Os Vedas - do sânscrito, conhecimento, saber sagrado, ou Livros da
Sabedoria, são a mais antiga literatura religiosa da Índia. É base
para o bramanismo, hinduísmo e, indiretamente, o budismo. Os primeiros livros
surgiram aproximadamente há 1500 a.C. Esses livros representam a fixação
escrita dos ensinos orais repetidos ao longo do tempo. Por isso, são também
conhecidos por Shruti (ensino oral). Admitiam 33 deuses, divididos em 3
grupos de 11, ocupando o Alto Céu, a Atmosfera e a Terra.
Veda é a sabedoria que se adquire por meio do ouvido, não pelos
olhos. Em lugar de "está escrito", usa-se o "está ouvido". As
principais coleções de textos podem ser assim divididas: o Rigveda
(o livro das orações e dos hinos) [parte mais antiga], o Yajurveda (o
livro das fórmulas de consagração), o Samaveda (o livro dos cânticos) e o Atarveda (um livro de encantamentos mágicos e especulação filosófica).
O componente
filosófico dos Vedas está contido nos Upanixades. Os Upanixades (sânscr. upanisad, o ato
de algo que se senta) são parte das escrituras Shruti hindus, que
discutem meditação e filosofia, e que a maioria das escolas do hinduísmo
consideram-nos como instruções religiosas. Constituem, também, o principal
comentário filosófico original às escrituras hindus. 12 de seus 123 livros são
considerados básicos por todos os hinduístas. Vedanta é a escola filosófica
hindu interessada em proteger a verdade literal dos Upanixades.
O deus
principal dos Vedas é Brama, ao qual associaram uma divindade conservadora
(Vixinu) e outra destruidora (Xiva), cuja trindade denominou-se Trimúrti. Desta
trindade, originou-se o regime de castas: da cabeça de Brama saíram os brâmanes
(sacerdotes e reis); do braço, os xátiras (guerreiros); da coxa, os vaicias
(negociantes e industriais) e dos pés, sudras (servidores). Abaixo de todas
elas havia ainda a dos párias, que não podiam morar nas cidades, nem manter
relações de quaisquer espécies com os membros das demais castas.
O sacrifício
tem destaque relevante no Vedismo. Como acreditam que os mortos têm necessidade
de alimentos para sobreviver, os deuses também; por isso, com a ajuda do fogo,
celebram sacrifícios em seu louvor, e que lhes vertam o soma, licor da
imortalidade. O sacrifício mantém os deuses; o sacrifício criou os deuses.
Assim, é o ato que criou o ser. Este sacrifício, por meio dos deuses, permite
satisfazer os desejos humanos: sobrevivência, longevidade, riqueza,
descendência masculina. A salvação é a salvação pelo sacrifício.
Fonte de
Consulta
BLACKBURN,
Simon. Dicionário Oxford de Filosofia. Consultoria da edição brasileira,
Danilo Marcondes. Tradução de Desidério Murcho ... et al. Rio de Janeiro: Zahar,
1997.
CHALLAYE, F. As Grandes Religiões. São Paulo: Ibrasa, 1981.
EDIPE - ENCICLOPÉDIA DIDÁTICA DE INFORMAÇÃO E PESQUISA EDUCACIONAL. 3. ed. São Paulo: Iracema, 1987.
Nenhum comentário:
Postar um comentário