O capítulo
27 — “Pedi e obtereis”, de O Evangelho
Segundo o Espiritismo, trata dos seguintes tópicos: Condições
da Prece — Eficácia da Prece — Ação da Prece. Transmissão do Pensamento —
Preces Inteligíveis — Da Prece pelos Mortos e pelos Espíritos Sofredores —
Instruções dos Espíritos: — Modo de Orar — Ventura da Prece
Condições
da prece. Quando orarmos não devemos nos colocar em evidência. O correto é
orarmos sem fingimento e sem muitas palavras, mas pela sinceridade delas.
“Antes de orar, se tiverdes qualquer coisa contra alguém, perdoai-a, porque a
prece não poderia ser agradável a Deus, se não partisse de um coração
purificado de todo sentimento contrário à caridade”.
Eficácia de prece. A eficácia
da prece resume-se em pedir confiança, coragem, paciência e resignação. Diante
de nossa rogativa, a divindade nos concederá os meios de nos livramos das
dificuldades.
Ação da prece. A ação da prece
se realiza pela transmissão do pensamento, seja quando o ser a quem oramos
atende ao nosso apelo, seja quando o nosso pensamento eleva-se a ele.
Preces inteligíveis. Como ligar
o pensamento àquilo que não se compreende? É impossível, pois o que não se
compreende não pode tocar o coração.
Espíritos sofredores. Os
Espíritos sofredores ao verem que são lembrados, sentem-se menos abandonados e
menos infelizes. “Mas a prece tem sobre eles uma ação mais direta: reergue-se a
coragem, excita-lhes o desejo de se elevarem, pelo arrependimento e a
reparação, e pode desviá-los do pensamento do mal”.
Modo de orar. A prece do
religioso deve ser feita — com humildade e profundeza — no momento em que o
Espírito retoma o jugo da carne. Esta prece deve encerrar o pedido das graças
do que realmente necessitamos.
Ventura da prece. Santo
Agostinho elabora um trecho poético sobre essa ventura, mostrando-nos que, por
meio da prece, nossa alma se encaminha para lugares harmoniosos e felizes. Eis
como está posta no livro.
Vinde,
todos vós que desejais crer. Acorrem os Espíritos celestes, e vêm anunciar-vos
grandes coisas! Deus, meus filhos, abre os seus tesouros, para vos distribuir
os seus benefícios. Homens incrédulos! Se soubésseis como a fé beneficia o
coração, e leva a alma ao arrependimento e à prece! A prece. Ah! Como são
tocantes as palavras que se desprendem dos lábios na hora da prece! Porque a
prece é o orvalho divino, que suaviza o excessivo calor das paixões. Filha
predileta da fé, leva-nos ao caminho que conduz a Deus. No recolhimento e na
solidão, encontrai-vos com Deus; e para vós o mistério se desfaz, porque Ele se
revela. Apóstolos do pensamento, a verdadeira vida se abre para vós! Vossa alma
se liberta da matéria e se lança pelos mundos infinitos e etéreos, que a pobre
Humanidade desconhece.
Marchai, marchai, pelos caminhos
da prece, e ouvireis a voz dos Anjos! Que harmonia! Não são mais os ruídos
confusos e as vozes gritantes da Terra. São as liras dos Arcanjos, as vozes
doces e meigas dos Serafins, mais leves que as brisas da manhã, quando brincam
nas ramagens dos vossos arvoredos. Com que alegria então marchais! Vossa
linguagem terrena não poderá exprimir jamais essa ventura, que vos impregna por
todos os poros, tão viva e refrescante é a fonte em que bebemos através da
prece! Doces vozes, inebriantes perfumes, que a alma ouve e aspira, quando se
lança, pela prece, a essas esferas desconhecidas e habitadas! São divinas todas
as aspirações, quando livres dos desejos carnais. Vós também, como o Cristo,
orai, carregando a vossa cruz para o Gólgota, para o vosso Calvário. Levai-a, e
sentireis as doces emoções que lhe passavam pela alma, embora carregasse o
madeiro infamante. Sim, porque ele ia morrer, mas para viver a vida celestial,
na morada do Pai!
Fonte de Consulta
Capítulo XXVII — "Pedi e
Obtereis", de O
Evangelho Segundo o Espiritismo
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