10 dezembro 2024

Charlatanismo e Prestidigitação

O Capítulo 28 — “Charlatanismo e Prestidigitação”, de O Livro dos Médiuns, de Allan Kardec, trata dos médiuns interesseiros e das fraudes.  

Charlatanismo. É a prática de alguém que, de má fé, propaga a cura de doenças por meio de métodos secretos ou infalíveis, sem respaldo científico. O crime está previsto no artigo 283 do Código Penal e a pena é de detenção de três meses a um ano, além de multa. Prestidigitação. A palavra "prestidigitação" tem origem no francês prestidigitation. Significa "arte de prestidigitador; agilidade de mãos". A prestidigitação é uma técnica ou arte que consiste em iludir o espectador com truques que dependem da agilidade, especialmente das mãos. Alguns sinônimos de prestidigitação são: Ilusionismo, Mágica, Manigância, Manobra, Passe-passe, Prestigio. 

Em se tratando do charlatanismo e da prestidigitação, é necessário averiguar se o médium agiu com ou sem interesse próprio.  Que motivo teriam as pessoas que praticassem a mistificação sem nenhuma vantagem?

No exercício da mediunidade, devemos ter muito cuidado, pois a faculdade mediúnica é concedida para a prática do bem. Nesse caso, Espíritos bons podem se afastar dos médiuns que pretendem usar essa faculdade como meio para alcançar qualquer coisa contrária aos desígnios da Previdência. Egoísmo, cupidez, orgulho e prepotência são os alvos que devemos combater em nós mesmos.

Espíritos inferiores gostam de mistificar, mas não gostam de ser mistificados. Se espontaneamente se entregam a brincadeiras e aos caprichos da curiosidade, por gostarem de se divertir, não lhes agrada servir de passatempo aos outros nem de comparsas para ganhar dinheiro. Observe que a prestidigitação poderia ser praticada como passatempo em reuniões improvisadas e frívolas, mas nunca em assembleias sérias em que só se admitem pessoas honestas.

Sobre o médium pago. Muito se desconfia dele, porque o abuso provém entre os médiuns pagos e não aqueles que se dedicam a servir a causa cristã. Há que se considerar, também, nem todo médium pago é nocivo. Depende muito de seu caráter e seus objetivos. Os Espíritos bons julgam mais a intenção do que o fato material.

A fraude tem sempre uma finalidade, algum interesse material. Onde nada se tem a ganhar, não há nenhum interesse em enganar. Por isso dissemos, a propósito dos médiuns mercenários, que melhor de todas as garantias é um desinteresse absoluto.

De todos os fenômenos espíritas, os de efeitos físicos são mais propensos à fraude. Primeiro, porque se dirigem mais aos olhos do que à inteligência, são os que os prestidigitação mais facilmente pode imitar. Segundo, porque despertam curiosidade mais do que os outros e são mais apropriados a atrair multidão e consequentemente mais produtivos.

 

 

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