Na semana em que se comemora a Paixão de Cristo, costuma-se "malhar o Judas". Geralmente, as pessoas o fazem inconscientemente, movidas mais pelos costumes do que pelo fato em si. O Irmão X, no capítulo 5 ("Judas Iscariotes"), do livro Crônicas de Além-Túmulo, pela psicografia de Chico Xavier, mostra-nos o erro que cometemos, pois não levamos em conta a atuação do tempo na evolução do Espírito.
Judas, explicando o ocorrido, diz: "Jesus estava entre essas forças antagônicas com a sua pureza imaculada. Ora, eu era um dos apaixonados pelas idéias socialistas do Mestre, porém o meu excessivo zelo pela doutrina me fez sacrificar o seu fundador. Acima dos corações, eu via a política, única arma com a qual poderia triunfar e Jesus não obteria nenhuma vitória. Com as suas teorias nunca poderia conquistar as rédeas do poder já que, no seu manto de pobre, se sentia possuído de um santo horror à propriedade. Planejei então uma revolta surda como se projeta hoje em dia na Terra a queda de um chefe de Estado. O Mestre passaria a um plano secundário e eu arranjaria colaboradores para uma obra vasta e enérgica como a que fez mais tarde Constantino Primeiro, o Grande, depois de vencer Maxêncio às portas de Roma, o que aliás apenas serviu para desvirtuar o Cristianismo. Entregando, pois, o Mestre, a Caifás, não julguei que as coisas atingissem um fim tão lamentável e, ralado de remorsos, presumi que o suicídio era a única maneira de me redimir aos seus olhos".
29 fevereiro 2012
Judas Iscariotes e a Paixão de Cristo
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