se verificou que era dotado também da capacidade telepática, ou de
clarividência, sendo capaz de adivinhar objetos e desenhos ocultos.
Na verdade, Geller conseguiu entortar objetos de metal, sendo até mesmo
filmado, mas não sem encostar o dedo nos objetos, de modo que os cientistas não
puderam comprovar se ele era muito forte e hábil na manipulação ou se estava
ocorrendo um fenômeno real de psicocinética.
A verdade é que Uri Geller arrebentou uma série de aparelhos de medição
utilizados nas experiências, e foi o centro de uma série de
"coincidências" paralelas às experiências em si, que deixaram os
cientistas meio tontos, como eles próprios declararam. Ele também esteve na
University of London realizando experiências com o professor David Bohm — um
dos maiores teóricos da mecânica quântica e que trabalhou com Albert Einstein —
e com Arthur Koestler, conseguindo influenciar a marcação de um contador
Geiger. Geller também esteve com Werner von Braun na Columbia University, e
participou de experiências na Kent State University, University of Los Angeles
e Tokai Universty, em Tóquio. Nesta última, em 1984, Geller conseguiu apagar
informações de uma fita de computador. Geller esteve no Brasil nos anos 70,
realizando seus feitos na televisão e, como sempre, muitas pessoas que
assistiam em casa reproduziram o fenômeno de entortar talheres.
Geller foi bastante criticado por muitos cientistas, mesmo os da área específica da parapsicologia, e muitas vezes tido como farsante, mas tudo indica a existência de uma capacidade real, e impressionante, no campo das atividades paranormais.
Karma
Entre as noções de religiões e filosofias orientais, a ideia do karma
talvez seja a que mais tenha encontrado resposta no mundo ocidental. O termo
tem origem no sânscrito karman e foi adotado pela filosofia
hindu e budista para explicar a relação entre a causa e o efeito de uma
determinada ação sobre o sujeito que a pratica. Dessa forma, chega-se à
conclusão de que nada ocorre por acaso. Uma ação é provocada por outra anterior
e, por sua vez, provoca uma reação consequente. A sucessão de acontecimentos,
segundo esse pensamento, forma o karma.
A noção pressupõe um antecedente, que é a crença nas sucessivas
existências da alma, ou a reencarnação, de modo que a série de acontecimentos
que um sujeito experimenta em sua vida surge como consequência de atos e ações
de sua vida anterior. Da mesma forma, as ações nessa vida irão determinar o
andamento da próxima vida do indivíduo. A noção do karma coloca o ser humano,
portanto, como o centro da ação, em relação direta com o divino, é verdade, mas
como o único responsável pelo que ocorre em sua vida. Ele tem o poder de
escolha. A Terra é chamada de karma-bhumi, a "esfera do
karma", para onde as pessoas retornam após a morte e onde irão viver melhor
ou pior, de acordo com a forma pela qual viveram antes.
Os atos dos seres humanos se tornam responsabilidade deles próprios e a
existência deixa de ser o resultado de uma concessão divina, de sacrifícios ou
rituais mágicos e religiosos. Existem diferentes interpretações quanto à
relação entre karma e a ação humana ou, em outras palavras, como se define o
karma e a consequente vida do ser na Terra. Dessa forma, alguns dizem que o
simples ato de pensar já implica a realização. Se um determinado ato surge no
espírito da pessoa, é como se ele já estivesse cumprido, mesmo que a pessoa não
venha a torná-lo real. É o que se costuma chamar de "maus
pensamentos" ou a situação definida pela expressão "o que vale é a
intenção". Essa forma implica a necessidade do domínio espiritual e mental
para se manter na conduta correta, e é justamente por isso que outras pessoas
entendem que é absolutamente necessário o cumprimento do ato. Os pensamentos
podem ser maus, mas podem não ser transformados em atos ruins, o que significa
que a pessoa, afinal, conseguiu se dominar e evitou a ação má.
Outra linha de pensamento entende que um ato só pode ser julgado bom ou ruim a partir de suas consequências, independentemente da intenção da pessoa no momento da ação, o que não deixa de ser estranho. Uma pessoa pode realizar uma ação má, com intenções más, e os resultados podem não ser ruins, devido a uma série de fatores que fogem ao seu controle.
