27 outubro 2021

Resumo das Obras de Léon Denis

Cristianismo e Espiritismo (Christianisme et Spiritisme), Paris, 1898.

Descrição: Neste livro o autor responde aos ataques costumeiros do clero romano, tenta com sucesso projetar sobre o Evangelho o clarão dessa luz secreta, na qual resplende a sublime figura de Jesus de Nazaré.

Depois da Morte (Après la Mort), Paris, 1889.

Descrição: Depois da Morte, fixa em primeiro lugar o ensinamento kardecista, depois de a respeito apresentar uma síntese poderosa. Livro verdadeiramente inspirado, onde a forma reveste a ideia de modo magnífico.

Giovanna (Giovanna), Paris, 1880.

Descrição: Esse é um delicioso romance escrito por Léon Denis, a mais importante figura do movimento espírita francês depois de Allan Kardec. Interessado em difundir a doutrina espírita entre o grande público, o autor criou, com seu estilo inconfundível, uma história fascinante que consegue ser didática, sem perder o encanto do texto literário e o interesse de uma trama bem elaborada.

Joana D'Arc, Médium (Jeanne d’Arc Médium), Paris, 1910.

Descrição: Equaciona um grande problema histórico e analisa os fenômenos maravilhosos que ilustram a vida da virgem Lorena. É um monumento construído de verdade e beleza.

No Invisível (Dans l’Invisible), Paris, 1903.

Descrição: Enfocando especialmente as faculdades psíquicas e reunindo dados especiais e provas fornecidas pela experimentação do ponto de vista do fenômeno.

O Além e a Sobrevivência do Ser (L’Au-delà et la Survivance de l’Être), Paris, 1901.

Descrição: No qual a rica documentação apoiando a grande lei das vidas sucessivas, movendo-se em passagens majestosas, explica os fenômenos da vida; o mistério do destino se esclarece sob uma intensa luz.

O Caminho Reto - Paris, 1889

Descrição: Extraído da obra (“Léon Denis - Depois da Morte”)

O Espiritismo e as Forças Radiantes.

Descrição: Realmente, o estudo dos fluidos e das forças radiantes leva, necessariamente, às formas invisíveis da vida, pois a elas se relaciona, fortemente. É por aí que a Ciência nova chegará a reconhecer a existência do mundo dos espíritos e que as imensas perspectivas do além se abrirão diante dela.

O Espiritismo e o Clero Católico (Le Spiritualisme et le Clergé Catholique), Paris, 1923.

Descrição: Este livro foi classificado por Gaston Luce, o ilustre biógrafo de Denis, como uma "das brochuras de defesa". Este era um dos meios pelo qual Léon Denis respondia aos ataques contra o Espiritismo

O Espiritismo na Arte - Paris, 1922.

Descrição: Em seu trabalho, Léon Denis explica, detalhadamente, o mecanismo da inspiração, ‘procedimento de transmissão da luz divina’, e o importante papel que ela tem desempenhado, em todos os tempos, na evolução das artes e do pensamento.

O Gênio Céltico e o Mundo Invisível (Le Génie Celtique et le Monde Invisible), Paris, 1927.

Descrição: Esta obra de grande valor histórico e cultural foi finalizada as vésperas do desencarne do Mestre Léon Denis. Uma verdadeira viagem ao mundo dos celtas, pois aborda a origem, países célticos, guerras, povos, entre outros aspectos, ressaltando também as semelhanças doutrinárias existentes entre o Espiritismo e Celtismo, incluindo o Druidismo.

O Grande Enigma (La Grande Énigme), Paris, 1911.

Descrição: É uma obra de fé, apoiada na razão e na ciência. Livro de serena elevação diante dos esplendores do universo; poema ardente de um espírito que procura os caminhos que conduzam ao mais alto. 

O Mundo Invisível e a Guerra (Le Monde Invisible et la Guerre), Paris, 1919.

Descrição: Impregna-se do verdadeiro espírito gaélico e de uma imensa piedade humana. É uma das derradeiras obras de um acervo admirável. 

O Porquê da Vida (Le Pourquoi de la Vie), Paris, 1885.

Descrição: O que somos, de onde viemos, para onde vamos? “É a vocês, ó meus irmãos e irmãs em humanidade, a vocês todos a quem o fardo da vida curvou, a vocês a quem as lutas árduas, as preocupações, as provas oprimiram, que dedico estas páginas. É em sua intenção, aflitos, deserdados deste mundo, que as escrevi (...) Possam vocês nelas encontrar alguns ensinamentos úteis, um pouco de luz para clarear seus caminhos”. 

