“Nunca há suficiente tempo para fazer tudo o que se
deseja, mas bastante para fazer as coisas importantes.”
Vários pensadores contemporâneos vêm detectando uma
apatia espiritual que domina o mundo. Eles dizem que esse entorpecimento de
perceber a transcendência do ser é um tipo de doença ou miopia cultural, uma
das questões centrais de nossa época. As pessoas, seduzidas pelo sistema de
valor de consumo, acabam se desmoralizando eticamente. Isso faz com que não
contemplem uma “ordem mais ampla do Ser”. Há, assim, uma necessidade premente
da “limpeza das portas da percepção”.
Para despertar esse embotamento espiritual, é
importante que o ser humano se dedique a limpar as portas de sua percepção.
Para isso, ele tem que desenvolver o seu lado moral, espiritual e religioso. No
hinduísmo, o estado entorpecido é um tipo de ilusão (maya);
no budismo, é a ignorância (avidya), em que o indivíduo
perde o senso da realidade última e se dedica inteiramente à realidade parcial,
como se fosse a realidade última.
Todas as tradições espirituais divulgam
ensinamentos úteis ao despertamento do ser para uma realidade maior. Nesse
sentido, cada um de nós deveria sempre pensar além da tribo, do povo, da
humanidade e da própria natureza, a fim de se aproximar dessa realidade última.
John Hick, filósofo e estudioso das religiões, por exemplo, afirma que as
várias tradições religiosas do mundo compartilham um senso de transcendência,
em que há a substituição do sentimento egoísta por uma devoção que produz
compaixão e amor para com os outros seres humanos.
A visão de mundo de cada ser humano é sumamente
importante para propiciar esse despertamento. Os textos religiosos, do passado
e do presente, podem nos ajudar nesse objetivo. Paulo, em suas prédicas
evangélicas, diz-nos que devemos morrer para nós mesmos de modo que Cristo
possa viver em nós. Na mesma linha de pensamento, o budista, para
atingir o Nirvana, diz que não devemos nos fixar a nada a não ser à estranha e
vazia “existência em si” de toda a realidade.
No Espiritismo, há uma quantidade imensa de
escritos, em forma de textos e mensagens, no sentido de despertar o ser humano
para o mundo espiritual, o verdadeiro mundo. O Espírito Emmanuel, pela pena de
Chico Xavier, leva-nos a descortinar novos horizontes, novas maneiras de pensar
e de nos relacionarmos com os semelhantes e o meio ambiente que nos envolve.
Refletindo sobre as suas mensagens, vamos nos fortalecendo moral e
espiritualmente.
É importante que estejamos sempre nos despojando
das coisas inúteis, daquilo que pode dificultar a nossa passagem para os mundos
superiores. Entremos pela "porta estreita" e não pela "porta
larga" da perdição.
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