Santíssimo vem de santo. Santo significa
essencialmente puro, perfeito. Santíssimo é o superlativo de santo, ou seja,
extremamente santo. Trindade é a união de três pessoas distintas num só Deus. As três
pessoas do dogma cristão: Pai, Filho e Espírito Santo. Figuradamente, quaisquer grupos de três elementos.
Tríade e
Trindade, embora representem um grupo de três elementos, não significam a mesma
coisa. A palavra “tríade” aparece em diversas religiões, demonstrando o aspecto
trinitário da divindade. A diferença fundamental com relação ao termo
“Trindade” é que este último, baseado na revelação, dá-nos a entender a
existência três pessoas distintas num único Deus. A teologia, por seu turno, faz
esforços hercúleos para compreender a Trindade. Para tanto, usa conceitos como hipóstase,
pessoa, essência, processão e relação
Vejamos
um exemplo de Tríade. Os Druidas, sacerdotes celtas na Europa pré-romana,
desenvolveram um sistema religioso baseado exclusivamente nas Tríades. Em linhas gerais, usavam os termos Annoufn (círculo da necessidade), Abred (círculo do desenvolvimento) e Gwynfyd (desfrute da plenitude).
Objetivo: passar do abismo Annoufn
para as alturas sublimes do Gwynfyd.
Teófilo
de Antiloquia, no fim do século II e Tertuliano, no princípio do século III, já
empregavam o Deus único em três pessoas. O mistério surge quando a Igreja
propõe a presença, no seio de Deus único, de três pessoas distintas, mas iguais
e substanciais. É a partir daí que começam a surgir contradições entre fé e razão,
pois a razão poderia levar à negação do mistério.
As hipóteses que surgiram foram: 1) serem três pessoas distintas; 2) do monarquismo, em que Deus
está no topo; do subordacionismo, em que Deus é mais importante do que o Filho
e este mais do que o Espírito Santo. A Igreja, para evitar esses tipos de
contradições, cedeu à definição solene da fé, em que a Santíssima Trindade pode
ser definida assim: “mistério de três pessoas realmente distintas em uma só e a
mesma substância, natureza ou essência; ou mais brevemente: mistério de um só
Deus em três pessoas”.
Para o Espírito Emmanuel, o dogma da Trindade é uma
adaptação da Trimûrti da antiguidade oriental, que reunia nas doutrinas do
bramanismo os três deuses – Brama, Vishnu e Siva. Para José Herculano Pires, o dogma
Trindade é proveniente dos mitos da Trindade antiga como, por exemplo, o mito
egípcio (Osíris, Isis e Horus). Com base nesses mitos, a Igreja pode incluir
Cristo como a segunda Pessoa da divindade.
A Doutrina Espírita postula a
individualidade de cada Espírito, quer esteja encarnado, quer desencarnado.
Nesse caso, é impossível que um mesmo Espírito se divida em três. Além do mais,
para o Espiritismo, Deus não é pessoa, mas a inteligência suprema, causa primária
de todas as coisas.