O Problema do Ser, do Destino e da Dor (Le Problème de l’Être et de la Destinée), Paris, 1905.

Descrição: “Tal é o caráter complexo do ser humano – espírito, força e matéria – em quem se resumem todos os elementos construtivos, todas as potências do Universo. Tudo o que está em nós está no Universo. Tudo o que está no Universo se encontra em nós. Por seu corpo fluídico e seu corpo material, o homem se acha ligado à imensa rede da vida universal; por sua alma, a todos os mundos invisíveis e divinos. Nós somos feitos de sombra e de luz. Somos a carne, com todas as suas fraquezas, e o espírito, com suas riquezas latentes, suas esperanças radiosas, seus voos magníficos. E o que está em nós se encontra em todos os seres. Cada alma humana é uma projeção do grande foco eterno. É isto o que consagra e assegura a fraternidade entre os homens.” 

O Progresso - Paris, 1880.

Descrição: Léon Denis nos mostra toda sua face elevada e liberal. Ele foi capaz de analisar, ao mesmo tempo, com grandeza d’alma, o progresso político, o social o religioso e o progresso na Imortalidade. Tais estudos nos demonstram o quanto temos ainda a aprender.

 Os Espíritos e Médiuns (Esprits et Médiums), Paris, 1921.

Descrição: Nesta obra – uma valiosa contribuição de Léon Denis para aclarar o trato do Espiritismo experimental – temos muito que aproveitar, reconhecendo em seu autor um homem habituado lidar com médiuns e espíritos. De uma leitura atenta, podemos extrair inúmeras lições, que nos ajudarão a compreender facetas das comunicações mediúnicas, e que só o tempo poderia nos dar. 

Síntese Doutrinária - Prática do Espiritismo (Synthèse doctrinale et pratique du Spiritualisme), Paris, 1921.

Descrição: Este estudo prático do Espiritismo experimental é ideal para aqueles que aspiram a se tornarem médiuns. É recomendável particularmente aos grupos que têm uma escola de médiuns. 

Socialismo e Espiritismo (Socialisme et Spiritisme), Paris, 1924.

Descrição: Um dos mais notáveis livros de Léon Denis. Fruto de uma série de artigos publicados na Revue Spirite do ano de 1924, o livro representa o pensamento do Mestre sobre as importantes causas sociais e sobre o Socialismo.

 Fonte:

https://www.autoresespiritasclassicos.com/Leon%20Denis%20Livros/Conte%C3%BAdo%20Resumido%20das%20Obras%20de%20L%C3%A9on%20Denis.pdf (em outubro de 2021).

 

15 outubro 2021

Mensagens Espíritas

As mensagens espíritas são sugestões, advertências e incentivo dos benfeitores espirituais, baseadas, a  maioria delas, nos ensinamentos de Jesus sobre o perdão, a paciência, a tolerância, a resignação, entre outras. 

A principal serventia das mensagens espíritas é salientar a mudança de nosso comportamento com relação a nós mesmos, ao próximo e a toda a sociedade de um modo geral, visto que é do nosso pensamento que saem as críticas à conduta dos outros. 

Em se tratando dos Espíritos que se comunicam, citemos: Emmanuel, André Luiz, Hilário Silva, Batuíra, Meimei, Bezerra de Menezes... Notamos que as mensagens mais veiculadas são as do Emmanuel e André Luiz. Contudo, sempre é válido lembrar que o conteúdo da mensagem é muito mais importante do que o renome do autor propriamente dito. 

Há quem reprove as mensagens espíritas, alegando que elas dizem respeito ao consolo e, por isso, não tratam do cerne da Doutrina Espírita.  Convém, contudo, notar que os encarnados no Planeta Terra são Espíritos imperfeitos, necessitando, assim, das lembranças constantes para que fiquem longe dos erros do passado. 

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Alguns livros interessantes: 

Caminho, Verdade e Vida, Fonte Viva, Palavras de Vida Eterna, Pão Nosso, Vinha de Luz, Caminho Espírita, Entre os Irmãos de Outras Terras, Estude e Viva, Ideal Espírita, Jesus no Lar, Justiça Divina, Religião dos Espíritos, Seara dos Médiuns...

