O título, “Ninguém pode ver o Reino de
Deus, se não nascer de novo”, refere-se ao capítulo IV de O Evangelho
Segundo o Espiritismo, de Allan Kardec. Os seus subitens são: Ressureição e
Reencarnação — Os Laços de Família são Fortalecidos pela Reencarnação e
Rompidos pela Unicidade de Existência — Instruções dos Espíritos: — Limites de
Encarnação — A Necessidade de Encarnação.
O texto evangélico retrata o problema
da transfiguração em que entram em
cena João Batista, Elias e Jesus. A dúvida
resumia-se no seguinte: É João que ressurgiu dos mortos? É Elias que apareceu? É
um dos antigos profetas que ressuscitou? Daí, a confusão entre ressurreição e reencarnação,
elucidada neste capítulo do Evangelho.
Para que possamos bem entender esta lição,
deveríamos nos debruçar sobre a leis naturais, expostas por Allan Kardec, em O Livro dos Espíritos, as quais nos
orientam a respeito de nossa evolução neste planeta. Assim, o Reino de Deus,
aqui evocado, não é o reino, ou seja, o domínio longínquo pertencente ao rei,
mas o estado de felicidade proporcional ao grau de perfeição adquirida.
O Reino de Deus é um dos pilares da
doutrina de Jesus. Aparece em outras oportunidades: "Buscai primeiro o Reino de Deus e sua justiça." (Mateus, 6,
33); "O reino de Deus não vem com aparência exterior." (Lucas, 17,
20); "O Reino de Deus está no meio de Vós." (Lucas, 17, 21); "Se
a vossa justiça não exceder a dos escribas e fariseus, de modo algum entrareis
no Reino dos Céus." (Mateus, 5, 20); "E Jesus lhe disse: Ninguém, que
lança mão do arado e olha para trás é apto para o reino de Deus." (Lucas,
9, 62)
Esta lição procura, também, desfazer a
confusão dos antigos sobre a ressurreição. Ao usar o termo “ressurreição” eles
tinham a ideia incompleta acerca da ligação do Espírito com o corpo físico. Em outras
palavras, estavam usando "ressurreição" para expressar a ideia de "reencarnação", que
é a volta do Espírito à vida corpórea, mas num outro corpo, sem qualquer espécie
de ligação com o antigo.
Nesta lição, Kardec explica-nos que
segundo a ideia vulgar, a ressurreição supõe o retorno à vida do próprio cadáver, o que
a Ciência demonstra ser materialmente impossível, sobretudo quando os elementos
desse corpo já estão há muito dispersos e consumidos.
Reflitamos, também, sobre a finalidade e a justiça da reencarnação. Quanto à finalidade, a reencarnação pode ser uma prova, uma expiação ou uma missão. Quanto à justiça,
a reencarnação é a única que pode explicar o nosso
futuro e fundamentar as nossas esperanças, pois oferece-nos o meio de
resgatarmos os nossos erros através de novas provas.
Para ingressarmos no Reino de Deus, aprimoremos
os nossos espíritos sob o guante da Lei Natural.
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