O Capítulo 28 — “Charlatanismo
e Prestidigitação”, de O Livro dos Médiuns, de Allan Kardec, trata dos médiuns interesseiros
e das fraudes.
Charlatanismo. É a prática de alguém que, de má fé, propaga a cura de doenças por
meio de métodos secretos ou infalíveis, sem respaldo científico. O crime está
previsto no artigo 283 do Código Penal e a pena é de detenção de três meses a
um ano, além de multa. Prestidigitação.
A palavra "prestidigitação" tem origem no francês prestidigitation.
Significa "arte de prestidigitador; agilidade de mãos". A
prestidigitação é uma técnica ou arte que consiste em iludir o espectador com
truques que dependem da agilidade, especialmente das mãos. Alguns sinônimos de
prestidigitação são: Ilusionismo, Mágica, Manigância, Manobra, Passe-passe,
Prestigio.
Em se tratando do
charlatanismo e da prestidigitação, é necessário averiguar se o médium agiu com
ou sem interesse próprio. Que motivo teriam as pessoas que
praticassem a mistificação sem nenhuma vantagem?
No exercício da
mediunidade, devemos ter muito cuidado, pois a faculdade mediúnica é concedida
para a prática do bem. Nesse caso, Espíritos bons podem se afastar dos médiuns
que pretendem usar essa faculdade como meio para alcançar qualquer coisa
contrária aos desígnios da Previdência. Egoísmo, cupidez, orgulho e prepotência
são os alvos que devemos combater em nós mesmos.
Espíritos inferiores
gostam de mistificar, mas não gostam de ser mistificados. Se espontaneamente se
entregam a brincadeiras e aos caprichos da curiosidade, por gostarem de se
divertir, não lhes agrada servir de passatempo aos outros nem de comparsas para
ganhar dinheiro. Observe que a prestidigitação poderia ser praticada como
passatempo em reuniões improvisadas e frívolas, mas nunca em assembleias sérias
em que só se admitem pessoas honestas.
Sobre o médium pago. Muito
se desconfia dele, porque o abuso provém entre os médiuns pagos e não aqueles
que se dedicam a servir a causa cristã. Há que se considerar, também, nem todo
médium pago é nocivo. Depende muito de seu caráter e seus objetivos. Os
Espíritos bons julgam mais a intenção do que o fato material.
A fraude tem sempre
uma finalidade, algum interesse material. Onde nada se tem a ganhar, não há
nenhum interesse em enganar. Por isso dissemos, a propósito dos médiuns
mercenários, que melhor de todas as garantias é um desinteresse absoluto.
De todos os fenômenos
espíritas, os de efeitos físicos são mais propensos à fraude. Primeiro, porque
se dirigem mais aos olhos do que à inteligência, são os que os prestidigitação
mais facilmente pode imitar. Segundo, porque despertam curiosidade mais do que
os outros e são mais apropriados a atrair multidão e consequentemente mais
produtivos.
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