Certa manhã, sentiu
uma sensação estranha e dolorosa na cabeça, como se estivesse cheia de neve.
Daí a instantes, ouviu uma voz que lhe dizia: Luz!... Luz!... e recobrou, quase
que inteiramente, a visão. Depois, passou a escrever e enviar o material para a
redação do "El Critério" que foi publicada e, também, para o jornal
"La Revelación" que, além de publicá-la, ofereceu-lhe suas colunas
para que escrevesse a respeito do Espiritismo.
Começou a frequentar a Sociedade Espiritista Espanhola, onde se fez querida e apreciada. A 4 de abril de 1874, quando a sociedade comemorava o aniversário de Allan Kardec, Amália foi convidada a declamar uma poesia, que ela própria escrevera, intitulada "A Ia memória de Allan Kardec". Tanto foi seu sucesso que, daí para diante, participou de muitos trabalhos da Sociedade.
Trabalhava de dia e
escrevia à noite. Muitos jornais espíritas passaram a reclamar sua colaboração.
Foi Fernandes Colavida quem lhe presenteou com a coleção completa das obras de
Kardec, em cujos ensinos, desde os primeiros dias, orientou seus trabalhos.
Convidada a ir para
Alicante, os membros da sociedade espiritista, quiseram tomá-la sob sua
proteção para que dedicasse todo o seu tempo ao Espiritismo. Amália abominou a
ideia de viver às custas da Doutrina. Queria ganhar o próprio sustento apesar
da cegueira que a ameaçava, pois, costurando consumia seus olhos no trabalho.
Para mais informações, leia abaixo o texto copiado do livro "Reencarnação e Vida", de sua autoria.
Breve nota biográfica
Amália Domingo Soler nasceu em Sevilha, aos 10 de dezembro de 1835.
Com oito dias de idade, e durante três meses, ficou cega, tendo sido
curada por um farmacêutico.
Quando tinha 10 anos de idade começou a escrever poesias.
Aos 18 anos, publicou seus primeiros versos.
Contava 25 anos quando faleceu sua genitora, deixando-a só no mundo.
Educada e tratada como uma princesa, daí para frente abriu-se-lhe uma estrada
de sofrimentos. Quando escassearam suas posses, os parentes, que a alimentaram provisoriamente,
sugeriram seu ingresso num convento, o que repeliu de pronto. Depois, tentaram
convencê-la a casar-se com um velho abastado, solução que também não aceitou.
Preferiu ganhar a própria vida, costurando e escrevendo, e como em
Madrid teria melhor paga, mudou-se para lá.
Mas, trabalhando dia e noite, seus olhos não suportaram a tarefa, e em
pouco tempo, viu-se quase cega. Impedida de ganhar o seu sustento, ia procurar,
nas casas das senhoras que lhe davam serviço, o que comer. Desesperada, vagou
pelos templos católicos e protestantes procurando uma mensagem que a
consolasse. Sua situação piorava dia a dia. Chegou a ir buscar sua sopa em uma
instituição que atendia os mendigos.
O médico que cuidava de seus olhos — um materialista — certo dia
falou-lhe de uns "loucos", os espiritistas, que procuram explicar
todas as dores, e prometeu-lhe trazer um jornal que recebia "El
Critério". Na simples leitura do jornal, Amália identificou-se com os
ensinamentos espíritas.
Passou a procurar uma família de espíritas que tivesse as obras de
Kardec e, apesar de sua semi-cegueira, leu-as afanosamente ganhando uma
convicção absoluta.
Certa manhã, sentiu uma sensação estranha e dolorosa na cabeça, como se
estivesse cheia de neve. Daí a instantes, ouviu uma voz que lhe dizia: Luz!. .
. Luz!. . . e recobrou, quase que inteiramente, a visão.
Principiou, então, a escrever. Mandou uma poesia para a redação do
"El Critério" que foi publicada. Mandou outra para o jornal "La
Revelación" que, além de publicá-la, ofereceu-lhe suas colunas para que escrevesse
a respeito do Espiritismo.
Seu primeiro artigo sobre matéria doutrinária, foi
publicado pelo "El Critério", em seu número 9 e na primeira página,
em 1872 — há cem anos, portanto — e se intitulava "A Fé Espírita".
Começou a frequentar a Sociedade Espiritista Espanhola, onde se fez
querida e apreciada. A 4 de abril de 1874, quando a sociedade comemorava o
aniversário de Allan Kardec, Amália foi convidada a declamar uma poesia, que
ela própria escrevera, intitulada "A Ia memória de Allan Kardec".
Tanto foi seu sucesso que, daí para diante, participou de muitos trabalhos da
Sociedade.
Trabalhava de dia e escrevia à noite. Muitos jornais espíritas passaram
a reclamar sua colaboração.
Foi Fernandes Colavida quem lhe presenteou com a coleção completa das
obras de Kardec, em cujos ensinos, desde os primeiros dias, orientou seus
trabalhos.
Convidada a ir para Alicante, os membros da sociedade espiritista,
quiseram tomá-la sob sua proteção para que dedicasse todo o seu tempo ao
Espiritismo. Amália abominou a ideia de viver às custas da Doutrina. Queria
ganhar o próprio sustento apesar da cegueira que a ameaçava, pois, costurando
consumia seus olhos no trabalho.
