Os seres humanos sempre pensaram em devolver à natureza o que da
natureza é, pois na Bíblia está escrito que voltaremos ao pó da terra. O mais
comum é devolver o cadáver ao solo, enterrando-o. Contudo, há a cremação, a
colocação do cadáver nos rios ou nos mares e, também, levando-o ao alto de uma
montanha. É como devolvermos o defunto aos quatro elementos dos antigos: terra,
fogo, água e ar.
A morte tem relação com o funeral, o enterro e o cemitério. No funeral,
procuramos homenagear os mortos, obter favores dos deuses e prover os mortos
com atos considerados necessários para a vida no outro mundo. No enterro,
procuramos pôr o cadáver em algum tipo de recipiente, geralmente chamado de
esquife ou caixão. No cemitério, alojamos o cadáver em alguma sepultura.
A cremação é a ação de queimar, de reduzir a cinzas. Em se tratando do
ser humano, destruir, pelo fogo, os seus restos mortais. Isto é feito em fornos
especiais, cuja temperatura deve oscilar entre 1.100 a 1370 graus centigrados.
Como símbolo, é a destruição do inferior para que advenha o
superior, a salvação do e pelo espírito.
Inumação é o mesmo que sepultamento ou enterro. Defendida pela Igreja,
atende à combustão lenta. Para que seja higiênica, deve obedecer às normas
técnicas, como, por exemplo, terras bem porosas e sem rochas.
Estudos médicos mostram que a suposta higiene da cremação não tem
sentido quando se sabe que os terrenos para inumação podem ser bem tratados.
Segundo esses médicos, as doenças não são transmitidas pelos mortos ou mesmo
pelo ar, mas pelo ser vivente.
Espírito desencarnado pode sofrer com a cremação dos elementos
cadavéricos? Na resposta à pergunta 151, de O Consolador, o
Espírito Emmanuel faz-nos entender que a espera por mais tempo é preferível,
porque nas primeiras horas, ainda não foram desfeitos todos os laços sutis que
prendiam o Espírito ao corpo físico. Fala-se em esperar pelo menos 72 horas.
Para o Léon Denis, em nota de rodapé, a inumação deve ser preferida à
cremação, devido ainda à inferioridade dos seres habitantes no planeta Terra,
porque a cremação provoca um desprendimento mais rápido, mais brusco e
violento, doloroso mesmo para a alma apegada à Terra por seus hábitos, gostos e
paixões. (Denis, 1995, p. 135)
DENIS, L. O Problema do Ser, do Destino e da Dor. 18. ed.
Rio de Janeiro: FEB, 1995
XAVIER, F. C. O Consolador, pelo Espírito Emmanuel. 7. ed. Rio de Janeiro: FEB, 1977.
Compilação: https://sites.google.com/view/temas-diversos-compilacao/crema%C3%A7%C3%A3o
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Cremação (c. 3000 a.C.) [Origem desconhecida]
Prática de desfazer-se de cadáveres humanos por meio do fogo.
"Ele
é cremado. O cisne da alma enfim alça voo, e escolhe para que lado irá."
(Sir Guru Granth Sahib, Livro
sagrado sikh)
A
prática da cremação — a incineração de um cadáver — começou por volta de 3000
a.C., provavelmente na Europa e no Oriente Médio. A cremação é bem conhecida como
uma característica importante de culturas da Índia, mas sua introdução naquele
subcontinente se deu em tempos relativamente recentes, por volta de 1900 a.C.
Desde
1000 a.C. os gregos antigos queimavam os corpos dos soldados caídos em batalhas
em solo estrangeiro para que as suas cinzas pudessem ser repatriadas. Associada
desta forma com heróis, a cremação passou a ser considerada o término mais
adequado para uma vida bem vivida. Permaneceu como um símbolo de status na Roma
antiga até a expansão, a partir do século I, do cristianismo, que ensinava que
os mortos se reergueriam no fim dos tempos. Isso persuadiu os convertidos a
enterrarem os seus mortos, para que os corpos ainda existissem no Dia do Juízo
Final.
Depois
disso a cremação saiu de moda e foi proibida em alguns países. Uma das
principais objeções não religiosas consistia na possibilidade de utilizar
o método para disfarçar crimes. A atitude global em relação ao conceito
mudou no final do século XIX, em parte devido à publicação, em 1874, de Cremação: O tratamento do corpo após a morte, um livro escrito pelo cirurgião da rainha
Vitória, Sir Henry Thompson. No Japão a cremação foi legalizada em 1875; o
primeiro crematório dos Estados Unidos foi aberto em 1876; e em 1884 as cortes
britânicas declararam que era permissível dispor de cadáveres humanos por meio
desse processo.
Atualmente a cremação está muito bem estabelecida na maior parte dos países: no Japão é praticamente universal; na Grã-Bretanha e na Alemanha mais de 50% dos cadáveres são cremados. Apenas os Estados Unidos são contra a tendência: mais de 90% dos americanos ainda são enterrados.
ARP, Robert (Editor). 1001 Ideias que Mudaram a Nossa Forma de Pensar. Tradução Andre Fiker, Ivo Korytowski, Bruno Alexander,
Paulo Polzonoff Jr e Pedro Jorgensen. Rio de Janeiro: Sextante, 2014.
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