Anjo. Ser espiritual que exerce o ofício de mensageiro entre Deus e os
homens. Desperta a ideia da perfeição moral. Frequentemente aplicada a todos os
seres, bons e maus, que não pertencem à Humanidade. Demônio.
Na Antiguidade, era gênio inspirador, bom ou mal, que presidia o caráter e o
destino de cada indivíduo. Nas religiões judaicas e cristãs, anjo mau que,
tendo-se rebelado contra Deus, foi precipitado no Inferno e procura a perdição
da humanidade. Ainda: gênio ou representação do mal; espírito maligno, espírito
das trevas, Lúcifer, Satanás, Diabo.
Na Antiguidade, o demônio era usado
para designar os espíritos dos falecidos. Os filósofos gregos o elevou à
esfera do divino, por isso o daimon socrático. O termo
"demônio" não é citado no Antigo Testamento, onde só aparece, nos
últimos livros. Com a vinda dos romanos, o Daimon grego passa
a ser o Diabolus romano. Na Baixa Idade Média, o Diabolus romano
ganha força. Como o Diabolus romano era um "espírito mau",
passou a designar o espírito mau hebraico, Satã. Para explicar a sua presença
como tentador do mundo, os padres da Igreja recorreram à lenda da revolta do
anjo Azazel, dos Livros de Enoque, que eram apócrifos. (Sampaio, 1976)
A hierarquia celeste é constituída por
nove ordens de anjos agrupados em disposições ternárias. A primeira é a dos
Serafins, dos Querubins e dos Tronos; a segunda é a das Dominações, das
Virtudes e das Potestades; a terceira, a dos Principados, dos Arcanjos e dos
Anjos. Essa doutrina foi aceita por S. Tomás e adotada por Dante no Paraíso.
(Abbagnano, 1970)
Na Idade Média surge a Demonologia,
ciência dos demônios, cujo objetivo era fazer um tratado sobre os
demônios. Lúcifer-Satã-Diabo-Demônio, ao cair, levou muitos consigo. 19
anjos principais e uns 200 liderados que teriam “caído”. A 1.ª medida da
demonologia foi o recenseamento do Inferno, no sentido de estabelecer o número
de demônios que ali habitavam. Foram contados 7.045.926 demônios. Havia
também movimentos políticos no inferno. Satã, o diabo grosseiro, da luxúria e
da gula, dos defeitos capitais dá um golpe de estado, depondo lúcifer do
comando. (Sampaio, 1976)
Este tema "Anjos e Demônios"
encontra-se nas perguntas 128 a 131 de O Livro dos Espíritos, do
qual extraímos as seguintes notas:
"A palavra anjo desperta
geralmente a ideia da perfeição moral; não obstante, é freqüentemente
aplicada a todos os seres, bons e maus, que não pertencem à Humanidade. Diz-se:
o bom e o mau anjo; o anjo da luz e o anjo das trevas; e nesse caso ele é
sinônimo de Espírito ou de gênio. Tomamo-lo aqui na sua boa
significação".
Os anjos percorrem todos os graus.
" Mas, como já dissemos: uns aceitaram a sua missão sem murmurar e
chegaram mais depressa; outros empregaram maior ou menor tempo para chegar à
perfeição".
"Se houvesse demônios, eles seriam
obra de Deus. E Deus seria justo e bom, criando seres infelizes, eternamente
voltados ao mal?"
"A palavra demônio não
implica a ideia de Espírito mau, a não ser na sua
acepção moderna, porque o termo grego daimon, de que ele
deriva, significa gênio, inteligência, e se aplicou aos seres
incorpóreos, bons ou maus, sem distinção." Seria mais prudente ligar a
palavra "demônio aos Espíritos impuros.
Os anjos e os demônios significam
respectivamente os bons e os maus Espíritos. Eles estão sempre ao nosso
derredor. Saibamos elevar os nossos pensamentos por meio da prece e da prática
da caridade para que os bons venham ao nosso encontro e os maus sejam
rechaçados.
Fonte
de Consulta
ABBAGNANO, N. Dicionário de Filosofia. São Paulo: Mestre
Jou, 1970.
KARDEC, A. O Livro dos Espíritos. 8. ed. São Paulo: Feesp,
1995.
SAMPAIO, Fernando G. A História do Demônio: da Antiguidade
aos nossos Dias. Porto Alegre: Garatuja, 1976.
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