12 setembro 2012

Cremação e Espiritismo

Os seres humanos sempre pensaram em devolver à natureza o que da natureza é, pois na Bíblia está escrito que voltaremos ao pó da terra. O mais comum é devolver o cadáver ao solo, enterrando-o. Contudo, há a cremação, a colocação do cadáver nos rios ou nos mares e, também, levando-o ao alto de uma montanha. É como devolvermos o defunto aos quatro elementos dos antigos: terra, fogo, água e ar.

A morte tem relação com o funeral, o enterro e o cemitério. No funeral, procuramos homenagear os mortos, obter favores dos deuses e prover os mortos com atos considerados necessários para a vida no outro mundo. No enterro, procuramos pôr o cadáver em algum tipo de recipiente, geralmente chamado de esquife ou caixão. No cemitério, alojamos o cadáver em alguma sepultura.

A cremação é a ação de queimar, de reduzir a cinzas. Em se tratando do ser humano, destruir, pelo fogo, os seus restos mortais. Isto é feito em fornos especiais, cuja temperatura deve oscilar entre 1.100 a 1370 graus centigrados. Como símbolo, é a destruição do inferior para que advenha o superior, a salvação do e pelo espírito.

Inumação é o mesmo que sepultamento ou enterro. Defendida pela Igreja, atende à combustão lenta. Para que seja higiênica, deve obedecer às normas técnicas, como, por exemplo, terras bem porosas e sem rochas. 

Estudos médicos mostram que a suposta higiene da cremação não tem sentido quando se sabe que os terrenos para inumação podem ser bem tratados. Segundo esses médicos, as doenças não são transmitidas pelos mortos ou mesmo pelo ar, mas pelo ser vivente.

Espírito desencarnado pode sofrer com a cremação dos elementos cadavéricos? Na resposta à pergunta 151, de O Consolador, o Espírito Emmanuel faz-nos entender que a espera por mais tempo é preferível, porque nas primeiras horas, ainda não foram desfeitos todos os laços sutis que prendiam o Espírito ao corpo físico. Fala-se em esperar pelo menos 72 horas.

Para o Léon Denis, em nota de rodapé, a inumação deve ser preferida à cremação, devido ainda à inferioridade dos seres habitantes no planeta Terra, porque a cremação provoca um desprendimento mais rápido, mais brusco e violento, doloroso mesmo para a alma apegada à Terra por seus hábitos, gostos e paixões. (Denis, 1995, p. 135)

DENIS, L. O Problema do Ser, do Destino e da Dor. 18. ed. Rio de Janeiro: FEB, 1995

XAVIER, F. C. O Consolador, pelo Espírito Emmanuel. 7. ed. Rio de Janeiro: FEB, 1977.

Compilaçãohttps://sites.google.com/view/temas-diversos-compilacao/crema%C3%A7%C3%A3o


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Cremação (c. 3000 a.C.) [Origem desconhecida] 

Prática de desfazer-se de cadáveres humanos por meio do fogo.

"Ele é cremado. O cisne da alma enfim alça voo, e escolhe para que lado irá." (Sir Guru Granth Sahib, Livro sagrado sikh)

A prática da cremação — a incineração de um cadáver — começou por volta de 3000 a.C., provavelmente na Europa e no Oriente Médio. A cremação é bem conhecida como uma característica importante de culturas da Índia, mas sua introdução naquele subcontinente se deu em tempos relativamente recentes, por volta de 1900 a.C. 

Desde 1000 a.C. os gregos antigos queimavam os corpos dos soldados caídos em batalhas em solo estrangeiro para que as suas cinzas pudessem ser repatriadas. Associada desta forma com heróis, a cremação passou a ser considerada o término mais adequado para uma vida bem vivida. Permaneceu como um símbolo de status na Roma antiga até a expansão, a partir do século I, do cristianismo, que ensinava que os mortos se reergueriam no fim dos tempos. Isso persuadiu os convertidos a enterrarem os seus mortos, para que os corpos ainda existissem no Dia do Juízo Final. 

Depois disso a cremação saiu de moda e foi proibida em alguns países. Uma das principais objeções não religiosas consistia na possibilidade de utilizar o  método para disfarçar crimes. A atitude global em relação ao conceito mudou no final do século XIX, em parte devido à publicação, em 1874, de Cremação: O tratamento do corpo após a morte, um livro escrito pelo cirurgião da rainha Vitória, Sir Henry Thompson. No Japão a cremação foi legalizada em 1875; o primeiro crematório dos Estados Unidos foi aberto em 1876; e em 1884 as cortes britânicas declararam que era permissível dispor de cadáveres humanos por meio desse processo. 

Atualmente a cremação está muito bem estabelecida na maior parte dos países: no Japão é praticamente universal; na Grã-Bretanha e na Alemanha mais de 50% dos cadáveres são cremados. Apenas os Estados Unidos são contra a tendência: mais de 90% dos americanos ainda são enterrados.  

ARP, Robert (Editor). 1001 Ideias que Mudaram a Nossa Forma de Pensar. Tradução Andre Fiker, Ivo Korytowski, Bruno Alexander, Paulo Polzonoff Jr e Pedro Jorgensen. Rio de Janeiro: Sextante, 2014.





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