Coração. Órgão muscular oco,
situado no tórax, e que constitui o elemento motor central da circulação do
sangue. Desde tempos remotos, o coração é apresentado como a sede da alma, do
sentimento, da coragem, da consciência e da razão. Já no antigo mito
mesopotâmico, “o medo da morte se aloja no coração”, e leva Gilgamesh a procurar
pela erva da imortalidade. No embalsamento egípcio, todos os órgãos internos
eram retirados, menos o coração, que permanecia em seu lugar.
Na antiguidade, o
coração era o símbolo da vida mental, da vida afetiva, da vida interior e da
personalidade integral do homem. A partir do século VI a.C., na Grécia, em que
a filosofia deixou de ser mítica para se tornar racional, também começou a
distinguir os campos de ação do intelecto e do sentimento. O coração vai
condividir com o cérebro o privilégio de ser o centro principal do ser humano.
Durante a Idade
Média, o coração, sem deixar de ser símbolo da coragem, passa a ser, sobretudo,
símbolo do Amor. É troca e compenetração dos corações – do amor-sensualidade ao
amor-sensibilidade e deste em amor-idealidade. Mas, “para os poetas provençais,
o coração é o lugar onde o amor se concentra. É nele que penetra a flecha –
o raio luminoso – e é nele que ela se fixa: os sentidos são apenas as portas do
coração. Por isso, o amor recíproco só pode existir quando a mesma flecha
atravessou os dois corações”.
Se tomarmos
verticalmente o ser humano, veremos que há três pontos principais: o cérebro, o
coração e o sexo. Mas o central é o coração e, por esta condição, concentra os
outros dois. Ele adquire o sentido de eternidade (todo centro é
símbolo de eternidade, dado que o tempo é movimento externo da roda das coisas
e, no meio, encontra-se o “motor imóvel” segundo Aristóteles).
Na filosofia, na
religião e no Espiritismo, há muitas frases sobre o coração. Vejamos algumas
extraídas da Doutrina Espírita: “A
amizade verdadeira não é cega, mas se enxerga defeito nos corações amigos, sabe
amá-los e entendê-los mesmo assim. A arte de ouvir é, também, a ciência de
ajudar” (Joanna de Ângelis); “A paz
legítima emerge do coração feliz e da mente que compreende, age e confia”
(Joanna de Ângelis); “Aqueles que amparamos constituem nosso sustentáculo. O
coração que socorremos converter-se-á agora ou mais tarde em recurso a nosso
favor. Ajudando seremos ajudados. Dando, receberemos: esta é a lei Divina” (do
livro: Jesus no Lar).
Todo excesso é prejudicial. Procuremos equilibrar cérebro e coração. Agindo assim, vamos edificando o reino de Deus dentro dos nossos corações e, com isso, acumulando provisões para auxiliar os corações alheios.
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