05 março 2024

Potencializar o Crescimento do Outro

 “Convém que ele cresça e que eu diminua.” — (João, cap. 3, v. 30)

Centro Espírita deveria ser um celeiro de oportunidades para todos aqueles que o frequentam. Não há necessidade de que alguém monopolize as atividades. Treinar o outro para exercer a nossa função é um bem maior, pois estamos ajudando a potencializar o nosso irmão, passando o bastão que os nossos antecessores no colocaram nas mãos. 

Vejamos o exemplo de João. Tão logo aparece Jesus, considerado o Messias, abre-lhe espaço para o seu crescimento, permanecendo posteriormente, apenas como coadjuvante. Na revelação dada a Allan Kardec, tivemos também outros coadjuvantes, tais como: Léon Denis, que se concentraria no desdobramento filosófico; Gabriel Delanne, que apresentaria a estrada filosófica; Camille Flammarion, que nos descortinaria as paisagens celestes.  

Diz-se que, em relação à mediunidade, deveríamos trabalhar na meia idade e descansar na velhice. Que isso pode significar? À medida que avançamos na idade, devemos deixar alguns cargos e encargos, para que outros possam se desenvolver, se ampliar em criatividade e trabalho na seara do mestre Jesus.

Não seremos avaliados pela nossa narrativa, por sermos ou não famosos, se somos ou não detentores de riqueza. Ao deixarmos este mundo e nos dirigirmos ao além, ao mundo espiritual, uma só coisa importa: nossa consciência. E dependendo da sua pureza, podemos nos beneficiar da felicidade; ou da infelicidade, caso esteja tisnada. 

Observe o que acontece quando nos desfazemos de roupas velhas, de objetos que não temos mais uso, de redes sociais que roubam o nosso tempo. Não sentimos um ímpeto de liberdade, um insight para as coisas do Alto? Parece-nos que o nosso Espírito se elevou, deixou este miserável mundo e foi habitar um outro de mais graça, de mais harmonia, de mais luminosidade.  

Tenhamos em mente o seguinte: quanto menos possuímos, menos temos que cuidar. Por isso, é muito importante aprender a desaprenderDesaprender é jogar no lixo o que não nos serve mais; desaprender é saber dizer não; desaprender é fazer as mesmas coisas, mas de modo diferente; desaprender é pensar pela própria cabeça. O ser humano culto não é aquele que sabe o conteúdo de todos os livros, mas aquele que sabe se situar no meio deles. 

Quanto mais ajudarmos a potencializar o outro, mais estaremos potencializando a nós mesmos, tal qual o trecho evangélico que diz: "ao que muito foi dado muito será pedido".  Mas, aos que souberam aproveitar os ensinamentos, muito lhes será dado. 

 


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