17 agosto 2011

Livre-Arbítrio e Fatalidade

Livre-Arbítrio — quer dizer o juízo livre, é a capacidade de escolha pela vontade humana entre o bem e o mal, entre o certo e o errado, conscientemente conhecidos. Diz-se que é fatal ou sucedido ou a suceder-se, marcado pelo destino, portanto, do que, necessariamente, tem de acontecer, ou necessariamente aconteceu.

De acordo com Allan Kardec, na pergunta 851 de O Livro dos Espíritos, a fatalidade não existe senão para a escolha feita pelo Espírito, ao encarnar-se, de sofrer esta ou aquela prova física; ao escolhê-la, ele traça para si uma espécie de destino, que é a própria consequência da posição em que se encontra. No tocante às provas morais e às tentações, o Espírito, conservando o seu livre-arbítrio sobre o bem e o mal, é sempre senhor de ceder ou resistir. Observe que a palavra fatalidade aqui usada tem mais o sentido de determinismo do que de fatalidade propriamente dita. 

Nesse sentido, o Espírito Emmanuel, nas perguntas 132 a 139 de O Consolador, retrata as relações entre o determinismo divino e o livre-arbítrio da seguinte forma: Diz-nos que esses dois termos coexistem na vida, sendo o primeiro absoluto nas mais baixas camadas evolutivas e o segundo ampliando-se com os valores da educação e da experiência. É justamente essa ampliação do livre-arbítrio que dá ao ser humano as noções mais acuradas do que seja o bem e o mal, do justo e do injusto, no sentido de lhe ampliar as responsabilidades por suas ações em sociedade. Quer dizer, quanto mais sabemos, mais podemos saber, mas em contrapartida, mais aumenta o número de coisas que devemos evitar. 

O ser humano, em cada uma de suas ações, está criando o seu próprio destino. O fato é mais ou menos intuitivo. Se escolho uma boa ação, crio um clima para mais boas ações no futuro; se escolho uma má ação, crio um ambiente negativo para outras ações no futuro. Nesse sentido, o fator educativo, que é a mudança de hábitos e atitudes, é de fundamental importância para modificar o determinismo de nossa ações futuras.

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"Eis porque a Doutrina Espírita fulge, da atualidade, diante da mente humana, auxiliando-nos a descobrir os Estatutos Divinos, funcionando em nós próprios, no foro da consciência, a fim de aprendermos, que a liberdade de fazer o que se quer está condicionada, à liberdade de fazer o que se deve". (Capítulo 7 - "Ante o livre-arbítrio", do livro "O Livro da Esperança", pelo Espírito Emmanuel, psicografia de Francisco Cândido Xavier)

 

  

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