Mirabelli,
Carmine (1889-1951)
Médium brasileiro, considerado entre os maiores do mundo, apresentando
fenômenos de levitação, materialização, clarividência, precognição e
outros.
Mirabelli teve uma vida bastante complicada, e desde jovem teve
problemas com seus poderes paranormais. As pessoas entenderam que os transes e
problemas físicos que acompanhavam os fenômenos eram caso de loucura, e ele
esteve internado no Juqueri, em São Paulo, até que Franco da Rocha percebesse
que não se tratava de um caso de doença mental.
O leque de fenômenos aos quais está associado chega a ser raro nos médiuns
conhecidos no mundo. Também era capaz de pintar quadros dos mestres da arte,
sem que jamais tivesse visto qualquer deles, uma vez que era homem de
pouquíssima cultura. Os fenômenos de materialização que proporcionou estão
entre os mais surpreendentes já registrados na história da parapsicologia, e a
levitação era algo que ocorria com facilidade espantosa.
Pesquisadores da Europa se interessaram por ele e foi convidado a viajar
ao continente, onde foi pesquisado por cientistas de renome e jamais acusado de
fraude. Diz-se que, mesmo quando não se encontrava em transe, era comum
ocorrerem os fenômenos ao seu redor, como móveis que se moviam, objetos se
quebrando ou voando. Também realizou inúmeros trabalhos de psicografia,
escrevendo em mais de trinta idiomas, alguns deles idiomas mortos.
Na época, Mirabelli também sofreu muito devido à incompreensão popular, tendo sido espancado por um grupo de populares em São Vicente, vaiado em São Paulo, e tendo sua casa apedrejada.
Poltergeist
Um dos fenômenos estudados pela parapsicologia. Bastante comentado
atualmente, tornou-se conhecido após o filme de Steven Spielberg, com o mesmo
nome, ainda que nunca tenha sido registrado um caso de poltergeistcom
a intensidade verificada no filme.
A explicação que propõe ser o poltergeist causado por
espíritos foi muito comum no passado, mas hoje em dia já surgem novas
propostas, ainda que, no espiritismo, essa noção ainda seja considerada.
O termo vem do alemão, significando "espírito brincalhão".
Algumas traduções propõem "espírito ruidoso" ou
"turbulento", já que os ruídos são uma das características do
fenômeno. Ocorre de forma espontânea, o que o torna um dos mais difíceis de
serem pesquisados cientificamente, e não se conhecem casos de manifestações depoltergeist que
tenham sido produzidos em laboratório, sob controle científico rigoroso.
Começam repentinamente, geralmente em residências, e terminam da mesma forma, e
muitas vezes se assemelham mesmo a brincadeiras. Ocorrem deslocamentos de
objetos, ruídos estranhos, quebra de objetos, e sempre quando as pessoas não
estão olhando para o local em questão. Um traço notado nos estudos realizados a
partir dos anos 50 foi a presença de uma pessoa na puberdade no local onde se
verificam os fenômenos.
A tendência atual é se creditar os fenômenos a um "ponto focal", ou seja, uma pessoa estaria produzindo os fenômenos a partir de capacidades paranormais conhecidas como telecinese ou psicocinese, inconscientemente.
Precognição
Termo utilizado pela parapsicologia para identificar o fenômeno de
conhecer um acontecimento futuro sem deduções racionais obtidas a partir do
conhecimento presente.
As informações sobre o futuro se apresentam às pessoas das mais variadas
formas: por sonhos, visões, estados de transe, intuições súbitas ou, como
pretendem algumas linhas religiosas, por contatos com os espíritos dos mortos.
Fácil de ser verificado: dada a precognição, espera-se que o evento descrito
aconteça.
Também conhecido como: premonição, predição, adivinhação,
pressentimento, antevisão, vaticínio, profecias, e ainda presságio, pregnose,
paragnose, palpite, prenúncio, presciência ou, simplesmente,
pré-conhecimento.
Precognição pelas cartas Zener. Nos testes para comprovar telepatia e clarividência, os pesquisadores depararam com alguns resultados estranhos, com índices de erros muito acima do normal, e puderam comprovar que as pessoas envolvidas estavam acertando as cartas que ainda iriam sair. Estavam, portanto, prevendo o futuro. Pressentimentos são classificados como precognição amenizada, em que o conhecimento futuro não chega por meio de uma visão clara.
