Livre-Arbítrio — quer dizer o juízo livre, é a capacidade de
escolha pela vontade humana entre o bem e o mal, entre o certo e o errado,
conscientemente conhecidos. Diz-se que é fatal ou
sucedido ou a suceder-se, marcado pelo destino, portanto, do que,
necessariamente, tem de acontecer, ou necessariamente aconteceu.
De acordo com Allan Kardec, na pergunta 851
de O Livro dos Espíritos, a fatalidade não existe senão para a
escolha feita pelo Espírito, ao encarnar-se, de sofrer esta ou aquela prova
física; ao escolhê-la, ele traça para si uma espécie de destino, que é a
própria consequência da posição em que se encontra. No tocante às
provas morais e às tentações, o Espírito, conservando o seu livre-arbítrio
sobre o bem e o mal, é sempre senhor de ceder ou resistir. Observe que a
palavra fatalidade aqui usada tem mais o sentido de determinismo do que de
fatalidade propriamente dita.
Nesse sentido, o Espírito Emmanuel, nas perguntas
132 a 139 de O Consolador, retrata as relações entre o determinismo
divino e o livre-arbítrio da seguinte forma: Diz-nos que esses dois termos
coexistem na vida, sendo o primeiro absoluto nas mais baixas camadas evolutivas
e o segundo ampliando-se com os valores da educação e da experiência. É
justamente essa ampliação do livre-arbítrio que dá ao ser humano as noções mais
acuradas do que seja o bem e o mal, do justo e do injusto, no sentido de lhe
ampliar as responsabilidades por suas ações em sociedade. Quer dizer, quanto
mais sabemos, mais podemos saber, mas em contrapartida, mais aumenta o número
de coisas que devemos evitar.
O ser humano, em cada uma de suas ações, está
criando o seu próprio destino. O fato é mais ou menos intuitivo. Se escolho uma
boa ação, crio um clima para mais boas ações no futuro; se escolho uma má ação,
crio um ambiente negativo para outras ações no futuro. Nesse sentido, o fator
educativo, que é a mudança de hábitos e atitudes, é de fundamental importância
para modificar o determinismo de nossa ações futuras.
&&&
"Eis porque a Doutrina Espírita fulge, da
atualidade, diante da mente humana, auxiliando-nos a descobrir os Estatutos
Divinos, funcionando em nós próprios, no foro da consciência, a fim de
aprendermos, que a liberdade de fazer o que se quer está condicionada, à
liberdade de fazer o que se deve". (Capítulo 7 - "Ante o
livre-arbítrio", do livro "O Livro da Esperança", pelo Espírito
Emmanuel, psicografia de Francisco Cândido Xavier)
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