O Espírito Humberto de Campos (Irmão X), no capítulo 12 (“Espiritismo e
Divulgação”), do livro Cartas e Crônicas, psicografado
por Francisco Cândido Xavier, relata o caso de Joaquim Mota, espírita de
convicção desde a primeira mocidade.
Era espírita, sem a preocupação de militância. Como
perdera um amigo, Licínio Fonseca, sentiu-se muito triste e desolado, pedindo,
em prece, a possibilidade de ter com o amigo no plano espiritual. O pedido foi
concedido.
Os dois conversaram por longo tempo a respeito da
imortalidade da alma, da lei de ação e reação, da necessidade de ajudar ao
próximo...
Num dado momento da conversa.
— Mota! Mota! Ouça!...
Você está certo de que a vida aqui é a continuação do que deixamos e fazemos? já
se convenceu de que todos os recursos do plano físico são empréstimos do
Senhor, para que venhamos a fazer todo o bem possível e que ninguém, depois da
morte, consegue fugir de si mesmo?...
— Sim, sim...
Nesse instante, porém, Licínio desvairou-se.
Passeou pelo recinto o olhar repentinamente esgazeado, fêz instintivo movimento
de recuo e bradou:
— Fora daqui, embusteiro, fora daqui!...
O visitante, dolorosamente surpreendido, tentou
apaziguá-lo:
— Licínio, meu amigo, que vem a ser isso? acalme-se,
acalme-se... — Sou eu, Joaquim Mota, seu companheiro do dia-a-dia...
— Nunca! Embusteiro, mistificador!... Se
ele conhecesse as realidades que você confirma, jamais me teria deixado no
suplício da ignorância... Meu amigo Joaquim Mota é como eu, enganado nas
sombras do mundo... Ele foi sempre o meu melhor irmão!... Nunca, nunca
permitiria que eu chegasse aqui, mergulhado em trevas!...
Nenhum comentário:
Postar um comentário