17 agosto 2011

Verdadeira Desgraça

Desgraça significa desdita, infortúnio, infelicidade, caso triste, lastimável. O tema – "A Verdadeira Desgraça" – foi extraído do item 24 do capítulo V de O Evangelho Segundo o Espiritismo, em que são tratados os problemas da aflição humana e suas consequências, tanto nesta como em outras existências.

Se existe a verdadeira desgraça haverá também a falsa. Sobre esta sentença, o Espírito Delphine de Girardin tece alguns comentários. Acha ele que os homens de uma maneira geral enganam-se acerca da infelicidade, pois a vêm no fogão sem lume, no credor ameaçador, no berço vazio do anjo que sorria, nas lágrimas, no féretro que se acompanha de cabeça descoberta e de coração partido, na angústia da traição, na nudez do orgulhoso que gostaria de se cobrir de púrpura etc. Eles se esquecem de que toda a ação humana deve ser vista pela sua consequência e não por ela em si mesma.

Geralmente, vemos a desgraça: 1) na miséria, que é um estado habitual de privação de bens supérfluos, de bens necessários à condição social e de bens necessários à vida; 2) nos furacões e terremotos; 3) nos atentados à vida. São as guerras, as investidas terroristas, o fundamentalismo belicoso. 

Os Espíritos superiores orientam-nos para que não olhemos os fatos em si mesmos, mas pelas suas consequências. Se a consequência for boa é porque o ato também o foi, embora no princípio não o pareça. Observe as tempestades que assolam as cidades e os campos. Enquanto elas estão se processando, estamos reclamando e nos rebelando contra a vontade divina. Depois que ela passa, verificamos que estamos respirando melhor, que houve um saneamento no planeta. Somente aí é que começamos ver o lado bom daquela destruição transitória. Se bom, teremos as recompensa do bem; se mal, as recompensas do mal.

Os Espíritos de luz afirmam que a verdadeira desgraça é a alegria, a fama, o prazer e a vã agitação. Como entender? É que essas ações fazem calar a consciência, roubando-nos o tempo que poderia estar sendo mais bem aproveitado no incremento de nossa evolução espiritual. A infelicidade é o ópio do esquecimento que reclamamos diariamente. É preciso, pois, olhar tudo de uma forma invertida, a fim de que possamos captar a verdade por detrás dos fatos.

Saibamos agradecer as injunções de nosso caminho. Se julgarmos que a nossa desgraça é maior que a dos nossos vizinhos, façamos um visita a um hospital, a uma prisão e veremos que a nossa dor não é tão grande quanto parece.


 

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