Allan Kardec costumava dizer que, antes de falarmos do
espírito, deveríamos preparar a mente do ouvinte para tal realidade. Na época,
e ainda hoje, muitos ainda não têm uma ideia clara do que seja o espírito.
Pessoas, letradas ou não, temem quando falamos que ao redor de nós há muitas
testemunhas.
O professor Dr. Ari Lex costumava dizer em suas palestras, principalmente
aquelas que se referiam à pureza doutrinária, que a essência da doutrina, ou
seja, os livros básicos da codificação, seria o arroz e feijão. As mensagens e
os romances eram classificados como sobremesa. Quer dizer, podemos muito bem passar sem a sobremesa; contudo, se o arroz e o feijão faltarem em nossa refeição diária, possivelmente teremos alguns problemas de saúde.
Quais seriam esses livros básicos? E os complementares? As Obras Básicas são: O Livro dos Espíritos (1857), O Livro dos Médiuns (1861), O Evangelho Segundo o Espiritismo (1864), O Céu e o Inferno (1865) e A Gênese (1868). Entre as Obras Complementares estão
os escritos de Gabriel Delanne, Léon Denis, Camille Flammarion, J. Herculano
Pires e Edgar Armond. Incluem-se, também, as obras mediúnicas de Francisco
Cândido Xavier, Divaldo Pereira Franco e outros.
O divulgador do Espiritismo deve tomar o devido
cuidado em separar o que é doutrinário daquilo que não o é. Falamos
naturalmente sobre os "chacras", o "corpo astral", o
"fogo serpentino" e o "carma" sem nos darmos conta de que
essas palavras foram extraídas da filosofia esotérica. Anotemos uma observação do professor Ari
Lex: para o termo "aura" ele sugeria que usássemos o
termo "atmosfera psíquica".
Importa, mais do que tudo, abrir a mente de quem nos ouve. O Espiritismo é um libertador de consciência. E não podemos, com o nosso verbo
falado ou escrito, prejudicar as pessoas que buscam esses novos conhecimentos doutrinários.
Somos apenas os intermediários, mas se não nos portarmos adequadamente,
podemos acarretar problemas para nós mesmos e para compreensão da sã doutrina.
Caso estejamos iniciando alguém no aprendizado espírita,
convém sempre ir revelando aos poucos os conhecimentos espirituais, tal como Jesus fazia com os seus apóstolos.