01 dezembro 2011

Organização Espiritual

organização espiritual é fruto do trabalho realizado pelos Espíritos, para o bom funcionamento de suas instituições. No mundo espiritual há colônias, como é o caso da do Nosso Lar, que precisam ser administradas, cuidadas, para que os esforços não se percam ao longo do caminho.

A Colônia "Nosso Lar", que é essencialmente de trabalho e realização, divide-se em seis Ministérios, orientados, cada qual, por doze Ministros. Os quatro primeiros, ou seja, os Ministérios da Regeneração, do Auxílio, da Comunicação e do Esclarecimento, aproximam-se das esferas terrestres; os dois últimos, isto é, o da Elevação e o da União Divina, ligam-se ao plano superior, visto que a cidade espiritual é zona de transição.

Cada colônia atende a necessidades específicas. A Colônia "Nosso Lar", situa-se numa zona intermediária de evolução, pois todos os que ali estão, decorrido longo estágio de serviço e aprendizagem, voltam a reencarnar para atividades de aperfeiçoamento. Para tal finalidade, passam de Ministério em Ministério.

“A instituição é eminentemente rigorosa, no que concerne á ordem e à hierarquia. Nenhuma condição de destaque é concedida aqui, a título de favor. Em verdade, a lei do descanso é rigorosamente observada, para que determinados servidores não fiquem mais sobrecarregados que outros; mas a lei do trabalho é também rigorosamente cumprida. No que concerne ao repouso, a única exceção é o próprio Governador, que nunca aproveita o que lhe toca, nesse terreno”.

Dá-se a impressão que só os Espíritos do “bem” são organizados; os do “mal”, também o são. Eles estudam cada ser humano, cada instituição, para acharem uma brecha, no sentido de exercerem as suas influências maléficas. Um exemplo: no capítulo 38 (“Decisões das Trevas”), de Contos desta e de outra vida, pelo Espírito Irmão X, há o relato do diálogo entre o ORGANIZADOR DE OBSESSÕES e os seus sequazes, cujo objetivo era impedir o avanço do Espiritismo. Depois de ouvir dezenas de sugestões, o vampirizador-mor disse: façamos com que os espíritas se acreditem santos de carne e osso... “Creio que, desse modo, enquanto estiverem preocupados em preservar a postura e a máscara dos santos, não disporão de tempo algum para os interesses do espírito”.

Os trabalhos de Assistência Espiritual, realizados nas dependências de um Centro Espírita, também devem ser bem organizados. O Espírito André Luiz, Nos Domínios da Mediunidade, explica-nos todo o trabalho que os Espíritos fazem, no que tange à preparação do médium e do ambiente, inclusive, com ionização e dispersão dos fluidos malsãos.

Como diretores e administradores de um Centro Espírita, façamos a nossa parte: disponhamos da melhor maneira possível o fluxo de pessoas, para que não haja tumulto. Além disso, ofereçamos uma estrutura física bem limpa e asseada.

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— Nossa irmã pertence à organização espiritual de servidores católicos, dedicados à caridade evangélica. Temos diversas instituições dessa natureza, em cujos quadros de serviço inúmeras entidades se preparam gradualmente para o conhecimento superior.

— Sob a direção de autoridades ainda ligadas à Igreja Católica? — perguntou Hilário, admirado.

— Como não? Todas as escolas religiosas dispõem de grandes valores na vida espiritual. Como acontece à personalidade humana, as crenças possuem uma região clara e luminosa e uma outra ainda obscura. Em nossa alma, a zona lúcida vive alimentada pelos nossos melhores sentimentos, enquanto que, no mundo sombrio de nossas experiências inferiores, habitam as inclinações e os impulsos que ainda nos encadeiam à animalidade. Nas religiões, o campo da sublimação está povoado pelos espíritos generosos e liberais, conscientes de nossa suprema destinação para o bem, ao passo que, nas linhas escuras da ignorância, ainda enxameiam as almas pesadas de ódio e egoísmo.

E, sorrindo, o Ministro acentuou:

— Achamo-nos em evolução e cada um de nós respira no degrau em que se colocou.

— Ela, porém, terá penetrado a verdade com que fomos surpreendidos, depois da morte? — perguntei, intrigado.

— Cada Inteligência — respondeu o orientador, enigmático — só recebe da verdade a porção que pode reter.

Silva, no leito, dava inequívocos sinais de enorme angústia.

Não ignorava que o meu dever de assisti-lo era trabalho inadiável, todavia o encanto espiritual da religiosa singularmente arraigada aos hábitos terrestres me excitava de tal maneira a curiosidade que não pude conter a indagação espontânea.

— Mas essa freira sabe que deixou o mundo, sabe que desencarnou e prossegue, assim mesmo, como se via antes?

— Sim — confirmou o instrutor imperturbável.

— E estará informada de que a vida se estende a outras esferas, a outros domínios e a outros mundos? Perceberá que o céu ou o inferno começam de nós mesmos?

O orientador meneou a cabeça, dando mostras de negativa e acrescentou:

— Isso não. Ela não oferece a impressão de quem se libertou do círculo das próprias ideias para caminhar ao encontro das surpresas de que o Universo transborda. Mentalmente, revela-se adstrita às concepções que elegeu na Terra, como sendo as mais convenientes à própria felicidade.

— E ninguém a incomoda aqui por viver assim distante do conhecimento real do caminho?

O orientador assumiu feição mais carinhosamente paternal para comigo e ajuntou:

— Antes de tudo, deve nossa irmã merecer-nos a maior veneração pelo bem que pratica e, quanto ao modo de interpretar a vida, não podemos esquecer que Deus é Nosso Pai. Com a mesma tolerância, dentro da qual Ele tem esperado por nossa mais elevada compreensão, aguardará um melhor entendimento de nossa amiga. Cada Espírito tem uma senda diversa a percorrer, assim como cada mundo tem a rota que lhe é peculiar. (Capítulo XXXIV — "Em tarefa de socorro", do livro Entre a Terra e o Céu, pelo Espírito André Luiz)

 

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