O caminho é o símbolo expressivo da vida humana. Representa uma
incessante caminhada da infância à juventude, desta para a maturidade e da
maturidade para a velhice. Há o caminho rústico do homem do campo e o caminho
apressado do homem citadino. Podemos caminhar por ruas, avenidas e praças. Nos campos,
as estradas estão vazias; nas cidades, superlotadas.
Tomar um caminho velho, aberto pelas gerações anteriores, é aproveitar
as suas experiências, as quais podem nos desviar dos erros que já cometeram. A navegação
mostra-se mais suave que na terra, mas tem também os seus percalços, ou seja,
as tormentas do alto mar. Psicologicamente, podemos falar do caminho interior,
em que cada um faz a sua própria caminhada.
Do ponto de vista religioso, o que conta é o aproveitamento moral da existência.
Nesse sentido, há o bom e o mau caminho. O bom caminho exige esforço, dedicação, persistência para entrar pela porta estreita; o mal, que se fundamenta no comodismo, pode nos
levar aos vícios de toda espécie. O caminho é meio, a meta é a salvação. O caminho por
excelência do cristão é caminhar com Cristo, que nos leva ao Pai. Jesus não só nos ensina o caminho, como nos faz encontrar com o Pai.
O caminho nos faz lembrar da estrada real, que significa a via direta, a
via reta, que está em oposição aos caminhos tortuosos. Vejamos o que Fílon de
Alexandria diz a respeito: "Entremos
na estrada real, nós que achamos que é preciso abandonar as coisas da terra,
nessa estrada real da qual nenhum homem é senhor, somente aquele que é
verdadeiramente rei... Aquele que viajar pela estrada real não sentirá fadiga
até o seu encontro com o rei". Baseando-se nessa estrada real é que Cristo
disse: "eu sou o caminho, a verdade e a vida".
A estrada real da santa cruz, de que nos reporta o Evangelho, é tomar cada
um a sua cruz, e com ela caminhar ao reino do céu. Tomas A. Kempis, em Imitação do Cristo, diz-nos que: “Na cruz
está a salvação, na cruz a vida, na cruz o amparo contra os inimigos, na cruz a
abundância da suavidade divina, na cruz a fortaleza do coração, na cruz o
compêndio das virtudes, na cruz a perfeição da santidade”. Complementa que
somente os que tomam a sua cruz e seguem a jesus entrarão na vida eterna.
Que o nosso caminho seja o verdadeiro caminho da salvação de nossa alma.
Complemento (27/01/2018)
Imagine que no caminho da vida haja uma floresta. Estamos no meio dela, perdidos, sem mentores ou amigos, mas temos que caminhar, pois parados não podemos ficar, em vista de irmos contra a Lei do Progresso, que é inexoravelmente compulsória.
Dado um primeiro passo, esboçando um desejo de caminhar, uma vontade de progredir, não resta dúvida: os Espíritos de luz estarão prontos para nos ajudar. Além do mais, a falta de esforço atrofia a nossa inteligência, paralisa o nosso cérebro, criando ao redor de nós uma aura de fracasso e desilusão.
No caminho da vida, temos que sair das trevas e nos direcionarmos para a luz. Treva pode facilmente ser simbolizada pela ignorância. A ignorância não nos permite uma ação além de nossa limitação, limitação essa que vai nos cegando pouco a pouco. Sejamos como a borboleta que saiu do casulo.
Saibamos ouvir as mensagens dos Espíritos de luz. Esses toques do Evangelho podem ser a luz de um palito de fósforo, mas é uma luz no meio das trevas.
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