Profetas
Pessoas que possuem a capacidade de predizer acontecimentos futuros, às vezes bastante distanciados no tempo. Relacionado à precognição. Referem-se a acontecimentos grandiosos, como guerras, desastres naturais, morte de personalidades. Apesar das fraudes, há casos em que se podem acreditar como o Nostradamus.
Psicofania
Fenômeno descoberto por Friedrich Jurgenson ( -1987), produtor
cinematográfico e paranormal sueco. Ele ficou conhecido por suas pesquisas na
área de gravação do que foi chamado de "vozes paranormais" ou
psicofanias, em fitas magnéticas a partir de 1959.
As experiências tiveram origem num acontecimento casual. Diz-se que, ao
ouvir as gravações que havia feito do canto de pássaros, ele percebeu a
existência de uma voz humana. Atribuindo o fato a algum tipo de defeito,
repetiu as gravações e novamente ouviu a voz, reconhecendo como pertencente à
sua mãe, já falecida. A partir daí, elaborou pesquisas com Konstantin Raudone,
Hans Bender e friedbert Karger. Ao que se sabe, Raudive foi mais longe nas
pesquisas, realizando milhares de gravações.
Na visão do espiritismo, o fato é atribuído a alguns tipos de
comunicações entre os mortos e o nosso mundo, da mesma forma como agora
se fala em manifestações através de gravações em vídeo, com imagens dos
espíritos, ou através de computadores. Mas a parapsicologia prefere entender o
fenômeno de outra forma, acreditando haver uma interferência mental de algum
tipo, provavelmente inconsciente, por parte de alguém que participe da
experiência.
Ao contrário de outras comunicações com espíritos realizadas através dos
médiuns, os cientistas que estudam as psicofanias dizem que as mensagens
gravadas não transmitem qualquer lição de moral nem trazem qualquer informação
importante, não se manifestando sobre a vida no mundo espiritual ou sobre
questões de filosofia. As comunicações se referem mais a assuntos cotidianos e
observações às vezes bem-humoradas sobre a situação dos seres humanos.
Sabe-se que no Brasil também foram realizadas gravações desse tipo, pela
escritora Hilda Hist e George Magyary. Não existe qualquer teoria definitiva a
respeito do fenômeno. Atualmente tem-se preferido utilizar o termo
"transcomunicação instrumental" para definir essa forma de contato,
ainda que ele esteja mais restrito ao âmbito do espiritismo.
Psicofotografia
Fenômeno ligado aos estudos da parapsicologia e também chamado de
fotografia psíquica, que consiste na capacidade de impressionar uma chapa,
papel ou filme fotográfico com o poder da mente, pela utilização de meios ou
energia ainda desconhecidos.
No início do século, alguns cientistas franceses já levantavam a
hipótese de que o espírito humano — que, neste caso, deve ser entendido como a
mente humana e não como espíritos dos mortos — seria capaz de sensibilizar um
material fotográfico, em algumas experiências sendo realizadas nesse sentido.
Uma pessoa sensitiva sobre negativos fotográficos fechados num envelope
enquanto concentrava seu pensamento numa determinada imagem que, após a
revelação, surgia delineada no papel.
A partir dos anos 60, essas experiências foram realizadas na
Universidade de Denver, nos EUA, com a participação de Ted Serios, um dos mais
conhecidos médiuns da história. Serios conseguia fazer com que a imagem na qual
estava pensando surgisse num filme virgem, colocado dentro de uma máquina
fotográfica. Foi pesquisado em condições controladas em laboratórios, por
alguns dos maiores especialistas do mundo, obtendo resultados surpreendentes.
Numa das experiências, foi-lhe mostrado uma foto de uma localidade na
Itália, onde ele jamais havia estado. Concentrando-se na lente da máquina
fotográfica, ele conseguiu reproduzir a imagem que lhe foi mostrada e, mais que
isso, obteve mais algumas fotos em que a mesma localidade era vista de ângulos
diferentes.
Serios tinha uma personalidade complicada, como a maioria dos paranormais, e bebia muito antes de realizar as experiências. Mais recentemente, cientistas soviéticos resolveram realizar experiências baseando-se nesse mesmo princípio, na tentativa de captar as imagens de alucinações visuais sofridas por certos pacientes vítimas de psicoses. Por um método que ligava a máquina fotográfica diretamente aos olhos, através de óculos especiais, foram obtidas imagens consideradas surpreendentes, fotografias de alucinações ópticas, confirmando a noção de que as alucinações, assim como as imagens obtidas mentalmente, são projetadas no espaço pela psique, utilizando-se de radiações ou energias ainda desconhecidas.
