12 setembro 2022

Ninguém Pode Ver o Reino de Deus, se não Nascer de Novo

O título, “Ninguém pode ver o Reino de Deus, se não nascer de novo”, refere-se ao capítulo IV de O Evangelho Segundo o Espiritismo, de Allan Kardec. Os seus subitens são: Ressureição e Reencarnação — Os Laços de Família são Fortalecidos pela Reencarnação e Rompidos pela Unicidade de Existência — Instruções dos Espíritos: — Limites de Encarnação — A Necessidade de Encarnação.

O texto evangélico retrata o problema da transfiguração em que entram em cena João Batista, Elias e Jesus.  A dúvida resumia-se no seguinte: É João que ressurgiu dos mortos? É Elias que apareceu? É um dos antigos profetas que ressuscitou? Daí, a confusão entre ressurreição e reencarnação, elucidada neste capítulo do Evangelho.

Para que possamos bem entender esta lição, deveríamos nos debruçar sobre a leis naturais, expostas por Allan Kardec, em O Livro dos Espíritos, as quais nos orientam a respeito de nossa evolução neste planeta. Assim, o Reino de Deus, aqui evocado, não é o reino, ou seja, o domínio longínquo pertencente ao rei, mas o estado de felicidade proporcional ao grau de perfeição adquirida.

O Reino de Deus é um dos pilares da doutrina de Jesus. Aparece em outras oportunidades: "Buscai primeiro o Reino de Deus e sua justiça." (Mateus, 6, 33); "O reino de Deus não vem com aparência exterior." (Lucas, 17, 20); "O Reino de Deus está no meio de Vós." (Lucas, 17, 21); "Se a vossa justiça não exceder a dos escribas e fariseus, de modo algum entrareis no Reino dos Céus." (Mateus, 5, 20); "E Jesus lhe disse: Ninguém, que lança mão do arado e olha para trás é apto para o reino de Deus." (Lucas, 9, 62)

Esta lição procura, também, desfazer a confusão dos antigos sobre a ressurreição. Ao usar o termo “ressurreição” eles tinham a ideia incompleta acerca da ligação do Espírito com o corpo físico. Em outras palavras, estavam usando "ressurreição" para expressar a ideia de "reencarnação", que é a volta do Espírito à vida corpórea, mas num outro corpo, sem qualquer espécie de ligação com o antigo.

Nesta lição, Kardec explica-nos que segundo a ideia vulgar, a ressurreição supõe o retorno à vida do próprio cadáver, o que a Ciência demonstra ser materialmente impossível, sobretudo quando os elementos desse corpo já estão há muito dispersos e consumidos.

Reflitamos, também, sobre a finalidade e a justiça da reencarnação. Quanto à finalidade, a reencarnação pode ser uma prova, uma expiação ou uma missão. Quanto à justiça, a reencarnação é a   única que pode explicar o nosso futuro e fundamentar as nossas esperanças, pois oferece-nos o meio de resgatarmos os nossos erros através de novas provas.

Para ingressarmos no Reino de Deus, aprimoremos os nossos espíritos sob o guante da Lei Natural.

 

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