"Toda
organização necessita de normas para sobreviver."
O preço tácito para
pertencer a um grupo é adequar-se às suas normas. Às vezes, para o bem da
organização, somos obrigados a ignorar o que está errado. Motivo: as pessoas
são imperfeitas. Por que se estabelecem leis, normas, diretrizes? Para que se
tenha um norte, uma meta, para que todos saibam o que pode e o que não pode ser
feito.
Nem todos, porém,
pensam assim. Alguns acham que a regra estabelecida não é a ideal. Começam a
alterar uma coisa aqui, outra ali, outra acolá. Assim, pouco a pouco, vão
descaracterizando toda a estrutura da Entidade. O Centro dentro do
Centro resume este pensamento, ou seja, existe o Centro Espírita como
organização, mas há também outros Centros paralelos, funcionando com as suas
próprias normas.
Alguns dirigentes de
trabalho – nos Centros dentro do Centro – centralizam as ações em torno do seu
nome. Eles até dizem: “meu grupo”, “meus colaboradores”, “minha equipe”. Esta
postura aumenta ainda mais o seu poder sobre o grupo. Os seus colaboradores
ficam de tal maneira submissos, que nada mais fazem sem a ordem explícita do
chefe. Como em tudo é obedecido, acaba se achando “o tal”, o que pode levá-lo a
um processo de fascinação.
O que se entende
por fascinação? De acordo com Allan kardec, em O Livro dos
Médiuns, é “uma ilusão produzida pela ação direta do Espírito sobre o
pensamento do médium e que, de certa maneira, lhe paralisa o raciocínio,
relativamente às comunicações”. O médium fascinado não acredita que o estejam
enganando: o Espírito obsessor age sutilmente. Ele vai minando a vontade do
médium, até tê-lo em suas mãos. O Espírito obsessor geralmente procura um
médium, que é líder, para poder aumentar o seu poder sobre ele e sobre todos os
outros médiuns que estão sob a sua chefia.
Quais são as consequências
para o Centro como um todo? Começamos a notar o aparecimento de rusgas,
discussões, comportamento não condizente com o ambiente espiritual superior
etc. Detectado o problema, o Dirigente do Centro Espírita, legalmente
constituído, deve envidar todos os esforços para combater o mal pela raiz.
Deixando-o crescer, o falso acaba por se tornar verdadeiro, e, depois de
enraizado no cerne da organização, não o conseguirá demovê-lo com facilidade.
Lembremo-nos de que o
Centro Espírita é um teorizador de virtudes, pois prega a mudança
comportamental (para melhor) de seus frequentadores. A recomendação de Jesus
vem bem a calhar: “Orai e vigiai para não cairdes em tentaçaõ”.
Um comentário:
Sr. Sérgio, boa noite.
Muito oportuno o texto Centro dentro do Centro. É o artigo que estávamos procurando e gostaria de ter sua permissão para publicá-lo em nosso Jornalzinho. Fazemos parte de uma associação espírita e estamos criando nosso Informativo Espiritual e estamos abrangendo este assunto. Caso autorize, os créditos serão mencionados.
Obrigado e aguardo.
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