Uma Mensagem, extraída do livro Espírito da Verdade, psicografia de F. C. Xavier e Waldo Vieira, pelos Espíritos Diversos, copyright 1961. (Estudos e dissertações em torno da obra “O EVANGELHO SEGUNDO O ESPIRITISMO” de Allan Kardec)


52 — Há um Século

Cap. XXV — Item 2

I

Allan Kardec, o Codificador da Doutrina Espírita, naquela triste manhã de abril de 1860, estava exausto, acabrunhado.

Fazia frio.

Muito embora a consolidação da Sociedade Espírita de Paris e a promissora venda de livros, escasseava o dinheiro para a obra gigantesca que os Espíritos Superiores lhe haviam colocado nas mãos.

A pressão aumentava...

Missivas sarcásticas avolumavam-se à mesa.

Quando mais desalentado se mostrava, chega a paciente esposa, Madame Rivail — a doce Gaby —, a entregar-lhe certa encomenda, cuidadosamente apresentada.

II

O professor abriu o embrulho, encontrando uma carta singela. E leu:

“Sr. Allan Kardec:

Respeitoso abraço.

Com a minha gratidão, remeto-lhe o livro anexo, bem como a sua história, rogando-lhe, antes de tudo, prosseguir em suas tarefas de esclarecimento da Humanidade, pois tenho fortes razões para isso.

Sou encadernador desde a meninice, trabalhando em grande casa desta capital.

Há cerca de dois anos casei-me com aquela que se revelou minha companheira ideal. Nossa vida corria normalmente e tudo era alegria e esperança, quando, no início deste ano, de modo inesperado, minha Antoinette partiu desta vida, levada por sorrateira moléstia.

Meu desespero foi indescritível e julguei-me condenado ao desamparo extremo.

Sem confiança em Deus, sentindo as necessidades do homem do mundo e vivendo com as dúvidas aflitivas de nosso século, resolvera seguir o caminho de tantos outros, ante a fatalidade...

A prova da separação vencera-me, e eu não passava, agora, de trapo humano.

Faltava ao trabalho e meu chefe, reto e ríspido, ameaçava-me com a dispensa.

Minhas forças fugiam.

Namorara diversas vezes o Sena e acabei planeando o suicídio. “Seria fácil, não sei nadar” — pensava.

Sucediam-se noites de insônia e dias de angústia. Em madrugada fria, quando as preocupações e o desânimo me dominaram mais fortemente, busquei a Ponte Marie.

Olhei em torno, contemplando a corrente... E, ao fixar a mão direita para atirar-me, toquei um objeto algo molhado que se deslocou da amurada, caindo-me aos pés.

Surpreendido, distingui um livro que o orvalho umedecera.

Tomei o volume nas mãos e, procurando a luz mortiça de poste vizinho, pude ler, logo no frontispício, entre irritado e curioso:

“Esta obra salvou-me a vida. Leia-a com atenção e tenha bom proveito. — A. Laurent.”

Estupefato, li a obra — O LIVRO DOS ESPÍRITOS, ao qual acrescentei breve mensagem, volume esse que passo às suas mãos abnegadas, autorizando o distinto amigo a fazer dele o que lhe aprouver.”

Ainda constavam da mensagem agradecimentos finais, a assinatura, a data e o endereço do remetente.

O Codificador desempacotou, então, um exemplar de O LIVRO DOS ESPÍRITOS ricamente encadernado, em cuja capa viu as iniciais do seu pseudônimo e na página do frontispício, levemente manchada, leu com emoção não somente a observação a que o missivista se referira, mas também outra, em letra firme:

“Salvou-me também. Deus abençoe as almas que cooperaram em sua publicação. — Joseph Perrier.”

III

Após a leitura da carta providencial, o Professor Rivail experimentou nova luz a banhá-lo por dentro...

Conchegando o livro ao peito, raciocinava, não mais em termos de desânimo ou sofrimento, mas sim na pauta de radiosa esperança.

Era preciso continuar, desculpar as injúrias, abraçar o sacrifício e desconhecer as pedradas...

Diante de seu espírito turbilhonava o mundo necessitado de renovação e consolo.

Allan Kardec levantou-se da velha poltrona, abriu a janela à sua frente, contemplando a via pública, onde passavam operários e mulheres do povo, crianças e velhinhos...

O notável obreiro da Grande Revelação respirou a longos haustos e, antes de retomar a caneta para o serviço costumeiro, levou o lenço aos olhos e limpou uma lágrima...

Hilário Silva