28 outubro 2005

Ideias Inatas

Ideias Inatas  Segundo a filosofia, são as ideias com as quais a gente nasce, que não se aprende. Para o Espiritismo, são o resultado dos conhecimentos adquiridos nas existências anteriores; são ideias que se conservam no estado de intuição para servirem de base à apreciação de outras novas. As ideias inatas não são mais do que a herança intelectual e moral que vêm das nossas vidas passadas.

Para os idealistas, o Espírito, o pensamento, a ideia é o fenômeno principal; a matéria, um epifenômeno. Para os empiristas, matéria é o fenômeno principal; o espírito, um epifenômeno. Esta divergência entre idealistas e materialistas ainda não chegou a um acordo satisfatório. Falta-lhes um elemento conciliador — o PERISPÍRITO —, que é o elo de ligação entre o Espírito e o corpo físico. Se dedicassem mais tempo à compreensão desse corpo energético, melhor compreenderiam a relação entre o sensível e o não sensível.

Platão foi o primeiro pensador a nos fornecer uma imagem das ideias inatas. Para ele, o homem deve passar além dos sentidos, ou seja, para as ideias que não se derivam da experiência, nem dela dependem. Em Kant, as ideias da razão pura são objetos de pensamento para os quais não podemos encontrar qualquer correspondência na nossa experiência; são as ideias da alma, do mundo e de Deus. Em Hegel, a Ideia é o princípio universal do devir, que engendra a Natureza e se torna Espírito. Para Descartes e os cartesianos, as ideias inatas são as que pertencem ao espírito do homem desde o nascimento e só dependem de sua própria natureza: extensão, substância, Deus...

Há relatos de crianças em que o quociente de inteligência é bastante alto. Algumas falam de assuntos que extrapolam as suas idades físicas; outras tocam maravilhosamente bem um instrumento musical; outras ainda possuem uma capacidade de memorização de estarrecer. A que se deve isso? Se elas não tiveram tempo de aprender, de onde tiraram esse saber? Conclusão: esses fatos só podem ser explicados pelo princípio da reencarnação, princípio este que mostra que todos já tivemos outras vidas antes desta. Através delas é que fomos adicionando informações e conhecimentos ao nosso passivo espiritual.

Na resposta à pergunta 218 A (A teoria das ideias inatas não é quimérica?) de O Livro dos Espíritos, os Espíritos superiores nos orientam que "Os conhecimentos adquiridos em cada existência não se perdem; o Espírito liberto da matéria, sempre se recorda. Durante a encarnação, pode esquecê-los em parte, momentaneamente, mas a intuição que lhe fica ajuda o seu adiantamento. Sem isso, ele sempre teria de recomeçar. A cada nova existência, o Espírito toma como ponto de partida aquele em que se achava na precedente".

O Espiritismo, como Doutrina codificada por Allan Kardec, trouxe-nos uma nova visão sobre o estoque de conhecimento existente. Cabe-nos debruçar sobre os seus princípios fundamentais, extraindo deles as instruções necessárias para o correto direcionamento do nosso Espírito rumo às ideias supremas do bem e do belo.

 

 

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