De Alicante foi para Múrcia onde os espíritas a receberam de braços
abertos. Permaneceu ali 4 meses convalescendo de uma enfermidade. Como em
Múrcia havia pouco trabalho para ela, em fevereiro de 1876 voltou para Madrid.
A 20 de junho de 1876, convidada pelo Circulo "La Buena
Nueva", foi para Barcelona. Quis iniciar seu trabalho de costureira, mas o
Presidente do Círculo, Luís Llach profetizou-lhe que em 3 meses ficaria cega;
se escrevesse, no entanto, para o Espiritismo teria a visão pelo resto dos seus
dias. Amália não se submeteu e, ao cabo de 3 meses, quase não podia ver.
A 10 de agosto de 1876, mudou-se para a casa de Luís. Convencida da sua
desvalia dedicou-se a escrever para os jornais espíritas. Luís a estimulava
continuamente e foi esse homem generoso que se erigiu em seu protetor, quem a
impulsionou no trabalho doutrinário.
Frequentava o Círculo, nessa época Miguel Vives e, através da sua
mediunidade, Amália recebeu extensa e terna comunicação do Espírito de sua mãe,
cujas palavras levantaram decididamente seu ânimo.
Em breve, revelou-se no Círculo um médium sonâmbulo
notável, Eudaldo, que se tornou companheiro dedicado de Amália e recebeu grande
número das mensagens contidas neste volume.
Em fins de agosto de 1877, Luís Llach pediu-lhe que contestasse um
artigo publicado pelo "Diário de Barcelona" com o nome de "El
mundo de los Espíritus" em que se ridicularizava o Espiritismo chamando-o
de "Monstruosidade".
Amália iniciou a polêmica com a réplica publicada pela "Gaceta de
Cataluna".
Em abril de 1878, instada por Luís, Amália rebateu as críticas ao
Espiritismo feitas por Manuel Lasarte e publicadas pelo "Ateneo
Libre".
Em novembro de 1878, o orador católico Vicente de Manterola iniciou uma
série de conferências combatendo a Doutrina. Amália ia assistir a essas
conferências e refutava seus argumentos pela "Gaceta de Cataluna".
Ao iniciar o ano de 1879, Manterola publicou "El Satanismo o sea,
Ia Cátedra de Satanás, combatida desde Ia Cátedra dei Espíritu Santo —
Refutación de los errores de Ia Escuela Espiritista". Em 5 de março,
Amália começou a refutar sua obra, o que fez em 46 artigos. Esses artigos, e os
anteriores, foram enfeixados pelo editor Juan Torrents que publicou um livro
intitulado "El Espiritismo refutando los errores dei Catolicismo".
Luís Llach e Juan Torrents convenceram Amália a dirigir um jornal
espírita, que pretendiam fundar e, a 22 de maio de 1879, saiu o primeiro número
de "La Luz dei Porvenir". A edição foi denunciada tendo em vista um
artigo redigido por Amália sob o título de "La idea de Dios", sendo a
publicação suspensa por 42 semanas. Todavia, a 12 de junho, saía a publicação
de um novo jornal "El eco de Ia Verdad", que publicou 26 números, até
o reaparecimento de "La Luz dei Porvenir" a 11 de dezembro. Desde
então, o "Luz" foi a grande seara de trabalho da notável pioneira do
Espiritismo espanhol.
A 9 de maio de 1879, pela primeira vez, se manifesta
seu guia espiritual — Padre Germano — através da mediunidade de Eudaldo,
estimulando-a a prosseguir sem desfalecimento.
Em julho de 1880, Luís entregou a Amália 3 volumes de conferências
pronunciadas pelo padre Lianas, que foram refutadas em 15 artigos publicados
pelo "La Luz dei Porvenir" e transcritos pela "Gaceta de
Cataluna".
Em março de 1884, o padre Sallarés deu, na Catedral de Barcelona uma
série de conferências contra o Espiritismo, e Amália combateu seus argumentos
em 10 artigos publicados pelo "Luz" e por "El Dilúvio".
Em fevereiro de 1885, o jesuíta padre Fita falou na Catedral de
Barcelona sobre o Espiritismo e através do "Luz" Amália o refutou em
9 artigos que foram transcritos por "El Dilúvio".
Quando a mediunidade de Eudaldo eclipsou-se, foi ao seu encontro uma
amiga — Maria — cujos dons mediúnicos desabrochavam que se ofereceu para
trabalhar com ela. Através da sua mediunidade, recebeu muitas das páginas
enfeixadas neste livro.
Amália era médium inspirada e, na leitura deste volume, pode-se
identificar, com facilidade, os trabalhos que foram recebidos por ela mesma.
Até os últimos dias, a grande missionária viveu a braços com
enfermidades redentoras e, principalmente, com a cegueira, que foi sua provação
maior.
Os dados que anotamos foram retirados das "Memórias" que
escreveu em vida. Depois de desencarnada, em 10 de julho de 1912, por
intermédio da médium Maria, completou suas memórias narrando suas angústias e
sofrimentos, sua certeza e sua luta.
Amália Domingo Soler, a quem todos nós espíritas devemos uma existência
inteira dedicada ao trabalho de iluminação da Humanidade, desencarnou na
madrugada de 29 de abril de 1909, quando contava 73 anos de idade.
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