A inumação (enterrar)
e a cremação (queimar, reduzindo a cinzas) são os tipos mais
comuns de sepultamento. Há, também, o costume de se colocar o cadáver num barco
e deixá-lo no mar ou, ainda, de levá-lo para um lugar alto. Além desses, que
procuram descartar o morto, há outros que procuram guardá-lo como se estivessem
ainda vivos. É o caso do embalsamento egípcio (múmias).
Os israelitas tinham
grande apreço em enterrar os mortos. Não era por medo da intervenção deles,
pois quem morreu não vive mais. Não era por causa da celebração funerária, pois
Israel não praticava o culto aos mortos. Tratava-se de uma honra devida a todo
homem, mesmo aos inimigos. Os ritos praticados pelos judeus eram os seguintes:
fechamento dos olhos, lavar o cadáver e, pelo menos em certas épocas
posteriores, envolver o morto em um lençol. Somente por punição é que se podia
queimar o cadáver.
No cristianismo, a
fé na ressurreição se fez viva. O túmulo vazio em que Jesus fora enterrado
indica a ausência do enterrado, que havia passado à presença de Deus. O Novo
Testamento pouco fala da preocupação dos cristãos com o enterro. Jesus
repele o costume de chorar ao caixão. Pedro manda os que choravam embora pois a
morte é uma mensagem de esperança. A sobrevivência dos mortos até
a ressurreição é uma das crenças mais arraigadas na Igreja.
Em nota à pergunta 329 de O
Livro dos Espíritos, J. H. Pires diz: “O respeito pelos mortos não é apenas
um costume, como se vê, é um dever de fraternidade, que a consciência conserva
e para o qual nos alerta. Por pior que tenha sido o morto, não temos o direito
de aumentar-lhe o suplício com as nossas vibrações agressivas. A caridade nos
manda esquecer o mal e lembrar o bem, pois só assim ajudaremos o Espírito
desencarnado a superar as suas falhas e esforçar-se para evoluir. Pensando e falando
mal dele, só podemos prejudicá-lo, irritá-lo e até mesmo voltá-lo contra nós”
Respeitemos todas as cerimônias
e ritos religiosos. O importante é o apreço que todos dão aos seus entes
queridos, que se foram para o além-túmulo.
Fonte de
Consulta
IDÍGORAS, J. L. Vocabulário
Teológico para a América Latina. São Paulo: Paulinas, 1983.
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Arte Funerária Egípcia (c. 3000 a.C.) [Egito antigo]
Preservação e homenagem àqueles que se foram para a vida após a
morte.
A arte funerária egípcia foi motivada pela crença religiosa e cultural segundo a qual a vida continua após a morte, característica presente naquela sociedade desde aproximadamente 3000 a.C. Práticas como a mumificação, a criação de sarcófagos e a construção de pirâmides e tumbas eram executadas com a intenção de honrar e preservar o cadáver do falecido de forma a facilitar sua transição para a vida após a morte. Além disso, diversos objetos escolhidos com cuidado costumavam ser enterrados junto com o morto, incluindo posses ou itens mais valiosos de acordo com a riqueza e o status da pessoa em vida.
A descoberta e a investigação da arte funerária egípcia se proveram de valor imensurável para arqueólogos que buscam reconstruir a ordem e a estrutura social da civilização no Egito antigo. Procedimentos como a preservação delicada dos órgãos internos do falecido em vasos canópicos durante o processo de mumificação servem para demonstrar a natureza elaborada e complexa dos sistemas de crenças estabelecidos, assim como o poder a importância da crença em uma pós-vida mantida no decorrer de toda a antiga civilização egípcia.
ARP, Robert (Editor). 1001 Ideias que Mudaram a Nossa Forma de Pensar. Tradução Andre Fiker, Ivo Korytowski, Bruno Alexander,
Paulo Polzonoff Jr e Pedro Jorgensen. Rio de Janeiro: Sextante, 2014.
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