O que significa a palavra criação? Quem é que cria?
Lavoisier já nos dizia que "Nada se cria, tudo se transforma". A
palavra criação presta-se a muitos significados: criação
artística, referindo-se a uma obra de arte; criação de filhos,
para explicitar a educação materna; criação mental, para evocar o
surgimento de novas ideias. Aqui, neste artigo, a criação refere-se
à origem do Universo.
A criação é um mistério que atravessa os séculos. O
ser humano, incapaz de lhe dar uma resposta satisfatória, vale-se dos mitos. O
mito significa uma fábula arquitetada pela fantasia humana para personificar
entidades do espírito ou da natureza. Muitos deles tentam explicar a origem do
mundo. Nesse sentido, há os mitos com Criação e os mitos sem Criação.
Nos mitos com Criação, parte-se de um marco zero, e elege-se um Criador (Deus,
Jeová, Maomé); nos sem Criação, parte-se da hipótese de que o
Universo é eterno.
O "mito com Criação"
está descrito em Gênesis, 1,1 a 5: "No princípio Deus criou o
céu e a terra. A terra, porém, estava informe e vazia, e as trevas cobriam a
face do abismo, e o Espírito de Deus movia-se sobre as águas. E Deus disse:
exista luz. E a luz existiu. E deus viu que a luz era boa; e separou a luz das
trevas. E chamou à luz dia, e às trevas noite. E fez-se tarde e manhã: o
primeiro dia". Um exemplo de um mito sem Criação é o
Universo pulsante do hinduísmo, no qual a Criação surge e ressurge ciclicamente
através da dança do deus Xiva.
Como vimos acima, a revelação
judaico-cristã afirma que Deus é o Criador. Deus fez o universo surgir do
nada (ex nihilo) por sua livre vontade. O nada significa que não havia
nenhuma matéria preexistente. No Gênese, primeiro livro de Moisés,
é relatado o modo como Deus criou o Mundo. Ali está expresso o que aconteceu
nos seis dias de criação. Há o aparecimento das trevas, do céu, do mar, das
plantas, dos animais e do homem. Este relato é considerado mitológico e
antropomórfico, pois trata Deus como um ser humano (ceramista) que, através de
suas mãos, modela Adão e Eva, o primeiro casal da Terra.
Para a Ciência, a vida é o resultado de
uma complexa evolução que durou uma centena de milhões de anos. Para explicar o
seu começo, estabelece algumas hipóteses. Dentre elas, a mais aceite pelos
cientistas é a de que a vida se originou a partir da formação do protoplasma,
matéria elementar das células vivas. O protoplasma evolui para as bactérias,
vírus, amebas, algas, plantas, animais até chegar à formação do homem. É
importante salientar que as ciências experimentais podem estudar a evolução do
Cosmo e formação dos Mundos, mas está fora do processo rigorosamente científico
a ideia da criação.
A filosofia, a ciência e a religião não nos
oferecem uma explicação satisfatória. E o Espiritismo? Para o Espiritismo,
a vida também é o resultado desta complexa evolução comprovada pela Ciência.
Allan Kardec em A Gênese, André Luiz em Evolução em Dois
Mundos e Emmanuel em A Caminho da Luz atestam para a
formação da camada gelatinosa, depois das altas temperaturas e resfriamento
pelo qual passou o nosso planeta, na época de sua constituição, há cinco
bilhões de anos. Há o aparecimento do protoplasma e toda a cadeia evolutiva. A
diferença entre Ciência e Espiritismo é que o segundo faz intervir a ação dos
Espíritos no processo de evolução.
Respeitemos todos os esforços da Humanidade para
desvendar os mistérios da natureza. Contudo, reflitamos um pouco mais sobre as
explicações dadas pelos Espíritos superiores, que estão sumamente interessados
em ampliar o nosso conhecimento, a fim de que possamos melhor servir o Cristo.
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