Psicometria
Existem divergências quanto à utilização desse termo nas pesquisas da
parapsicologia, porque também já era um temo empregado na psicologia mesmo
antes de surgir nos estudos da parapsicologia.
Alguns pesquisadores se referem ao fenômeno ao qual ele diz respeito sob
o nome mais geral de clarividência. De qualquer forma, diz respeito a algum
tipo de adivinhação pelo contato direto, físico, com um objeto. As pessoas que
possuem essa capacidade são capazes de, apenas tocando e sentindo os objetos,
sejam eles quais forem, obter informações relacionadas à pessoa que os utilizou
ou possuiu, bem como os incidentes e acontecimentos ligados ao objeto em
questão.
Têm sido registrados vários casos de pessoas que conseguem obter
informações sobre as pessoas apenas tocando os objetos com os quais as pessoa
esteve em contato, ou sobre coisas do passado, seja de uma pessoa, seja de um
local. É um fenômeno bastante estudado pela parapsicologia e absolutamente comprovado.
Psicotrônica
Termo inventado por cientistas nos anos 60, na Tchecoslováquia, para
substituir o termo parapsicologia, que eles consideravam inadequado, entendendo
que a disciplina tratava de fenômenos ligados ao aspecto psíquico e ao sistema
nervoso dos seres humanos, em relação a fenômenos de caráter energético.
Num manifesto publicado em 1968, os cientistas consideraram a
psicotrônica “em essência, a biônica do homem”. A energia psicotrônica, segundo
eles, é uma nova forma de energia que compõe o homem e o universo.
As ideias e noções levantadas pelos cientistas tchecos se espalharam por todo o mundo e consistem em parte importante dos estudos dos fenômenos chamados paranormais. Para alguns cientistas e pesquisadores dos fenômenos, a psicotrônica se adiantou nos estudos, enquanto a parapsicologia se tornou uma ramificação da ciência um tanto dogmática, detendo-se no estudo dos fenômenos reproduzidos em laboratórios e no aspecto quantitativo ou estatístico, enquanto a psicotrônica entende que não existe mais qualquer necessidade de comprovação desses fenômenos, cuja existência já está mais do que provada, de modo que podem estudar o que ocorre exatamente no momento em que as coisas acontecem .
Spiricom
Nome dado ao aparelho para falar com os mortos, desenvolvido pelo
engenheiro George W. Meek a partir do final dos anos 70 do século XX. ele
afirma ter sido ajudado em seu trabalho pelo físico George Jeffries Mueller, já
falecido, que se comunicava com ele. Meek disse que, quando começou a pensar em
construir um aparelho para se comunicar com os espíritos dos mortos, entrou em
contato com uma sensitiva ou médium que contatava cientistas de outros planos
espirituais, que por sua vez estavam interessados em estabelecer uma ligação
entre os dois mundos.
Construiu um aparelho atuando na onda de 1.200 MHz, ligado a um gravador
para registrar as mensagens dos espíritos, transformadas em sons audíveis. Os
projetos prosseguiram, tentando-se aperfeiçoar o aparelho e provar a
possibilidade de contato com os mortos, e mesmo a existência dos espíritos.
Atualmente, ouve-se falar com mais frequência sobre o assunto, com mensagens
dos espíritos sendo gravadas em fitas de vídeo ou chegando através da
televisão, com imagem e som. A ciência não reconhece o fenômeno, mas existem
alguns cientistas interessados no estudo da chamada transcomunicacão
experimental. Para a parapsicologia, nada muda com relação a esse fenômeno
quando comparado com os demais fenômenos psíquicos estudados.
A paranormalidade de um indivíduo seria perfeitamente capaz de atuar
sobre qualquer aparelho como, aliás, algumas experiências já registraram, como
no caso da psicofotografia. A elaboração de aparelhagens para se falar com os
espíritos está diretamente relacionada com a psicofania, fenômeno descoberto
por Friedrich Jurgenson, e com os estudos do espiritismo.

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